7º Especial - Capítulo Templários: A Tempestade de Forneus

*Nota de Introdução: "Capítulo repostado no volume para Especiais - Publicado no dia 19/03/2025 e respostado no dia 20/03/2025."

Essa história ocorre antes de Midoki e seus companheiros chegarem às margens do continente Solvaris.

O vento cortava o rosto de Midoki, que permanecia de pé na proa do navio, seus olhos perdidos na vastidão do oceano das Lágrimas de Jormungand. Elyra, ao seu lado, tentava proteger seus cabelos prateados que dançavam com a brisa forte. As ondas azuis se erguiam ao redor da embarcação, imponentes e misteriosas, mas nada que parecesse ameaçador.

- Elyra: "Finalmente, um pouco de paz." - Murmurou, olhando para o horizonte com uma expressão tranquila, mas inquieta.

Midoki manteve o olhar fixo, seus olhos azuis cobalto refletindo a dança das águas. Ele sabia que o oceano escondia muitos segredos, mas não falava disso. Sabia que Elyra temia os mistérios do mar.

Ao fundo, Neptune, observava o vasto azul com um semblante de vigília. Ele parecia absorver a energia das águas, como se fosse uma extensão do próprio mar.

Neptune: "Eu sinto isso também, Elyra." - Respondeu, sua voz profunda e carregada de um poder ancestral. - "Algo nas águas... algo antigo. Não é o vento ou o céu que mudou. É a água. Uma presença mais sombria do que qualquer tempestade."

Belphegor, encostado na borda do navio, olhava para o horizonte com uma expressão tensa, seus olhos cintilando. Ele, que normalmente se mantinha distante das discussões e do combate, agora parecia incapaz de ignorar a sensação crescente de perigo.

Belphegor: "Eu me pergunto, se somos os que escolhemos lutar..." - Falou, com um sorriso irônico, mas claramente nervoso. - "Midoki, nunca fui fã do mar. E aqui... tem algo mais."

Midoki virou-se para ele, o vento agitando seu manto enquanto ele mantinha seu olhar intenso. - "Não subestime o oceano, Belphegor. Ele é mais do que uma superfície calma. É um abismo de poder, e não tememos nada."

Mas naquele momento, algo aconteceu. O mar, até então tranquilo, começou a se agitar. As ondas que antes se moviam de maneira constante e sem interrupções agora estouravam com uma violência incomum. A água se erguia, formando colunas gigantescas que se chocavam contra o navio. Os ventos aumentaram, e o céu escureceu.

Neptune: "Estamos sendo observados..." - Murmura Neptune, seus olhos agora voltados para uma mancha de sombras que surgia à distância, em um ponto do oceano onde a escuridão parecia engolir tudo à sua volta.

- Midoki: "Não pode ser..." - Sussurrou, uma sensação familiar crescendo dentro dele, o lamento profundo das águas já ecoando em sua mente.

Belphegor: "Forneus, ele veio... e continua o mesmo de sempre."

Forneus emergiu das águas com uma grandiosidade aterradora. Sua figura, envolta em sombras, se erguia sobre o navio como um monstro marinho, seus olhos uma tempestade de fúria e sabedoria ancestral. O Almirante dos Mares Profundos, uma lenda viva, com o poder de dominar não só as águas, mas também as almas perdidas no fundo do mar.

Belphegor: "Tomem cuidado." - Disse, fazendo um passo para trás. - "Eu não posso intervir, Midoki. Forneus... nunca foi um cara mal. Ele apenas teme o poder de Lúcifer."

As águas ao redor do navio começaram a se retorcer com violência. O mar parecia se abrir, como se estivesse sendo puxado por uma força incontrolável. A água negra começou a se erguer em espiral, formando uma gigantesca criatura marinha.

Forneus levantou a mão, e de suas palmas saíram ondas negras que quebraram a superfície do oceano, enchendo o ar com o som de lamentos.

- Forneus: "Lamento dos Afogados." - Ele murmurou, e o som das almas perdidas se fez ouvir, como se o próprio mar estivesse chorando. - "Vocês são os intrusos nas profundezas, viajantes. O que procuram, encontrarão aqui, nas profundezas abissais."

O céu se tornou mais sombrio à medida que o poder de Forneus se intensificava. As almas que emergiam das águas pareciam invadir o ar, tentando agarrar o navio, puxando-o para o abismo. Um a um, os tripulantes do navio sentiram o peso da presença das almas, como se uma carga invisível tentasse afundá-los em um mar de desesperança.

Elyra, com os olhos brilhando de determinação, estendeu a mão para o céu, invocando sua própria força.

- Elyra: "Não deixarei você nos levar, Forneus." - Ela gritou, a luz emanando de seus dedos como um escudo brilhante. Ela sabia que a escuridão que ele trazia podia ser neutralizada pela luz. Mas enquanto suas mãos brilhavam com poder celestial, as almas se agitavam ao seu redor, tentando puxá-la para baixo.

Midoki avançou com a Katana Shinrei Sogai-zai em mãos, sua lâmina brilhando intensamente como um farol de luz cortante no meio das trevas.

Midoki: "Manifestação do Lobo!" - Ele gritou, invocando a aura do lobo espiritual que envolveu seu corpo. A presença do lobo aumentou sua força física e espiritual, tornando-o mais imponente, mais letal. Ele avançou, a lâmina cortando o ar com rapidez e precisão, mas a água ao redor de Forneus parecia absorver qualquer golpe que ele desferisse.

Forneus apenas olhou com um sorriso melancólico, sua mão levantando-se para invocar sua Tempestade do Julgamento. Relâmpagos negros dispararam do céu, e o mar, agora possuído por seu poder, se ergueu como muralhas, cobrindo o navio com uma tempestade furiosa.

- Forneus: "Vocês não compreendem o que estão enfrentando." - Forneus disse, sua voz reverberando no vento. - "Eu sou o Almirante dos Mares Profundos, e este mar é meu lar. Aquilo que não pertence aqui será levado."

Com um movimento rápido de sua bússola, Forneus conjurou uma onda colossal, e com a força de seu poder, ele iniciou a invocação da Rota dos Malditos, marcando o navio com uma maldição eterna.

Forneus: "Não há saída. A corrente das águas te encontrará, não importa onde você fuja."

Elyra gritou, convocando sua força, e um Escudo de Luz envolveu o navio. Mas o poder de Forneus era avassalador, e as águas começaram a invadir a barreira, forçando-a a ceder.

Neptune, em sua forma majestosa, gritou:

Neptune: "Maré Devastadora!" - Ele ergueu suas mãos e, com um gesto, as águas começaram a reagir ao seu chamado, criando uma enorme onda que se chocou contra as forças de Forneus, um confronto de poder titânico. As águas se chocaram, a força do mar se tornando uma luta entre duas entidades de poder primordial.

Elliot, o Escolhido pelo Céu, se ergueu, seu arco luminoso cintilando com energia divina.

Elliot: "Eu não deixarei que este mar leve meus amigos!" - Ele disparou uma Flecha de Luz Ventânica, e a flecha brilhou como uma estrela cadente, cortando o espaço com precisão, visando Forneus diretamente.

Porém, Forneus não era um inimigo comum. Ele conjurou o Olho do Vórtice, e uma onda negra gigante começou a formar um redemoinho, absorvendo qualquer ataque que fosse lançado em sua direção que também pode aprisionar almas de quem afunda ali. Elliot recuou, vendo que sua flecha se dissipava na escuridão do vórtice.

O mar estava em guerra. Midoki, agora em sua forma Modo Manifestar, avançou contra Forneus, sua katana girando com sua energia espiritual, suas lâminas cortando as águas que se formavam em torno do Almirante.

Midoki: "Você subestimou muito o poder dos Cavaleiros Templários!" - Gritou, mas Forneus, com um sorriso tranquilo, se preparou para mais um ataque.

E assim, o confronto entre as forças do mar e as potências celestiais continuava, enquanto os heróis lutavam para escapar das garras de Forneus.