Todas as vezes que Liu Wei acreditava estar avançando em seus planos, ele se via inevitavelmente diante de outro revés.
A nevasca rugia nos céus escuros na noite do nascimento de seu herdeiro. A primavera já se aproximava e ainda assim o frio não dava sinais de diminuir, um frio sinistro persistindo no ar como um mau presságio. Inicialmente, ele havia pensado que isso estaria a seu favor; quanto mais adversidades o povo comum enfrentasse, menos fé eles teriam em seu imperador. Afinal, era Liu Yao quem detinha — ao menos por enquanto — o mandato dos céus e era Liu Yao a quem culpariam por desagravar os deuses. Os civis que tão tolos reverenciavam seu líder pela sua benevolência também seriam as primeiras pessoas a se voltarem contra ele quando o desastre natural ocorresse e estranhos rumores começaram a espalhar que era o desprezo do imperador pela ordem natural das coisas — escolhendo um homem como sua noiva oficial sendo o mais recente — que trouxe a ira divina sobre todos.