Ortega voltou para a UPT como se nada tivesse acontecido porém dentro de si, o ódio que ele sentia pela Rosalin e o Barão do Tempo se multiplicou, ao andar pelos corredores da UPT ele se deparou com a capitã Nicole.
—Ei, Ortega—disse ela.
—Sim capitã.
—O que é que se passa contigo? Faz um tempo que você anda meio distante, a última missão que fizemos tivemos que recorrer a dois agentes da polícia para nos ajudar—disse a capitã Nicole.
Ortega olhou atentamente para ela e disse.
—Nada não capitã, apenas tenho refletido um pouco na minha vida, ao que parece eu sou dos poucos aqui que não tem família nem amigos, e me faz bem sair de vez enquando para reflectir.
A capitã Nicole se sentiu triste ao ouvir aquilo e acabou dando um abraço para o Ortega.
—Não te preocupes, se quiseres podes olhar pra mim como uma amiga, apesar de ser tua capitã você tem um poder muito superior ao meu.
Ortega ficou meio surpreso e disse dentro de sí mesmo.
—Que sensação é essa? A capitã tem os braços muito fortes e aconchegante.
Passado uns segundos, a capitã Nicole o Largou e disse.
—Agora estou em serviço, mas assim que eu conseguir mais um dia folga, eu vou convidar você para bebermos uns copos, aposto que ainda não te divertiste desde que saiste da Zona Negativa.
Enquanto eles conversavam chegou o capitão RV e disse.
—Então Ortega, tudo bem contigo?
—Sim capitão.
—Nicole preciso falar contigo—disse o capitão RV.
Nicole e RV foram para um local mais privado e o Ortega também seguiu caminho.
Longe da UPT que se situava atualmente no Namibe, estava o José Santos e seus dois amigos Zeca Secaca, Margarida Mira, em um bairro pobre do Namibe.
José Santos tinha o hábito de todos os finais de semana ficar a espiar em um beco, uma vez ele viu um homem saindo de um portal naquela zona e ele acreditava que se tratava de um pirata do tempo apesar de não o ver novamente durante meses.
—José, não me diga que mais uma vez a gente vai ficar aqui o dia todo esperando alguém que não existe!—disse o Zeca Secaca.
—Verdade José, você viu mesmo alguém saindo daqui? É que o meu pai tem feito cada vez mais perguntas sobre onde eu ando—Acrescentou a Margarida.
Zeca Secaca e a Margarida já estavam fartos de seguir o José Santos, durante um tempo após serem reprovados no exame de seleção, os seus pais contrataram professores particulares no intuito de lhes fazer evoluir de forma rápida, afinal eles eram muito ricos.
Ao ouvir os seus amigos José Santos disse.
—Sabem de uma coisa, eu entendo vocês. Ambos têm pais que se preocupam convosco, têm um lar e não precisam de se preocupar com nada, já eu, eu não tenho ninguém neste mundo e vivo a vida saqueando as fendas que pertecem a UPT, por isso eu decidi que quero me tornar um pirata , vocês são a unica família que tenho, por favor peço que apoiem.
Na verdade Zeca Secaca e Margarida já estavam fartos de ajudar o José Santos, pois desde que saíu da UPT a unica coisa que ele tem feito era se meter em problemas, saquear fendas e lutar contra os batedores independentes.
De alguma forma os seus amigos já estavam fartos e com medo das aventuras do José Santos pois eles não eram tão fortes e corriam sempre riscos de morte sendo que o José Santos saía quase sempre ileso.
Ambos deram as costas para o José e disseram.
—Desta vez estás por tua conta, a gente não quer ter nenhum envolvimento com os piratas do tempo.
Triste e de cabeça abaixada José Santos disse.
—Eu entendo vocês, mas eu não tenho com quem ficar, não sei aonde pertenço, então prefiro me tornar um pirata pois com os poderes que tenho certamente serei bem recebido pelo rei dos piratas.
Zeca Secaca e Margarida se foram. José Santos ficou por lá apoiado em uma parede durante horas quando derrepente abriu um portal bem na sua frente e dele saíu um homem com cabelos cacheados e ruivos, vestia um monte de trapos com uma capa que cobria suas vestes, seu nome era Kitumba Dianzenza
O homem ficou surpreso pois ele nunca havia dado de caras com ninguém ao aparecer no planeta terra.
—Merda! agora é que estou morto, o chefe vai ter provas.
Após dizer aquilo ele olhou atentamente para o José Santos e questionou.
—Quem é você? A tua energia é semelhante à do chefe.
—Chefe? De quem voce está falando?—questionou o José Santos.
Kitumba deu as costas e disse.
—vá para casa menino, eu estou cheio de fome tenho que me despachar para cumprir com os meus deveres.
Kitumba começou a caminhar para fora do beco porém o José Santos o seguia.
—Agora que te encontrei não posso deixar escapar, eu vou ser um pirata custe o que custar—disse o José Santos dentro de si mesmo.
Kitumba ía para o planeta terra todos os domingos para poder comer a sua comida favorita, o funge de bombó com calulu e feijão de óleo de palma. Para não ser dectado ele saía sempre mesmo local onde havia um portal com um pico de energia muito reduzido, o portal abria todos os domingos por volta das 8 horas da manhã e fechava às 18 horas então ele tinha sempre o cuidado de voltar à horas para que não ficasse preso no planeta terra.
Após caminharem 1 quilómetro, eles chegaram em uma barraca num dos bairros pobre do Namibe.
Ao ver o Kitumba a sentar José Santos questionou.
—O que é que você está fazendo aqui?
Kitumba ignorou a pergunta e gritou.
—Tia Catarina, traga por favor o de costume.
Catarina, a dona da barraca levou até ele um prato com funge de bombó e molho de calulu com feijão de óleo de palma e 5 litros de Maruvo (uma bebida tradicional angolana).
—Que merda é essa, ele está me ignorar devido a comida.
José continuou a pedir que o Dimuka o levasse porém era constantemente ignorado, após beber 3 litros de Maruvo, Kitumba começou a sentir o efeito do alcool e disse em tom muito sério.
—Ouve criancinha, já estou ficando farto de você, eu apenas tenho esse privilégio de comer e beber algo tão bom uma vez por semana então para de me chatear.
—Impossível, você tera que me matar se quiseres que eu fique, prefiro morrer ao ficar neste planeta onde não tenho ninguém—disse o José Santos.
Kitumba ficou com cara de quem não entendeu nada e disse.
—E daí se você cresceu sozinho? Eu tenho alguma coisa haver com isso?
Ao ouvir aquilo José Santos ficou com raiva, saíu da barraca e esperou por ele na parte de fora.
Kitumba continuou bebendo e perdeu a noção da hora, quando deu por si já eram 17 horas e ele já havia bebido 7 litros de Muruvo.
—Oh, merda! Perdi a noção da hora—disse ele.
Kitumba colocou duas placas de ouro por cima da mesa, era assim que ele pagava sempre, graças a ele a Tia Catarina dava uma vida de reis para seus filhos, porém ela nunca abandonou sua barraca pois era o empreendimento da sua vida.
Kitumba saíu do local em alta velocidade.
—Ele é bem rápido—disse o José Santos em seu íntimo.
José Santos o seguiu, assim que chegaram no local, Ele encontrou o Kitumba a reclamar sózinho.
—Merda! Está quase na hora, tenho que desfazer o efeito do álcool, hoje durou tão pouco.
—Então você pretendia fugir de mim?—disse o José Santos.
Com raiva, Kitumba virou para ele e disse.
—Me deixa em paz criancinha, você não tem o perfil para ser um pirata.
José não gostou do tom de voz que o Kitumba usou, furou uma saqueta com pó de diamantes e partir daquilo ele multiplicou os átomos lhes fazedo crescer e quase perfurou o Kitumba, mas Kitumba se esquivou e apareceu bem ma frente do José Santos e disse.
—Merda você você me fez anular o efeito do alcool mais cedo do que eu queria.
José Santos Santos imaginou a sua luta contra o capitão R.V e disse em seu íntimo.
—Ele certamente é bem mais forte do que eu, a sua velocidade é comparavel a do R.V.
Já fora do efeito do alcool Kitumba disse para o José Santos.
—Então não é só a tua energia, você também domina a manipulação da matéria nível atómico, venha comigo, tem alguém que ficaria feliz em te conhecer.
O portal se abriu, sem fazer mais perguntas, José Santos entrou junto com o Kitumba dentro do portal e foram ao encontro dos piratas do tempo.