O salão do trono do castelo era imponente, com paredes de pedra ornamentadas com tapeçarias que contavam histórias de vitórias passadas. Os candelabros dourados pendiam do teto alto, lançando uma luz suave sobre o piso de mármore polido, que refletia a grandiosidade do ambiente. No centro do salão, o trono era uma peça majestosa, mas o que capturava a atenção de Léo e Lumina era a figura que nele se encontrava: Lucius Perlasca, com um olhar vazio e uma pedra estranha incrustada em sua testa.
Léo e Lumina avançaram com cautela, os corações acelerados pela tensão do momento. Léo sentiu um nó na garganta ao ver Lucius naquele estado. Ele empunhava sua espada flamejante, a lâmina brilhando intensamente, enquanto Lumina preparava sua espada da luz, a lâmina emanando um brilho suave e purificador.
— Lucius, precisamos tirá-lo desse estado — Léo tentou, sua voz carregada de esperança e determinação.
Lumina olhou para Lucius com preocupação. Ela sabia que a pedra de sangue na testa de Lucius era a chave para o controle de Fockz. Enquanto tentavam encontrar uma forma de quebrar o feitiço, uma risada fria e desdenhosa ecoou pelo salão.
Fockz surgiu das sombras atrás do trono, sua máscara de ferro obscurecendo parte de seu rosto. A presença dele era ameaçadora, e seu sorriso cruel não deixava dúvidas sobre seu desprezo pela situação.
— Parece que vocês finalmente chegaram. A pedra de sangue foi uma conquista notável, um presente dos meus experimentos em Brisighella — Fockz disse com um tom venenoso. — Lucius agora está sob meu controle absoluto.
A raiva de Léo explodiu com as palavras de Fockz. Ele sabia do sofrimento causado em Brisighella e sentiu uma onda de fúria em relação a Fockz. A determinação de derrotar o vilão e salvar Lucius nunca foi tão forte.
— Você não vai sair impune — Léo gritou. — Vamos acabar com isso!
Fockz fez um gesto, e Lucius se levantou do trono com um movimento automático, como se fosse uma marionete. Ele brandiu sua espada mágica dos tremores, uma arma poderosa gravada com runas que causavam impactos sísmicos. Ao mover a espada, o chão tremia, e ondas de choque reverberavam pelo salão.
Fockz olhou para Léo com um sorriso sombrio e disse.
— Ah, não pense que sou o grande vilão da história, garoto. Lucius sempre desejou esse poder, lá no fundo de sua alma. Eu apenas o ajudei a enxergar seus pensamentos mais profundos. O homem que vocês veem agora é o verdadeiro Lucius Perlasca.
— Lucius, tente resistir! — Lumina clamou, tentando alcançar o verdadeiro Lucius que estava preso sob a influência de Fockz.
Lucius avançou com uma força impressionante, sua espada criando fissuras no piso. Léo bloqueou o ataque com sua espada flamejante, mas o impacto foi tão forte que ele quase perdeu o equilíbrio. O chão vibrava e colunas oscilavam com cada golpe.
Lumina, percebendo a dificuldade de Léo, tomou a iniciativa. Ela levantou sua espada da luz, que começou a brilhar intensamente. Feixes de luz cortaram o ar, criando uma distração para Lucius. Cada ataque visava a pedra de sangue na testa de Lucius, na esperança de quebrar o controle de Fockz.
— Vamos concentrar nossos ataques na pedra! — Lumina instruiu.
Léo aproveitou a abertura criada por Lumina e avançou com sua espada flamejante. Ele lançou um golpe direto em direção à pedra de sangue, esperando causar um impacto significativo. No entanto, Lucius desviou com agilidade, e o golpe apenas raspou a pedra, criando uma pequena rachadura.
— Não é o suficiente! — Léo gritou, frustrado. — Precisamos encontrar uma maneira de quebrar essa pedra!
Lucius, agora mais agressivo, intensificou seus ataques. O chão continuava a tremer, e as paredes do salão vibravam com a força dos impactos. Léo e Lumina estavam exaustos, mas sabiam que não podiam desistir. A luta estava apenas começando, e eles precisavam encontrar uma maneira de libertar Lucius do controle de Fockz.
A batalha continuava com intensidade crescente, e o destino de Lucius e o futuro do reino dependiam da coragem e da habilidade de Léo e Lumina.
O salão do trono estava em frangalhos, com as paredes de pedra tremendo a cada golpe que reverberava pelo ambiente. As tochas ao longo das paredes lançavam sombras que dançavam freneticamente com cada ataque trocado. A batalha entre Léo, Lumina e Lucius, sob a influência de Fockz, se intensificava.
Léo e Lumina, reconhecendo a necessidade de uma ofensiva coordenada, prepararam-se para um ataque conjunto. Lumina levantou sua espada da luz, que emitiu um brilho ofuscante. Simultaneamente, Léo concentrou sua energia em sua espada flamejante, as chamas ao redor da lâmina aumentando em intensidade.
— Agora! — Lumina ordenou com firmeza.
Lumina fez sua espada descer em um arco elegante, lançando um feixe de luz pura em direção a Lucius. Léo seguiu com um golpe de sua espada flamejante, conjurando uma onda de chamas que se fundiu com a luz de Lumina. O ataque combinado de fogo e luz atingiu Lucius com uma força avassaladora, criando uma explosão que iluminou todo o salão.
Lucius foi arremessado para trás, recuando com um grito de dor. O brilho avermelhado em torno dele não se apagava. Furioso, Lucius começou a liberar uma energia avermelhada que serpenteava ao seu redor. Ele brandiu sua espada dos tremores com uma força renovada, e ataques poderosos começaram a se formar, disparando contra Léo e Lumina.
— Isso é só o começo — a voz de Fockz ressoou, fria e calculista. — A população está lá fora, esperando pela nomeação do novo rei. Quando virem Lucius em sua forma “perfeita”, terão uma surpresa que não esquecerão.
Enquanto as palavras de Fockz ecoavam pelo salão, a fúria de Lucius aumentava. Ele atacava com uma força devastadora, sua energia avermelhada criando ondas de choque que abalavam o chão. Léo e Lumina lutavam para se manter firmes, suas defesas quase rompendo sob a pressão dos ataques de Lucius.
Então, uma nova figura entrou em cena. Greg, o primo de Lumina, apareceu na entrada do salão. Seu rosto mostrava determinação e frustração. Ele ergueu suas mãos e conjurou uma barreira de lama, que rapidamente se moldou em um escudo protetor. O escudo de lama surgiu entre Léo, Lumina e os ataques furiosos de Lucius.
— Não pensei que você precisaria de mim, mas não posso ficar parado — Greg disse, com um tom de frustração, mas a ação mostrava lealdade.
O escudo de lama bloqueou os ataques de Lucius, protegendo Léo e Lumina dos impactos mais devastadores. Greg, apesar de suas diferenças com Léo, demonstrou um espírito de cavaleiro ao intervir no momento crucial.
— Por que está aqui, Greg? — Lumina perguntou, aliviada e surpresa.
— Não importa — Greg respondeu, ajustando sua magia. — Apenas foque em derrotar Lucius.
Enquanto o trio lutava para se recuperar e reagir, a batalha continuava no salão. A iluminação era ofuscante e os tremores constantes refletiam o caos e a tensão do combate. O confronto entre os heróis e Lucius, controlado por Fockz, estava longe de ser decidido.
O brilho das chamas e da luz se entrelaçava com a aura avermelhada da espada de Lucius, criando um ambiente caótico e ameaçador.
Greg, com a expressão decidida, empunhava sua espada mágica da floresta. A lâmina parecia viva, refletindo a energia da natureza. Greg ergueu a espada e invocou suas habilidades, fazendo com que folhas verdes e cipós se formassem ao seu redor. Com um movimento fluido, ele manipulou raízes e cipós que emergiram do chão, atirando-os contra Lucius. As raízes e cipós se enrolaram ao redor do inimigo, tentando imobilizá-lo e desestabilizá-lo.
— Sinta o poder da natureza! — Greg bradou, enquanto as raízes avançavam com velocidade e força.
Lucius, ainda atordoado pelo ataque combinado de Léo e Lumina, lutava para se desvencilhar das raízes e cipós. Seu corpo estava coberto por uma aura avermelhada que pulsava com cada movimento. Ele brandiu sua espada dos tremores, cortando as raízes e afastando os cipós, mas a pressão que Greg aplicava era evidente.
Lumina, vendo a oportunidade de atacar, preparou um movimento arriscado. Ela ergueu sua espada da luz e, com uma determinação resoluta, lançou um golpe a uma velocidade quase imperceptível. Um feixe de luz pura disparou em direção a Lucius, cortando o ar com precisão. O ataque acertou em cheio, e Lucius foi empurrado para trás, aparentemente ferido.
No entanto, a fúria de Lucius não se apagava. Ele girou para enfrentar Lumina, e, com um grito de raiva, canalizou uma poderosa onda de energia avermelhada. A energia se chocou contra Lumina com uma força devastadora, e ela caiu, desmaiando no chão, esgotada e ferida.
Léo, ao ver Lumina caída, sentiu uma onda de raiva. Ele avançou furiosamente em direção a Lucius, seu coração batendo forte com a intenção de resgatar sua amiga. No entanto, antes que pudesse chegar perto, correntes mágicas, em um tom escuro e cintilante, surgiram do chão e prenderam Léo, imobilizando-o.
— Não tão rápido, Léo — a voz de Fockz soou com um tom de triunfo. — Você e seus amigos são apenas peças no meu tabuleiro.
Lucius, agora mais enfurecido do que nunca, dirigiu sua atenção a Léo. Com um movimento furioso, ele fez sua espada dos tremores descer em direção a Léo. O impacto foi esmagador, e Léo foi atingido com força suficiente para deixá-lo desacordado. A energia de Lucius, combinada com o poder das correntes de Fockz, havia sido demais para ele.
Enquanto o salão continuava a ser iluminado por flashes de luz e explosões de energia, Greg, desesperado, lutava contra as correntes mágicas que prendiam Léo. Ele tentou usar sua espada da floresta para cortar as correntes, mas as restrições mágicas eram robustas e imunes à sua magia.
Fockz observava a cena com um sorriso frio, satisfeito com o caos que havia causado.
O salão do trono estava em plena convulsão. O ambiente, já dilapidado e coberto de poeira, agora tremia sob o poder crescente de Lucius, que estava prestes a se transformar em sua forma de ascensão completa. A energia de mana se acumulava, criando uma atmosfera carregada e elétrica. Os feixes de luz e as sombras dançavam nas paredes de pedra enquanto Fockz, com sua máscara de ferro, observava com um sorriso de satisfação cruel.
— É hora de dar o próximo passo, Lucius — ordenou Fockz com um tom de comando frio. — Transforme-se e comece a destruição. Este reino não merece mais existir.
Com um rugido de fúria e determinação, Lucius ergueu suas mãos e a mana ao seu redor começou a brilhar com uma intensidade ofuscante. A transformação estava prestes a começar, e a energia no salão se concentrou em torno dele, formando um vórtice de poder. Greg, ao ver a iminente destruição, se apressou em direção a Lumina, que ainda estava caída e inconsciente.
— Lumina! — Greg gritou, sua voz cheia de pânico e desespero. — Fique comigo!
Ele usou sua magia da floresta para erguer um escudo de lama e raízes ao redor de Lumina, tentando oferecer alguma proteção contra a explosão iminente. As raízes se entrelaçaram e as camadas de lama formaram uma barreira protetora, enquanto Greg lutava contra a crescente pressão da mana.
No entanto, o caos e a destruição iminentes eram apenas uma parte da batalha. Dentro da mente de Léo, enquanto ele ainda estava inconsciente no mundo real, algo estava prestes a acontecer. Seu subconsciente estava mergulhado na escuridão, e uma luz flamejante começou a brilhar suavemente. A Fênix Flamejante apareceu diante dele, sua presença majestosa e radiante contrastando com a escuridão ao redor.
— Léo, precisamos conversar — a Fênix Flamejante disse, sua voz ecoando com um tom profundo e cálido.
Léo, confuso mas determinado, olhou para a criatura mítica.
— O que devo fazer? Meus amigos estão em perigo, e eu preciso salvá-los. Farei o que for necessário.
A Fênix Flamejante voou ao redor dele, suas penas brilhando intensamente.
— A forma de ascensão é algo que a deusa da vida Tlathios concedeu. É uma forma angelical, revestida com uma armadura de mana e adornada com asas. No entanto, há outra forma que você deve conhecer.
A Fênix Flamejante parou e olhou para Léo com seriedade.
— Existe a forma bestial. Esta forma ocorre quando a alma da espada controla o portador. Nessa transformação, não há uma conexão harmoniosa, mas uma dominância. A forma bestial é uma rival poderosa para a forma de ascensão. Foi criada para que as espadas também pudessem decidir se desejavam se conectar com seu portador ou não.
Léo, com determinação ardente, não hesitou.
— Eu quero essa forma. Se isso significa que posso salvar meus amigos e proteger o reino, eu a aceito.
A Fênix Flamejante se aproximou de Léo, sua voz ecoando em sua mente com uma intensidade serena e ancestral.
— Vou lhe emprestar esse poder, mas em troca, preciso que você faça um favor para mim. Quando tudo isso acabar, quero que você encontre a minha espada irmã. Ela precisa de nós, e sei que você pode salvá-la.
Léo sentiu o peso da responsabilidade em suas palavras, mas a determinação brilhava em seus olhos enquanto respondia com firmeza.
— Sim, eu prometo. Encontrarei sua espada irmã e a salvarei, não importa o que aconteça.
A Fênix Flamejante fez uma pirueta na escuridão, suas chamas girando em um espiral de luz.
— Eu farei de tudo para manter você vivo, Léo. Você ainda é crucial para o futuro do reino.
Com essas palavras, a Fênix Flamejante se afastou, e a escuridão ao redor de Léo começou a se transformar. Uma energia nova e intensa começou a emanar dele, preparando-o para a transformação que iria alterar o curso da batalha.
No salão do trono, a transformação de Lucius atingiu seu auge. O ambiente estava saturado com uma energia avassaladora. Lucius agora usava uma armadura branca imponente, ornamentada com detalhes que lembravam a cor da terra. Suas asas de mana, enormes e brilhantes, se estendiam de suas costas, dando-lhe a aparência de uma divindade. O chão tremia sob a influência amplificada da espada dos tremores, e ondas de choque se propagavam por todo o reino, gerando terremotos que abalavam a terra. Fockz, por trás de sua máscara de ferro, ria com satisfação, observando o caos se desenrolar.
Enquanto a energia de Lucius enchia o salão, uma nova aura sinistra começou a emergir do corpo de Léo, que estava desacordado. Fockz, ao perceber a mudança, sentiu um frio na espinha e seu sorriso vacilou momentaneamente. Uma transformação impressionante estava prestes a acontecer.
Léo começou a se erguer lentamente. Sua forma estava envolta em uma aura negra e vermelha, e uma armadura robusta e imponente começou a se materializar ao seu redor. Era uma armadura de aparência tribal e primal, com escamas negras e vermelhas que pareciam ter sido forjadas no fogo. A superfície metálica da armadura exibia uma textura que lembrava couro ou pele de dragão, conferindo a Léo uma aura de ferocidade e poder bruto. De sua armadura, uma cauda flamejante emergia, movendo-se com um ritmo quase selvagem. A chama era intensa, em tons de vermelho e laranja, emanando calor e destruição. A cauda não apenas acrescentava um visual imponente, mas também servia como uma arma poderosa, capaz de atacar de forma autônoma.
Chifres imponentes, afiados e curvados para trás, surgiam da cabeça da armadura, brilhando com uma luz avermelhada e detalhes negros. Esses chifres não eram apenas uma proteção adicional, mas também uma arma formidável em combate. A máscara da armadura tinha olhos brilhantes e vermelhos que emanavam uma luz intensa, e toda a forma bestial de Léo irradiava calor e destruição. Pequenas faíscas e chamas dançavam ao redor de seu corpo, realçando a natureza devastadora da transformação. A espada de Léo, agora flamejante e serrilhada, refletia sua nova forma com runas e chamas que intensificavam seu poder ofensivo.
Greg, assustado com a magnitude da transformação de Léo, conseguiu arrastar Lumina para um lugar seguro. Ele se esforçava para encontrar um esconderijo onde pudesse proteger a prima e se preparar para o próximo movimento.
Enquanto isso, no salão, Lucius e Léo, agora transformados, se encaravam com uma intensidade quase palpável. O confronto entre as duas formas mais poderosas estava prestes a começar, e o salão, antes repleto de energia e caos, agora se tornava o palco de uma batalha que decidiria o destino do reino. O ar estava carregado com uma tensão elétrica, e as energias de suas transformações se chocavam, preparando-se para uma batalha épica que definiria o futuro de Lumirian.