Os passos de Ardat Lili ecoavam em desespero pelos corredores escurecidos do castelo, reverberando como clamores de um coração em ruína. As pedras sob seus pés pareciam tremer em sintonia com os estrondos que vinham do corredor à frente, à direita. Um tremor mais forte a fez parar por um breve instante, não por medo, mas por reconhecimento, aquele tipo de devastação... só poderia vir de uma fúria desenfreada.
Ao virar o corredor, o cenário que se desvelou diante dela era um corte brutal na realidade. Parte da ala leste do castelo havia sido destroçada, aberta como se um punho divino tivesse golpeado a estrutura. Além da destruição, uma clareira onde antes havia muralha... e logo à frente, uma cratera abissal, um vazio que parecia sugar a própria esperança.
E no centro daquele caos, como um lamento em carne viva, estava Berith.
- Ardat Lili: "Pare agora com isso, Berith!" - Gritou Ardat, a voz rasgando o ar carregado de poeira mágica. - "Esqueça esses invasores por hora! Não mate essa elfa..."
Berith virou-se. Seus olhos, antes belos e frios como cristal negro, agora ferviam com a energia do Caos. Um calor bestial os envolvia, um tipo de calor que não aquece, apenas consome. A resposta não foi imediata. Ela caminhou em direção a Ardat alguns passos, envolta em uma aura escura flamejante e disforme, como se a própria lógica do mundo se curvasse ao seu redor. Quando enfim falou, foi como o rugido abafado de um trovão preso no peito:
- Berith: "Maldita!" - Seus dentes trincavam com raiva. - "Você agora é uma traidora também!?" - Sua voz oscilava entre o sarcasmo e o descontrole. - "Primeiro me exige que eu não relate ao Senhor Lúcifer que o maldito líder dos Templários, Midoki, estava vivo. Depois, não me permite matá-los, e agora... agora quer que eu os salve também?!
Ela cuspiu as palavras com tanta raiva que faíscas de energia negra explodiram ao seu redor.
- Berith: "Só por cima do meu cadáver, Lili! E se insistir... a próxima a morrer será você."
Ardat não respondeu de imediato. Seus olhos se estreitaram, mas não por medo. Por pesar.
Berith não era mais apenas uma aliada desequilibrada. Ela agora era uma ameaça em escala divina.
- Narrador: "O nível de poder de Berith, atualmente, após absorver seus três últimos Fragmentos do Caos em sua posse, estava além dos padrões comuns. Ela havia ultrapassado a barreira do tempo e do plano físico. Seu nível era agora próximo ao Deus (Grau S+), capaz de se igualar, ou mesmo superar, um Decreto do Abismo de baixo nível.
E tudo isso... queimava dentro dela sem controle.
Enquanto a tensão entre as duas aumentava como cordas prestes a arrebentar, uma figura se mantinha ereta em meio aos destroços, Elyra.
Seu cabelo prateado dançava ao vento, o rosto manchado de sangue seco e poeira, mas os olhos - ah, os olhos - permaneciam calmos, como os de quem já aceitou sua sentença.
Berith rugiu, avançando com fúria bestial. Seu punho envolto em caos ardente se ergueu, mirando o crânio da elfa.
Ardat ergueu a mão, conjurando uma energia etérea que se moldava como lâminas espirituais, prontas para interceptar o golpe.
Mas Elyra gritou:
- Elyra: "PARE!!!" - A voz foi firme como um trovão cortando o céu. - "Essa luta... é só minha."
Ardat congelou.
A mão antes repleta de energia oscilou, tremeu. Seus olhos se arregalaram por um segundo. Não foi apenas o conteúdo das palavras de Elyra que a impactou, foi o peso com que ela as disse. Havia convicção. Havia alma. Havia história.
E por mais que tudo dentro dela gritasse para intervir... ela abaixou a mão.
Os olhos de Ardat cruzaram os de Elyra. E, nesse instante, algo silencioso aconteceu entre as duas. Um respeito profundo, nascido da coragem e da dor compartilhada. Ardat assentiu levemente, não por submissão, mas por honra.
Elyra encarou Berith.
Seus pés se moveram com leveza quase espiritual. Cada passo era guiado por uma consciência expandida. Seu Seishin - Kanchi estava ativo, e a energia que dela emanava era sutil, mas precisa como o fio de uma adaga cerimonial.
Berith então sorriu, um sorriso que nada tinha de humano.
- Berith: "Que seja. Então morra, elfa imunda."
A tempestade se armava.
O silêncio antes da colisão de mundos.
A batalha começa.
Berith ativa “Black Reverb”. Cada golpe agora reverbera dentro do corpo de Elyra, dificultando sua regeneração. Ele surge em ziguezague, como uma sombra dançante em alta velocidade, e a atinge no abdômen com um Zero Impact.
Elyra sente… nada. Mas três segundos depois, BOOM! Uma onda invisível de destruição a lança 200 metros longe.
Ela sangra. Mas sorri.
- Elyra: “Agora, eu o entendo...”
Ela invoca várias Lanças Celestiais Remanescente (LCR) — 天槍の遺光, e tudo muda.
As lanças pulsam em dois estados: forma sólida e líquida. Elyra gira a arma em volta do corpo, desfazendo parte das ressonâncias sombrias e regenerando-se com Cura Divina. Plantas brotam mesmo do vácuo.
Berith cria um colapso de tempo com a Singularidade Sombria, congelando a percepção de Elyra e tentando perfurar seu coração com Flash Duality.
Mas Elyra deixou um Eco dos Primórdios no chão antes de ser atingida. Ela recria a lança nesse ponto e invoca uma explosão de Gelo Radiante, congelando as sombras em pleno Flash.
Berith é empurrada para trás pela primeira vez.
Ambas avançam para seus níveis máximos.
Berith está completamente sobrecarregada. Suas sombras agora gritam, suas mãos cortam o espaço e seu corpo exala trovões negros que corroem matéria. Os ataques têm peso divino. Ela cria um Eclipse Pulse que paralisa Elyra por 1 segundo.
Nesse segundo... Ela golpeia com Shadō Burēkā + Flash Abyss + Zero Impact em sequência.
Elyra finalmente ativa seu Seishin Completo e usa a Forma Divina Mutável da Lança Celestial Remanescente. Seu corpo se funde com luz e água. O golpe atravessa-a, mas não a atinge, é como tentar cortar névoa com uma lâmina.
Elyra surge acima dela com Juízo da Maré Sagrada.
Um pilar colossal de luz e mar revolto cai sobre Berith.
Ele grita, sombras tentando conter a força, mas a energia purificadora invade seu ser, desmantelando o fragmento do caos temporariamente.
Berith tenta ativar Flash Abyss para escapar. Elyra puxa seu Tesouro Espiritual, com Seishin no Kiba - Perfuração Absoluta, acerta a Berith no tempo antes do tempo.
A lança Seishin no Kiba atravessa a Singularidade Sombria, perfura diretamente o fluxo de energia de Berith. A sombra é rasgada, e o tempo colapsa ao redor dele.
Berith, caída, com parte do corpo desmaterializado, tenta se levantar. Mas seus próprios ecos temporais o traem, o Zero Impact que ela causou no passado agora acerta ela mesmo.
Elyra caminha até ela, lança em mãos, olhos em lágrimas.
Ela murmura:
- Elyra: “Mesmo na escuridão... ainda há luz suficiente para ver.”
E finaliza com a Cascata Celestial, restaurando a terra ao redor, selando Berith com luz líquida que aprisiona sombras eternamente em um fluxo de mar e claridade.
Fim do capítulo.