Capítulo 11: O Sofrimento  

"Esses demônios! Esses malditos demônios!" Uma mulher, segurando uma criança em seus braços, chorava desesperadamente em meio ao caos e à multidão aglomerada. Em toda a parte leste de Mayne, reinava o desespero, e onde os rebeldes de Ferry City passavam, a tragédia seguia seus rastros.

 

Mesmo com poucas tropas, a cavalaria da cidade de Ferry ainda causava enorme devastação entre os civis.

 

Os soldados, montados em seus cavalos, gritavam enquanto cortavam caminho pela multidão. Suas espadas e chicotes açoitaram cruelmente aqueles que tentavam escapar.

 

"Vivemos aqui por décadas! Vocês não podem nos forçar a abandonar nossa cidade!" Um homem idoso se ajoelhou ao lado da estrada, suplicando aos soldados de Ferry que tivessem piedade. Mas os soldados, insensíveis e impiedosos, apenas o chutaram para fora do caminho, jogando-o inconsciente na poeira.

 

"Ali! Uma garota bonita!" Um dos soldados gritou, apontando para um pátio isolado ao longe. Seus companheiros imediatamente seguiram a chamada.

 

Dentro da casa, uma jovem mulher empurrava seu filho para debaixo da cama. Seus olhos estavam cheios de pavor enquanto ela sussurrava: "Fique aqui! Não saia! Não faça barulho!"

 

A criança, confusa e assustada, observava sua mãe com grandes olhos, até que a visão foi bloqueada pelo lençol que ela abaixou para cobri-lo.

 

Momentos depois, o portão do pátio foi arrombado. Os gritos da mãe ecoaram pela casa. "Não venham aqui! Não!"

 

Logo após, ouviu-se o som de objetos sendo destruídos e uma voz masculina gritando de dor. A casa foi tomada pelo caos.

 

O garoto permaneceu em silêncio, tremendo embaixo da cama, até que tudo ficou quieto. Ele então se arrastou para fóruns, apenas para ver sua mãe caída no chão, desgrenhada e imóvel. Seus olhos vazios estavam fixos nele. O menino empurrou o corpo de sua mãe, tentando acordá-la, mas ela não se movia. Ele se sentou ao lado dela, o sangue de sua mãe manchando suas roupas.

 

A tragédia se espalhou por toda a região leste de Mayne, e centenas de refugiados se aglomeraram no Castelo de Mayne, apenas para descobrir que a bandeira negra de Serris já tremulava sobre as muralhas.

 

Enquanto isso, na Batalha da Floresta Oriental, Chris Wayne saiu vitorioso. Ele reuniu mais de 200 soldados e escoltou mais de 1.000 prisioneiros de guerra de volta para Serris. A força de 2.000 homens de Mayne foi completamente destruída, garantindo uma vitória significativa para Chris.

 

Com cerca de 1.200 prisioneiros adultos, Chris agora poderia expandir suas minas e aumentar sua produção de aço. Além disso, esses prisioneiros facilitaram a ocupação de grande parte do território de Mayne, sem resistência significativa.

 

Três dias depois, um mensageiro trouxe a boa notícia de que Wagron já havia capturado o Castelo de Mayne, consolidando o controle de Chris sobre dois castelos.

 

Com a vitória na Floresta Oriental, o domínio de Chris crescia rapidamente, mas novas ameaças surgiam no horizonte. Wagron, ao se encontrar com Chris, trouxe notícias preocupantes.

 

"A situação no leste está terrível! O lorde Berman da cidade de Ferry aproveitou o caos e saqueou a parte leste de Mayne!" Wagron disse, com uma expressão sombria.

 

As tropas de Serris eram limitadas, e Wagron não podia se dar ao luxo de abandonar o Castelo de Mayne para enfrentar os saques em Ferry City.

 

Ao ouvir a notícia, Chris parou e, com um olhar afiado, perguntou: "O que aconteceu exatamente?"

 

Wagron respondeu: "A cidade de Ferry atacou e tentou capturar o Castelo de Mayne, mas nós os derrotamos. No entanto, eles saquearam as aldeias e levaram tudo o que puderam."

 

Chris cerrou os punhos em fúria. "Eles pagaram caro pela sua traição. Se eles roubaram, eu os farei devolver dez vezes mais!" Ele rugiu. Mas logo, Chris controlou sua raiva. Sabia que, antes de atacar Ferry City, precisava estar totalmente preparado.

 

Atacar com apenas algumas centenas de homens seria arriscado demais. Ele ainda não tinha força suficiente para um movimento tão ousado.

 

Entrando no antigo escritório de Ensel, o senhor de Mayne, Chris sentou-se na luxuosa mesa e começou a dar ordens. "Primeiro, precisamos acalmar os civis de Mayne. Distribuam moedas de ouro para mostrar que estamos aqui para governar de forma justa. Isentem-nos de impostos adicionais."

 

Chris sabia que ocupar um território era apenas metade da batalha. Ele precisava conquistar a lealdade dos habitantes. "Divulguem um anúncio. Informem a todos que capturamos mais de 1.000 soldados de Mayne. Eles trabalharão nas minas por um ano e depois serão libertados."

 

Ele sabia que, somente conquistando a confiança dos civis, poderia garantir a estabilidade em suas novas terras. "Os soldados de Mayne mortos terão suas famílias compensadas com o dinheiro confiscado de Mayne."

 

Com o território de Mayne agora sob seu controle, Chris continuou a planejar. "Envie um mensageiro a Serris e certifique-se de que Diens espalhe as notícias da vitória. Precisamos que todas as forças vizinhas saibam que vencemos esta guerra."

 

Chris levantou três dedos e detalhou suas estratégias. "Primeiro, depois que a guerra terminar, vamos reduzir as tarifas e vender nossas máquinas de marcenaria a preços baixíssimos. Se necessário, daremos essas máquinas de graça."

 

Em seguida, levantou o segundo dedo. "Distribuam moedas de ouro entre os civis, tanto em Serris quanto em Mayne. Tratem a todos igualmente."

 

Finalmente, ergueu o terceiro dedo. "Isentem os agricultores de impostos por um ano e ofereçam subsídios agrícolas. Precisamos garantir a lealdade dos civis e manter a paz. A guerra acabou para eles."

 

Voltando-se para Wagron, ele acrescentou: "Recompense todos os soldados que lutaram nesta guerra. Uma moeda de ouro para cada um. Se não tivermos o suficiente agora, esperem até que Desaier traga mais fundos."

 

Wagron acenou com um sorriso de satisfação. "Sim, senhor! Vou cuidar de tudo imediatamente!"

 

Mas Chris sabia que ainda havia muito a fazer. Seu território havia dobrado de tamanho, e ele agora precisava de mais soldados para guarnecer suas terras. A expansão do exército era vital. Antes, ele havia planejado aumentar suas forças para 2.000 homens, mas agora, com duas cidades sob seu comando, ele precisava de pelo menos 3.000 soldados para defender todas as fronteiras.

 

"Que dor de cabeça..." Chris murmurou, preocupado, enquanto olhava para o escritório de Ensel. Ele sabia que, dentro de um mês, todas as forças ao redor de seus domínios estariam focadas nele. O tempo para expandir suas forças era curto.

 

Ele precisava lidar com a ameaça de Ferry City o mais rápido possível. Com a cidade de Ferry controlada, ele poderia aliviar a pressão em uma das frentes e concentrar-se em outras ameaças.

 

Uma hora depois, Chris havia traçado seu plano de batalha. Ele ordenaria que todas as tropas disponíveis em Serris e Mayne se reunissem e atacassem Ferry City com rapidez e eficiência.

 

"Primeiro, vamos reunir todas as nossas forças e, em seguida, atacar Ferry City com uma velocidade devastadora", disse Chris, referindo-se à estratégia da blitzkrieg, usada com sucesso na Segunda Guerra Mundial.

 

Com 500 cavaleiros de elite de Serris à sua disposição, a velocidade seria sua maior vantagem.

 

"Ferry City tem pouca cavalaria e suas forças não representam uma ameaça para nós. Eles têm cerca de 1.200 infantaria e 700 soldados da marinha, mas a marinha é inútil em uma batalha terrestre." Wagron relatou, com base em informações detalhadas obtidas no Castelo de Mayne.

 

Chris sorriu. Seu plano estava pronto. Ele ordenou que Wagron liderasse 300 cavaleiros e atacasse as tropas espalhadas de Ferry City, desmantelando qualquer resistência.

 

"Assim que as forças de Ferry recuarem para a cidade, trarei todos os nossos canhões e liderarei o ataque principal!" Chris disse, determinado a vencer essa nova batalha.