Capítulo 62.1 - Ecos que Precedem o Abismo

A noite se curvava ao poder das trevas enquanto Malphas, envolto em mantos negros ondulantes como a fumaça do submundo, atravessava os portões flamejantes do Castelo de Lúcifer.

As torres infinitas pareciam gritar em silêncio.

No interior do salão principal, entre espirais etéreas de magia demoníaca, Stolas flutuava sobre um círculo invertido de runas astrais, com olhos de vidro brilhando em cobalto.

Malphas não se ajoelhou. Nunca o fazia. Mas sua voz veio sóbria, quase reverente:

Malphas: "O Decreto de Ardat Lili foi arrancado e eu o absorvi para este anel. E mais… a mesma presença que os Errantes Celestiais sentiram durante a batalha dos Templários contra Astaroth... eu a matei... era só um garoto, que emanava uma poderosa aura azul cobalto. - Disse com um tom de superioridade e melancólico. - "Mas não compreendi o que era."

Stolas estreitou os olhos e ergueu sua pena rúnica e começou a traçar círculos no ar.

- Stolas: "Algo que não compreende… é algo que deveria temer, Malphas. Então quer dizer que as previsões do Future Sight, não detectaram que aquele humano estava vivo? Só espero que você realmente não tenha se enganado, Malphas."

Malphas sorriu de canto, mas o brilho sarcástico revelava mais dúvidas que certezas.

Malphas: "Tenho certeza, eu realmente o matei."

A escuridão ondulou no trono vazio de Lúcifer.

A cena se desloca para as nuvens dançavam como véus diante da grandiosidade celestial. Um navio dos Pukains, coberto por folhas, cortava o firmamento. Seu casco zumbia com energia.

No convés, Namiros, trajado com túnicas leves e olhos dourados como o pôr do sol, conversava com Hearrity do Arco de Velyndor. Seus sorrisos eram discretos, mas cada palavra parecia pesar como aço.

De repente, um clarão ressoou no horizonte estelar. A Casa de Capricórnio tremia. Do alto de uma das colunas, na central, Christ de Capricórnio surgia.

O som de seus passos sobre o mármore do zodíaco era solene.

Ela murmurou para si:

Chrsit: "Já era hora."

E começou a descer, uma casa após a outra… como se um novo ciclo estivesse se iniciando.

*A cena muda novamente.*

No meio do oceano, o mar batia em ondas profundas e indiferentes. O vento carregava sal e silêncio.

Aelion, de pé sobre a proa de um pequeno barco pesqueiro, contemplava o horizonte com olhos vazios de emoção, mas cheios de presságio. O manto verde em seus ombros tremulava.

Não havia sinal de sua tribo dos Silvinos.

Mas em suas mãos… havia um mapa, desenhado por veios de energia espiritual que se moviam conforme ele respirava.

*A cena se desloca*

Sob a terra amaldiçoada, o Labirinto do Minotauro serpenteava em espirais infinitas. As paredes respiravam, e os caminhos mudavam como pensamentos de um titã adormecido.

Entre corredores deformados, Unknown caminhava. Nos braços, a frágil e rachada forma de Lilya, a Rainha das Fadas.

Cada parede que ele tocava se rompia com brutalidade silenciosa, apenas para se regenerar, ainda mais complexa.

No núcleo da estrutura, Zenian Tauros, o Filho do Rei Minus Tauros, discutia com Sir Alden, que até então mantinha os olhos fechados.

Zenian: "Há um intruso no Norte. Algo que jamais vi. Ele carrega… uma fada. A energia dela é antiga... quebrada... mas poderosa. Já ao Leste, há um grupo de uma elfa, um demônio, um anjo e um homem-peixe."

Alden abriu os olhos lentamente.

Alden: "Essa elfa... teria cabelo prateado?"

Zenian: "Sim." - Confirmou.

Alden se ergueu de sua cadeira de madeira como se o próprio trono o libertasse de milênios de espera.

Alden: "Deixe o grupo da elfa entrar. Quanto à criatura sombria... mande tropas. Ela deve ser destruída."

Mas então, uma batida ecoou atrás deles. Durin, coberto de escamas metálicas, cruzou o salão.

Durin: "Não. Deixe a criatura entrar também."

ZenianAlden se viraram.

Durin: "A aura em seus braços... é da Lilya. Aquilo... está com a Rainha das Fadas."

O silêncio caiu. Sir Alden analisou. Seus olhos reluziram em compreensão e temor.

Alden: "…Então seja."

Zenian fechou os olhos. Seus dedos tocaram o chão sagrado e os glifos se acenderam.

Zenian: "Mestre dos Labirintos." - Ativando sua habilidade.

O labirinto gritou.

Portões ocultos giraram. Paredes se partiram. Dois caminhos surgiram: um ao norte, outro ao leste.

O som de passos veio logo após.

A criatura surgiu. A luz mal tocava sua face… mas o peso de sua aura era inconfundível.

Zenian estremeceu. Por um momento, esqueceu a própria posição.

Zenian: "O que... é você?"

A criatura não respondeu. Apenas olhou adiante, com Lilya ainda desacordada em seus braços.

Enquanto isso, uma figura encapuzada chega ao Oeste, emanando uma aura sinistra e observando as paredes do labirinto.

Fim do capítulo.