8º Especial - Capítulo Templários: O Julgamento das Profundezas

*Nota de Introdução: "Capítulo repostado no volume para Especiais - Publicado no dia 20/03/2025 e respostado no dia 21/03/2025."

O impacto foi avassalador. A colisão entre a maré de Neptune e as ondas amaldiçoadas de Forneus fez o oceano inteiro estremecer. Por um instante, houve um vácuo de silêncio, apenas para ser quebrado pelo estrondo de trovões e pelo rugido das águas enfurecidas.

A estrutura do navio rangeu, e a maldição de Forneus começou a se manifestar. O casco foi consumido por marcas negras, como rachaduras espirituais que sugavam a energia vital da embarcação. Elyra, já exausta, sentiu seu corpo fraquejar. O último resquício de luz que ela conjurava começou a se dissipar.

Elyra: "Não... eu preciso... manter..." - Murmurou, mas a realidade foi cruel. Uma lâmina de água, densa e afiada, disparou contra ela. Midoki viu o ataque a tempo, mas não rápido o suficiente para impedir. Elyra foi atingida em cheio no abdome.

O grito de dor ecoou pelo convés. A luz que emanava dela se apagou completamente, e seu corpo, sem forças, caiu sobre as tábuas molhadas do navio. Midoki correu para segurá-la, seus olhos ardendo em fúria e desespero.

Midoki: "ELYRA!" - seu grito ecoou entre as ondas furiosas.

Mas não havia tempo para luto. O navio, agora possuído pela maldição, foi tragado pelo abismo das ondas. A embarcação partiu-se em pedaços e todos foram engolidos pelo mar.

A consciência voltou lentamente a Midoki. A sensação era de frio e sal, o corpo pesado e dormente. Ele abriu os olhos para encontrar o céu acinzentado e, ao seu redor, destroços do navio espalhados pela costa.

Ele se ergueu com dificuldade, tossindo água salgada. Em sua volta, estavam Belphegor, Neptune e Elyra, esta última inconsciente e pálida, seu ferimento ainda sangrando.

Neptune: "Onde estamos?" - Se levantou, avaliando o ambiente.

A praia era extensa, mas hostil. Rochas negras se erguiam ao fundo, e o ar possuía um cheiro fétido de algas em decomposição. O mar rugia contra os arrecifes como se protestasse pela sua presença.

Belphegor: "Isso é o Arquipélago de Drezhmar..." - Murmurou, franzindo o cenho. - "Não é um bom lugar para se estar."

Midoki olhou ao redor, seu coração apertado por uma ausência evidente.

- Midoki: "Elliot... onde está Elliot?"

Neptune cerrou os punhos.

Neptune: "Eu não o vejo."

Mas então, uma gargalhada ressoou pelo ar. Uma voz espectral, fria e implacável.

Forneus: "Tarde demais, viajantes. A alma de Elliot pertence a mim agora."

Eles se viraram para a origem da voz. No topo de um rochedo, Forneus se erguia, sua silhueta imponente envolta por um pântano de sombras. E flutuando em sua mão, enredada em correntes espectrais, estava a alma de Elliot, tremeluzindo como uma chama fraca.

Midoki: "FORNEUS!" - Rugiu Midoki, seu corpo inflamando em energia. - "SOLTE ELE AGORA!"

Forneus sorriu melancolicamente.

Forneus: "Vocês não compreendem. As leis das Profundezas Abissais são absolutas. Ele já se foi."

Mas Midoki não aceitava isso. Ele sentia a fúria queimando em suas veias. Elyra já estava gravemente ferida, sua luz quase extinta. Eles perderam um navio, e agora Forneus ousava tomar a alma de Elliot?

Midoki: "Você subestima quem eu sou." - Segurou suas katanas, e a energia ao seu redor oscilou, dobrando o próprio ar. - "Eu sou o líder dos Cavaleiros Templários. E EU VOU TRAZER ELLIOT DE VOLTA!"

Com um único passo, Midoki desapareceu em um lampejo de luz. Ele não precisava de promessas, apenas da força para destruir tudo que se opusesse a ele.

O combate foi feroz. Forneus utilizava toda a vastidão dos mares para frear Midoki, mas nada parecia ser o suficiente. Cada onda conjurada, cada invocação abissal, Midoki cortava com fúria e precisão.

Neptune, canalizando suas próprias forças marítimas, lançou um ataque simultâneo, e Belphegor, por mais relutante que fosse, usou seu Standard-Oôu (consiste em teletransporte para locais marcados e counter para técnicas espirituais) para criar brechas nas técnicas de Forneus.

Finalmente, Midoki aproveitou uma abertura e, com Wolf Slash (mistura do Duorimki com Wolfist, em que a aura emanada se assemelha com um lobo e se utiliza pelo menos uma das katanas para um corte preciso), quebrou as correntes espirituais que aprisionavam a alma de Elliot. A essência do amigo foi puxada de volta ao corpo, restaurando sua existência.

Forneus recuou, exausto, mas sua expressão era de respeito. Ele encarou Midoki e disse em um tom solene:

Forneus: "As dívidas com o mar nunca são esquecidas... Líder dos Cavaleiros Templários."

Com isso, Forneus desapareceu nas águas, e o mar voltou a se acalmar. Midoki caiu de joelhos, sua respiração pesada. Elliot tossiu ao acordar, piscando confuso.

Elliot: "Midoki...?"

Midoki sorriu, cansado.

Midoki: "Bem-vindo de volta."

Finalmente, depois de tantas provações, o horizonte se abriu para eles. O continente Solvaris esperava.

Mas enquanto partiam, uma figura os observava das sombras das rochas. Um ser encapuzado, seus olhos brilhando em um tom prateado, sussurrou para si mesmo:

- General Berith: "A tempestade ainda não terminou... Cavaleiros Templários." - Enquanto segurava uma enorme esfera de energia sombria, como se fosse a Prisão das Sombras (técnica espiritual de captura). Logo em seguida ela utiliza a técnica Selo das Sombras, a esfera de energia desaparece e ela caminha em direção às margens da praia, seguindo um rumo desconhecido.