Capítulo — : A Fulgor de Aeteris
Após a exaustão da batalha pela Sétima Casa, Mike e seus companheiros foram convidados para um banquete real no palácio flutuante de Aeteris. A fortaleza era imponente, construída sobre gigantescas plataformas de pedra flutuante, ligadas por pontes de cristal que reluziam ao entardecer.
Os membros da Família Real Halown os aguardavam em uma vasta sala de jantar. O ambiente estava repleto de tapeçarias de seda, mesas douradas e um aroma suave de pratos exóticos. Os irmãos de Piter estavam ali, assim como seu pai, Rei Halown, um homem de olhar penetrante e atitude firme, que carregava o peso de um reino imenso sobre seus ombros.
Piter, ao lado de Mike e Karina, olhava para os próprios pés, mas o sorriso nunca saiu de seu rosto. Ele parecia sentir uma mistura de ansiedade e esperança, já que a noite não se tratava apenas de um simples banquete, mas de um encontro de destinos.
Quando todos estavam acomodados, Rei Halown levantou a taça de cristal e falou, sua voz ressoando pela sala.
— A vitória da Sétima Casa foi impressionante. — Ele olhou diretamente para Mike, seu olhar mais severo do que acolhedor. — Embora eu tenha meus próprios métodos e testes, vocês provaram um valor considerável.
Antes que alguém pudesse responder, um de seus filhos mais velhos, Lyon, fez uma expressão de desdém.
— Pai, não é hora de elogiar os forasteiros. Eles são apenas ferramentas para o nosso propósito, nada mais.
A tensão cresceu rapidamente. O rei apenas deu um olhar penetrante para Lyon, que recuou imediatamente.
Piter suspirou, e então, com a voz um pouco trêmula, disse:
— Pai, nós já estamos perto da última casa. O que você pensa realmente? Você não quer que eu vença, quer? — O tom de Piter era doloroso, uma pergunta cheia de frustração e incerteza.
O Rei Halown fez uma pausa, tomando um gole do vinho dourado que estava à sua frente. Ele olhou para o filho mais jovem, seus olhos sombrios.
— Você ainda não entende, Piter... — Ele balançou a cabeça. — Vencer esse torneio não significa nada sem um propósito maior. O que você está buscando não é algo que um simples desejo poderá proporcionar.
O clima ficou tenso, e os outros membros da Família Real ficaram em silêncio. Piter estava prestes a falar quando o rei interrompeu:
— Mas, para que a jornada tenha algum valor, preciso ver se você realmente merece essa vitória. — Ele fez um gesto para um dos servos, que trouxe uma caixa de madeira decorada com símbolos dourados. O servo abriu a caixa com um estrondo suave, revelando uma espada magnífica: Fulgor de Aeteris.
A lâmina era brilhante, feita de um metal que refletia a luz como um espelho e parecia pulsar com uma energia interna. Seu cabo era envolto em fios dourados, e a guarda se estendia para formar uma série de nuvens esculpidas, refletindo o poder do vento e do céu. Uma espada lendária em sua verdadeira forma.
— Esta é a Fulgor de Aeteris. Uma das Dez Armas Lendárias. Ela se ajusta ao portador e só pode ser empunhada por quem é verdadeiramente digno. — O rei olhou para Piter. — Se você realmente deseja se provar, será o seu prêmio. Mas... — Ele sorriu de forma enigmática. — Se você não vencer o torneio e a próxima casa, a espada será dada a outro. Uma aposta. Que tal?
Mike e seus amigos olharam surpresos, enquanto Piter parecia ter os olhos fixos na espada, o desejo evidente em seu rosto.
— Você está dizendo que vai me dar a Fulgor de Aeteris se eu vencer? Mesmo que você não queira que eu vença? — Piter perguntou, a voz tremendo.
Rei Halown sorriu levemente, um sorriso amargo.
— Sim, Piter. Se você conseguir vencer o torneio, a espada será sua. E então, se você provar que tem o poder de moldar seu próprio destino, como diz... Então talvez você tenha algo mais importante que um desejo.
Mike observava o cenário com uma leve apreensão. A aposta do rei era um jogo perigoso. Ele sabia que Piter estava determinado, mas também via que a situação poderia afetar a dinâmica entre ele e seu pai.
Karina, percebendo a tensão no ar, tentou suavizar o clima.
— Não precisa ser tão sério. Vamos todos aproveitar esse jantar. — Ela sorriu para Piter, tentando aliviar a pressão.
O banquete seguiu em silêncio por alguns momentos, com os pratos sendo servidos, mas a conversa nunca retomou a leveza de antes. Piter não conseguia tirar os olhos da Fulgor de Aeteris, o desejo misturado com dúvida e medo. Ele sabia que o que estava em jogo não era só uma espada, mas a chance de finalmente ser visto e reconhecido pelo seu pai.
Ao final do jantar, o rei se levantou e, com um gesto firme, indicou que o evento havia terminado.
— Que as últimas casas sejam desafiadoras. Que mostrem quem realmente somos. — Ele olhou para Piter, que ainda estava em silêncio, antes de se retirar.
O banquete chegou ao fim, mas o peso da aposta pairava no ar. O futuro de Piter e sua luta pela Fulgor de Aeteris agora estava entrelaçado com o destino da equipe.