A Última Fronteira [Pt 4]

Adrien nasceu com olhos que viam além do véu.

Desde suas primeiras memórias, o mundo parecia... errado. Não quebrado, nem errado—apenas fabricado.

Mesmo quando criança, o próprio ar parecia falso, as palavras dos adultos ensaiadas, como atores em uma peça que ninguém reconhecia. Outras crianças brincavam com espadas de brinquedo e inventavam contos de heróis e monstros.

Adrien os observava, mas nunca se juntava a eles.

Não por timidez, nem medo. Era porque ele não podia fingir—não como eles. Ele via as rachaduras nas histórias que eles contavam.

Ele via o mundo pelo que ele era.

Uma mentira bem-vestida.