A chuva de golpes de Midoki caía sobre Astaroth como uma tempestade imparável. Seus punhos e lâminas cortavam o ar em sequências meticulosamente calculadas, cada impacto ressoando como trovões na batalha. Mas então, uma sensação estranha se instalou em seu corpo. O tempo ao seu redor começou a se deformar, e o decreto da demora ativou-se sem que ele percebesse.
De repente, o mundo inteiro tornou-se um borrão, uma distorção sem sentido. Midoki sentiu sua energia esvair-se como se estivesse sendo drenado por algo invisível. Sua motivação, antes inabalável, tornou-se uma sombra do que era. Ele piscou, e quando abriu os olhos, Elyra estava chamando por ele... ou pelo menos parecia estar. Sua voz era uma explosão rápida, quase inaudível, como se o tempo estivesse acelerado para ela e atrasado para ele.
Belphegor observou a cena, cruzando os braços.
- Belpehgor: "Agora é tarde demais para Midoki..." - Declarou, sua voz ecoando como um veredicto inevitável.
Elyra sentiu o peito apertar, seus olhos marejando com a frustração crescente.
- Elyra: "Não... não pode ser..." - Sussurrou, enquanto as lágrimas caíam.
Elliot, incapaz de aceitar aquilo, voltou-se para Belphegor com urgência.
- Elliot: "Não há nada que possamos fazer para salvá-lo?" - Exigiu, sua voz carregada de desespero.
Belphegor suspirou, meneando a cabeça.
- Belphegor: "Há uma maneira. Mas não é simples. Precisamos derrotar Astaroth e capturar a maldição do Decreto da Demora."
Neptune apertou os punhos.
- Neptune: "Isso não será nada fácil..." - Admitiu. - "Mas pelo menos eu e Elliot estamos imunes ao efeito desse decreto, graças às nossas Segens Divinas."
Astaroth riu, seu riso distorcido e grotesco reverberando na atmosfera.
- Astaroth: "Imunes? HYAHYAHAY! Não importa. Basta derrotá-los primeiro."
Com velocidade insana, antes que Elliot pudesse reagir, Astaroth ergueu a mão e lançou o Limiar da Estagnação. Elliot foi arremessado aos céus e, no instante seguinte, seu corpo ficou paralisado no ar, quilômetros de distância de onde estavam. Um prisioneiro do próprio tempo.
Os goblins observavam a cena tensos. Pulwan virou-se para Tadyus.
- Pulwan: "Podemos usar o trunfo?"
Tadyus hesitou.
- Tadyus: "Se fizermos isso, todos seremos mortos aqui mesmo."
Elyra, agora tomada pela fúria, apontou a lança materializando-a no ar.
- Elyra: "Isso foi um presente do Ancião dos Gnomos..." - Disse em tom resoluto.
Neptune franziu o cenho.
- Neptune: "Quando foi que ele te entregou isso?"
- Elyra: "Logo após o jantar, antes de partirmos..." - Respondeu Elyra, enquanto a luz começava a se condensar ao redor da arma.
- Elyra: "Chamo por ti... Seishin no Kiba!"
A lança tomou forma completamente, emanando uma aura avassaladora. Elyra, sem hesitar, manipulou a energia da arma para criar múltiplas Lanças Celestiais Remanescentes no ar e disparou-as contra Astaroth.
- Astaroth: "Se continuar dessa maneira, vai cair no efeito do Decreto da Demora! HYAHYAHAY" - Advertiu Astaroth, rindo.
Elyra sorriu friamente.
- Elyra: "Não se preocupe. Isso nem me exige esforço."
Astaroth desviava com maestria, seus movimentos ondulantes acompanhando os fios invisíveis do tempo que ele controlava. Mas, de repente, uma das lanças transpassou seu peito. Ele olhou para o ferimento com um misto de surpresa e diversão.
- Astaroth: "Interessante..." - Murmurou, antes de ativar Retrocesso ou Avanço Localizado e restaurar seu corpo como se nada tivesse acontecido.
A verdadeira batalha começava agora.
Elyra respirou fundo e fitou Belphegor e Neptune.
- Elyra: "Não se envolvam. Eu quero provar, para mim mesma, que sou forte o suficiente para ficar ao lado de Midoki. Se eu for atingida, então podem entrar na luta."
Belphegor arqueou uma sobrancelha.
- Belphegor: "Tem certeza?"
Elyra assentiu, firme. Neptune suspirou.
- Neptune: "Se é o que deseja... mas não morra."
Astaroth abriu os braços, teatral.
- Astaroth: "Então vamos dançar, garota."
Elyra avançou, girando a Seishin no Kiba em alta velocidade. A aura celestial da arma distorcia o espaço ao seu redor, cada golpe abrindo fendas brilhantes na realidade. Astaroth recuava graciosamente, seus movimentos uma dança de fluxo e contra-fluxo temporal.
- Astaroth: "Valsa do Tempo Perdido!" - Ele anunciou, desaparecendo e surgindo atrás dela. Elyra virou-se a tempo de bloquear, mas um estranho peso instalou-se em seus membros.
- Astarorth: "O Juiz da Estagnação está em ação" - Sussurrou Astaroth. - "Cada golpe que eu te acerto, sua percepção do tempo se torna mais lenta. Vamos ver quanto tempo aguenta."
Elyra franziu o cenho, percebendo que seus reflexos estavam se atrasando levemente. Mas ela não se deixou abalar.
- Elyra: "Chuva Celestial!" - Bradou, disparando dezenas de lanças espirituais ao redor de si. Elas caíram sobre Astaroth como meteoros, cada uma carregando energia divina.
Ele sorriu.
- Astaroth: "Dilatação Temporal."
O tempo ao redor de Astaroth desacelerou, e as lanças que deveriam atingi-lo simplesmente pairaram no ar, congeladas. Então, num instante, ele avançou, girando no ar e desferindo um golpe certeiro, Congelamento Temporal, no peito de Elyra.
O impacto foi profundo, mas... ela não sentiu dor.
Seu corpo, não se moveu.
Elyra estava paralisada no tempo.
Astaroth sorriu ao vê-la imóvel, seu olhar fixo, mas incapaz de reagir.
- Astaroth: "E assim... o relógio parou para você. Mas, infelizmente, não posso matar essa elfa. Afinal, ela é essencial para os planos do meu senhor... Lúcifer Uriel..."
O capítulo encerra-se com Elyra presa no tempo, enquanto Belphegor e Neptune observam em silêncio, prontos para intervir. O destino da batalha agora pendia por um fio.