Julhian vs Borealis

Capítulo — Julhian vs Borealis

A arena flutuava no centro do Palácio de Velanthys. Um gigantesco círculo de mármore branco, rodeado de pilares suspensos e arquibancadas douradas que levitavam no ar. O vento frio da altitude soprava forte, mas não se comparava ao que estava prestes a acontecer.

De um lado, Julhian, o guerreiro dos Falcões Sombrios, vestindo uma túnica cinza-escura reforçada e segurando a espada longa de cristal azulado. Seus olhos, tão gélidos quanto seu poder, estavam fixos no adversário.

Do outro lado, Sir Eirik Borealis, o lendário Cavaleiro da Casa Borealis. Um homem alto, de cabelos prateados e olhos de safira intensa. Vestia uma armadura azul-escura com adornos prateados em forma de flocos de neve e geadas. Em suas costas, uma colossal lança de gelo puro cintilava como se contivesse um cometa congelado.

O Anfitrião Real ergueu a mão.

"Que comecem os duelos!"

O solo estalou. O ar congelou. A batalha começou.

Eirik avançou primeiro, a lança girando com precisão.

"Coroa Boreal!" — gritou ele, e um círculo de estacas de gelo emergiu do solo, disparando contra Julhian.

Julhian deslizou para o lado, o braço erguido.

"Geada Crescente!"

Uma parede de cristais de gelo surgiu à sua frente, bloqueando parte dos projéteis, mas duas estacas perfuraram seu ombro e coxa. Ele cerrou os dentes e avançou, ignorando a dor.

O chão sob os dois começou a rachar, formando fendas de onde exalava névoa gelada.

Eirik cravou a lança no mármore.

"Trono do Inverno Eterno!"

Uma explosão de energia gélida atravessou a arena. Torres de gelo cristalino se ergueram em espiral, criando um domínio de inverno absoluto. O céu escureceu. Neve começou a cair, mas não era comum — cada floco carregava o peso de centenas de quilos, esmagando o solo quando tocavam o chão.

Julhian cambaleou, o gelo cobrindo seus braços e ombros.

"Você não pode lutar no meu reino, garoto…" — disse Eirik, surgindo atrás dele com a lança brilhando.

A lâmina cortou o ar — Julhian rolou para o lado, mas a lâmina rasgou suas costelas, jorrando sangue. O frio anestesiava a dor, mas o corpo dele já dava sinais de exaustão.

Eirik avançou, preparando o golpe final.

Mas então…

Julhian fechou os olhos e murmurou:

"Zero Absoluto."

O tempo pareceu parar.

Uma aura azul-clara emanou de Julhian, se expandindo como uma onda invisível. O chão congelou com uma camada de gelo que rachava como vidro. O ar condensou, e até os flocos de neve de Eirik pararam de cair, suspensos.

Quando Julhian abriu os olhos novamente, eles brilhavam com um tom glacial que transcendia o próprio inverno.

Ele ergueu a mão — uma lança de gelo tão pura que parecia feita de diamante surgiu diante dele.

Ele a arremessou com um grito:

"Zero Absoluto!"

A lança cortou o domínio de Eirik como se o tempo e o espaço se rendessem. Ela atingiu a armadura de Eirik diretamente no peito, explodindo em milhares de fragmentos cristalinos que envolveram o cavaleiro em uma prisão de gelo absoluto.

Silêncio.

A arena inteira prendeu a respiração.

Mas… uma rachadura surgiu na prisão de gelo.

Com um rugido titânico, Eirik rompeu a prisão, o corpo coberto de cortes, a armadura trincada, e sangue escorrendo de sua testa.

"Muito bem, garoto… muito bem…" — ele sorriu, cambaleando.

"Mas é aqui que acaba."

Ele ergueu a lança pela última vez. A energia gélida se concentrou na ponta — uma esfera de puro inverno surgiu.

Ele disparou com toda a força: "Lamento Boreal!"

Julhian cravou a espada no chão, ajoelhando-se. O ar tremia. Ele estendeu os dois braços para frente.

Zero Absoluto foi ativado novamente.

As duas forças colidiram no centro da arena.

Um clarão branco cobriu tudo.

Os pilares desabaram. O chão rachou e a arena quase caiu das alturas.

Quando a névoa baixou… ambos estavam de joelhos. Sangue manchava o solo congelado.

Mas Eirik tombou de lado, desacordado. Sua lança se despedaçou.

Julhian, com o corpo coberto de cortes, o braço esquerdo deslocado e o olho esquerdo inchado, permaneceu de pé… com dificuldade. Sua respiração era pesada. O corpo tremia. Mas ele não caiu.

O Anfitrião Real ergueu a mão:

"Vencedor: Julhian dos Falcões Sombrios!"

O público explodiu em aplausos.

Mike, do alto das arquibancadas, sorriu discretamente.

Julhian fechou os olhos, o corpo cedendo. Mas antes de cair, Karina e Natália correram para segurá-lo.

A primeira vitória era dos Falcões Sombrios.

Mas a guerra… estava longe de terminar.