Após algum tempo de preparação, Astracar e Sekiro se encontraram no portão do reino, prontos para partir. O vento leve tocava seus rostos, e o céu se estendia vasto acima deles. Apollo, sempre preocupado, veio se despedir.
"Se cuida, Astra," disse Apollo, sua voz revelando a preocupação de um irmão mais velho. Ele então voltou sua atenção para Sekiro, com um olhar sério: "Ajude ele direito."
Sekiro, com a confiança de quem já se provou muitas vezes, respondeu sem hesitar: "Não se preocupe, sempre estarei ao lado de Astracar."
Astracar, com um sorriso sutil, respondeu ao carinho disfarçado do tio: "Até logo, tio Apollo. Dê meus agradecimentos ao avô."
Apollo suspirou, misturando alívio e um toque de humor: "Infelizmente, ele não pôde vir. Chamaria muita atenção, mas ele queria muito estar aqui. Quem diria que meu pai ia virar um vovô babão."
Os três riram juntos, a tensão da despedida se dissipando por um breve momento. Antes de partir, Apollo entregou um pequeno símbolo a Astracar, que carregava um brilho peculiar.
"Leve isso com você. Isso prova que você é da nossa família," disse Apollo.
Com o símbolo em mãos, Astracar e Sekiro se voltaram para a estrada que se estendia à frente. O silêncio entre eles era confortável, até que Sekiro, curioso como sempre, decidiu quebrá-lo.
"Astra, por que você não chamou Apollo de tio nesses dois anos? Eu sei que você gostou dele, e ele parece um cara legal," perguntou Sekiro, olhando para o horizonte.
Astracar, com sua calma habitual, respondeu: "Sekiro, se o avô não tivesse se arrependido de algumas coisas, ele teria sido meu inimigo, o que colocaria o tio Apollo em uma situação difícil."
Sekiro sorriu, como se tivesse descoberto um segredo. "No fim, você estava preocupado com ele e com um pouco de vergonha, né?"
Astracar, sem querer se prolongar no assunto, tentou mudar de foco: "Então, Sekiro, o que achou da luta da minha irmã? Aquela que aconteceu há dois anos."
Sekiro pensou por um momento, lembrando-se da intensidade do combate. "Já imaginava que ela seria forte, mas aquilo foi além do que eu esperava. Ela está em outro nível. Aquela habilidade que você estava tentando copiar da sua irmã... como está indo?"
Astracar, incerto, respondeu: "Qual delas? Ah, sim. Não sei se funcionará em combate ainda, e agora que dominei o modo berserk... o problema é que só dura dois minutos e depois fico sem me mexer por um tempo."
Sekiro, com firmeza, respondeu: "Não se preocupe. Eu serei seu escudo, Astracar!"
Astracar sorriu, genuinamente grato. "Obrigado, Sekiro."
Ainda curioso, Sekiro fez outra pergunta: "Por que não vamos voando? Chegaríamos muito mais rápido."
Astracar, sem pensar muito, respondeu com simplicidade: "Porque quero ver a beleza desse mundo cheio de cores." Ambos riram, deixando o cansaço da jornada mais leve.
Enquanto caminhavam, a paisagem ao redor começava a mudar. Florestas densas se estendiam nas laterais da estrada, com árvores altas cujas copas pareciam tocar o céu. O vento balançava suavemente as folhas, criando um som sutil como se a natureza estivesse sussurrando segredos antigos. Flores selvagens de todas as cores se espalhavam pelo chão, formando um mar de tons vibrantes que os acompanhava pela trilha. O aroma das flores invadia o ar, tornando a caminhada mais agradável.
Ao longe, uma cadeia de montanhas imponentes surgia no horizonte, seus picos cobertos por uma fina camada de neve que refletia o brilho suave do sol. O contraste entre as montanhas e o céu azul criava uma vista deslumbrante, que prendia o olhar de Astracar por alguns instantes. Cada passo os levava mais perto desse cenário natural de tirar o fôlego.
Após algumas horas de viagem, eles chegaram a um pequeno vilarejo próximo à fronteira entre o Império do Sol e Lua e o Império Sagrado Light. As montanhas agora se erguiam imponentes logo atrás do vilarejo, como guardiãs silenciosas observando a passagem dos viajantes.
O vilarejo onde Astracar e Sekiro chegaram tinha uma vista deslumbrante. Localizado entre colinas verdes e com as montanhas imponentes ao fundo, o lugar parecia saído de um sonho. O pôr do sol pintava o céu com tons de laranja e roxo, e as sombras das árvores criavam padrões alongados no solo. De onde estavam, podiam ver o reflexo dourado do sol nos riachos que serpenteavam pelas encostas, enquanto o vento fresco da montanha trazia consigo o cheiro de terra molhada e pinheiros.
No entanto, algo parecia errado. O vilarejo, que deveria estar cheio de vida àquela hora, estava estranhamente silencioso. À medida que caminhavam pelas ruas de pedra, Sekiro notou que as portas das casas estavam fechadas e as janelas trancadas. As poucas pessoas que ainda estavam do lado de fora rapidamente se escondiam assim que os viam se aproximar, fechando-se dentro de suas casas com pressa.
"Isso é estranho," comentou Sekiro, franzindo o cenho. "Por que estão se escondendo?"
Astracar observou ao redor com um olhar desconfiado. O silêncio só era quebrado pelo som distante de um corvo, e o pôr do sol criava uma sensação de inquietação. "Não sei, mas não é um bom sinal," respondeu ele, enquanto olhava as janelas fechadas. "Normalmente, vilarejos como este estariam movimentados, especialmente ao anoitecer."
Ambos continuaram caminhando, procurando uma pousada onde pudessem descansar. As ruas estavam vazias, e a única iluminação vinha das poucas lamparinas acesas, lançando sombras dançantes nas paredes de pedra. O pôr do sol, que deveria trazer calma, agora parecia intensificar a atmosfera misteriosa do lugar.
Ao chegarem a uma pequena estalagem, notaram que a porta estava entreaberta, mas não havia sinal de ninguém na recepção. Sekiro olhou para Astracar, sua mão instintivamente se movendo para a espada nas costas.
"Algo está errado aqui," murmurou Sekiro, mantendo-se alerta.