A trombeta do Apocalipse

Caverna dos Caídos - 14:00PM

Ryuji estaria observando o mar que cobria toda a caverna, percebendo algumas perturbações e ondas estando mais agressivas que nunca, ele sabia que a grande hora estava chegando, em vários noticiários do mundo inteiro, indicam desastres naturais ocorrendo, algumas era vulcões em erupções, outras eram tsunamis, outros terremotos, o mundo estava mais uma vez, perto do seu fim.

Ryuji: — Hmm... Estão demorando...

Asmodeus andava pra fora da caverna, ficando do lado de Ryuji, que era acompanhado junto com os remanescentes dos anjos caídos, desta vez sua expressão era séria, observando o céu se encher de nuvens pesadas.

Asmodeus: — Eles já decidiram o lugar... Algo deve ter acontecido pra terem se apressado, Beelzebub me disse que deveríamos nos encontrar em Antártica.

Ryuji olhava pra Asmodeus, confuso por terem sugerido ir em um lugar tão incomum, mas entendia a causa, então permanecia quieto por um momento, até abrir sua boca pra falar.

Ryuji: — Vamos.

Asmodeus então, faria um círculo mágico com sangue de seu dedo, o que o mesmo começava a brilhar intensamente, todos adentravam no círculo, e eram desfigurados, assim sumindo do ar.

Antártica

O círculo se formaria novamente, no chão completamente congelado, assim brilhando com extrema intensidade, e quando terminava, os anjos caídos junto com Ryuji e Asmodeus estava lá, e antes de Ryuji analisar o local, ele ficava de queixo caído ao ver o que estava na sua frente.

Kazuhiko: — Ah, vocês chegaram, então nossas preparações acabaram.

Atrás de Kazuhiko, estavam dois grandes exércitos de demônios humanóides e algumas bestas demoníacas, de um lado estava o grande e imponente Leviathan, liderando um dos exércitos, enquanto o outro, dava pra ver uma figura obscura, mas dava pra ver que era Beelzebub liderando a outra parte, Miyako estaria do lado de Kazuhiko, fazendo algumas anotações.

Miyako: — Tudo certo... Mas espere, ainda falta o exército de Asmodeus, aonde está seus soldados?

Miyako olhava diretamente pra Asmodeus, que apenas ficava de mãos pro ar, dando um leve sorriso.

Asmodeus: — Não se preocupe, eu sozinho sou o suficiente pra ser comparado a um exército. Não gastarei nenhum soldado meu nessa guerra.

Miyako: — Não seja arrogante numa hora dessas, seu—

Kazuhiko apenas colocava seu braço na frente dela, enquanto acenava de forma negativa com sua cabeça, agora focando a sua visão pros exércitos atrás dele.

Kazuhiko: — Não se preocupe, isso será o suficiente para o que a gente vai enfrentar. Confio nas palavras de Asmodeus.

Asmodeus olharia ao redor, e forçava as vista pra ver se podia enxergar algo.

Asmodeus: — Não vejo aquele muleque... Falou tanto na minha cara que na hora decisiva, ele decide fugir?

Kazuhiko respondia ele silenciosamente, apenas apontando para cima, e quando Asmodeus seguia até onde ele estava apontando e ficava levemente surpreso ao ver uma grande aura dourada em um tom esverdeado caindo sobre o exército, e no centro da aura, ele estava lá. O Arcanjo Rafael, envolvido de diversas auréolas douradas.

Asmodeus: — Bem... Eu já sabia que ele não ia fugir que nem um bebê depois de falar toda aquela merda mesmo, então acho que isso é o mínimo.

Os remanescentes estavam de queixo caído diante a quantidade de soldados tinham, ao lembrarem de que eles algum dia também fizeram parte de um exército.

Caído: — Isso... É pelo menos... 5000... Não, 8000 vezes maior que a de exército do Lorde Azazel...

Asmodeus logo soltava uma gargalhada ao soldado mencionar Azazel.

Asmodeus: — Aquele que um dia foi um "prodígio"? Que piada, morreu em uma guerra tão merda que fica difícil acreditar que ele tinha potencial algum, e com um exército tão descuidado como aquele, era óbvio que ele no fim, não passava de um filhinho do papai.

Kazuhiko se irritava, colocando sua mão no ombro de Asmodeus que inicialmente não sentia nada, mas em pouco tempo, grande peso surgiria, jogando o ombro dele pra baixo.

Kazuhiko: — Não quero ouvir você falando merda dele, ele foi um verdadeiro guerreiro que não só matou um dos arcanjos mais perigosos, Jofiel, como derrotou sozinho mais de 60 mil anjos, e tudo isso liderando 100 anjos caídos. Se ele tivesse sobrevivido, ele com certeza te deixaria no chão, lambendo as botas dele, então não fale mal do que um dia foi meu amigo.

Asmodeus teria bastante coisa pra zombar sobre aquilo, mas após ver o rosto de Kazuhiko, que estava carregado de uma fúria verdadeira, viu que não valeria a pena provocar ainda mais.

Asmodeus: — Certo... Não falarei dele, mas ainda temos que aumentar a moral de nossos guerreiros, sem isso eles não terão a garra pra nossa vitória nessa guerra. E virarão apenas combustível pra moral daqueles arrombados.

Kazuhiko soltava o ombro dele, agora respirando fundo e contraindo sua fúria por um momento, se virando e subindo no pilar de gelo, onde daria pra ver todos de baixo, o que faria todos verem Kazuhiko. Miyako e Ryuji continuavam o olhando, e Asmodeus estava do lado de Kazuhiko, um pouco mais abaixo.

Asmodeus: — Agora mostre pra eles, a força da sua voz, se conseguir penetrar eles com a sua voz, com certeza venceremos esta guerra.

Kazuhiko respirava mais uma vez, agora abrindo seus olhos lentamente, vendo agora mais de perto aquele exército que passavam dos 8 mil soldados, com os dois exércitos juntos. E agora, ele estava no topo, liderando estes soldados, prestes a iniciar uma guerra ainda maior que antes.

Kazuhiko: — GUERREIROS!

(Ecoava sua voz pelo campo, firme e cortante como uma lâmina.)

Kazuhiko: — Olhem ao seu redor. Cada rosto que vocês veem hoje já derramou sangue, suor e lágrimas por esta causa. Não chegamos até aqui por sorte, chegamos porque recusamos a fraqueza. Rejeitamos a derrota. Nós escolhemos lutar, sobreviver e conquistar!

(Pausa breve, seus olhos percorriam os soldados, transmitindo força e determinação.)

Kazuhiko: — Eles acham que somos meros sacrifícios, esperando para ser esmagados por seus exércitos arrogantes. Mas hoje… HOJE NÃO! Eles verão que nós não somos apenas homens e mulheres. Somos tempestades, somos muralhas, somos lâminas afiadas, prontas para cortar qualquer maldito que se atreva a nos desafiar!

(Sua voz subia de tom, carregada de fervor.)

Kazuhiko: — Eles têm números? Nós temos CORAÇÃO. Eles têm armas? Nós temos VONTADE. E quando esta batalha acabar, não haverá dúvida sobre quem somos. Seremos lembrados por uma única coisa… vitória sangrenta, implacável e completa!

(Agora, ele erguia o punho, irradiando a fúria e a convicção que os soldados precisavam.)

Kazuhiko: — Hoje é o dia que marcará a história. Lutem não apenas por suas vidas, mas por seus sonhos, suas famílias, por tudo que foi tirado de vocês. LUTEM POR LIBERDADE! Por justiça! Por GLÓRIA!

Kazuhiko: — Avancemos como um só, unidos pela fúria e pelo destino. Deixemos nossos inimigos conhecer o verdadeiro significado do terror! O inferno os espera… e nós seremos seus carrascos!

(Ele fitava os soldados, esperando o grito de guerra que só viria de corações preparados para tudo.)

Kazuhiko: — HOJE, SOMOS IMORTAIS. HOJE, SOMOS A VINGANÇA! SIGAM-ME… E VAMOS TOMAR ESSA VITÓRIA! AGORA NÃO IMPORTA QUEM É BOM OU QUEM É MAL, ESTAMOS LUTANDO AGORA POR QUE TODOS NÓS QUEREMOS SOBREVIVER E VOLTAR A SUA FAMÍLIA, EU SEI QUE TODOS FORAM TRAZIDOS PRA CÁ E VOCÊS NÃO GANHAM NADA COM ISSO, MAS EU IREI MOSTRAR PRA ELES, AS SUAS FORÇAS, AS SUAS DETERMINAÇÕES, AS SUAS VOZES, QUE IRÃO COBRIR TODO ESTE CAMPO DE BATALHA, AGORA, ERGAM-SE, E LUTEM, MEUS AMIGOS!

Seu grito final era uma ordem, e uma promessa de sangue e vitória, os soldados ergueriam suas cabeças, agora mais animados que nunca, mesmo eles sabendo que realmente não ganhavam nada com aquela guerra, eles não podiam de deixar sentir aquela voz de Kazuhiko, que estavam inundando eles de força e determinação, e o primeiro a gritar, o mais inusitado dentre todos eles.

Leviathan: — AAAAHHHHHHHHH!!!!!

Com o grito de Leviathan, uma reação em cadeia aconteceria, de gritos seguindo de mais gritos, que agora ecoavam toda Antártica.

Os soldados, inicialmente cansados e sem esperança, sentiam agora seus corações queimarem com o novo fogo que as palavras de Kazuhiko haviam acendido. Para muitos, aquele grito era mais do que um simples clamor de guerra. Era o chamado para lutar por algo maior, por glória, redenção ou por seus entes queridos que aguardavam em terras distantes.

Um veterano de guerra, que havia perdido um irmão em batalha, deixou as lágrimas rolarem enquanto segurava sua espada com força renovada. Outro jovem, lutando sua primeira guerra, sentia o medo se esvair, preenchido por uma coragem que não sabia que tinha.

No meio do exército, os remanescentes dos anjos caídos—os antigos soldados de Azazel, marcados pela vergonha e busca por redenção—olhavam para Kazuhiko com olhos arregalados. Por um instante, eles não viram apenas um líder mortal, mas algo muito mais.

Uma aura dourada e escarlate parecia emanar das costas de Kazuhiko, projetando a sombra de Azazel ao seu lado, como se o lendário líder caído estivesse presente naquele momento. Os olhos dos remanescentes encheram-se de lágrimas, e suas vozes, antes silenciosas, explodiram em um clamor unificado.

Soldado Caído: — É o espírito de Azazel! Ele está aqui! Lutamos por ele!

Com isso, os gritos deles se uniram aos do restante do exército, criando uma onda de som que ecoou por toda a Antártica. Era um rugido de alma e propósito, a manifestação física de uma força invencível.

Beelzebub ficava surpreso ao ver Leviathan começar aquilo tudo, mas logo soltava uma risada sincera, colocando seus cabelos negros e longos que tampava seu rosto para atrás, agora com seus olhos, um olho sendo vermelho e o outro olho azul marinho.

Beelzebub: — Sério... Esse cara sempre é imprevisível, por isso que gosto dele... Agora acho que é a minha vez, não é?

Beelzebub segurava um pouco, abrindo sua boca para gritar também.

Beelzebub: — VAMOS MATAR TODOS ELES, E FAZER CARNE COM OS CAVALOS DESSES FILHOS DAS PUTAS!!

O outro lado do exército gritava ainda mais, desta vez completando a sintonia do exército de Leviathan.

Por fim, Rafael, sempre o mais silencioso e introspectivo, ergueu os olhos para o céu após ter visto aquela cena. Ele sentiu uma paz incomum naquele instante, como se todas as incertezas estivessem sumindo.

Rafael: — Pela a primeira vez... eu sinto que ele será uma luz em meio à todo este escuridão... Ele pode ser nossa única esperança.

Agora no topo, Kazuhiko estava ofegante com as palavras, vendo agora todo o exército gritando e agora com a sua moral extremamente alta.

Asmodeus: — Não foi 100% perfeito... Mas para uma primeira vez, sua voz realmente brilhou, nada mal.

Miyako e Ryuji apenas olhava, mas a Miyako ficava olhando pra Kazuhiko, com brilhos nos olhos.

Miyako: — O brilho de suas costas...ficou ainda mais forte agora, sério... Por que ele sempre me impressiona?

Ryuji dava uma pequena risada, não dizendo nada fora do clima para estragar a visão de Miyako.

Ryuji: — Quem sabe? Talvez isso seja da família.

Alguns minutos depois

Um estrondo ensurdecedor sacudiu a terra, interrompendo qualquer resquício de gritaria que ainda restava. O chão rachou, e os céus se tingiram de um vermelho intenso e ameaçador. Sons distorcidos de trombetas ecoaram por toda parte, como um anúncio profético.

No centro do céu, um vasto portal negro se abriu, liberando uma onda de energia densa e opressora. A primeira onda de soldados obscuros surgiu, suas armaduras refletindo o brilho macabro das luzes distorcidas. Seus passos cadenciados ecoavam como o som de mil tambores de guerra.

No alto, sobre corcéis que pareciam feitos de trevas e fumaça, surgiram as figuras imponentes dos quatro Cavaleiros.

Raiden, o Cavaleiro da Guerra, cavalgava na frente. Sua risada estrondava como trovões, e ele aplaudia com fervor, os olhos ardendo de excitação.

Raiden: — Isso sim é o que eu vivo! A guerra! O fervor! A determinação de cada vida queimando ao máximo! Prepare-se, Kazuhiko, pois você conhecerá o verdadeiro caos!

Logo atrás dele, Enoch, o Cavaleiro da Conquista, ergueu sua lança, reluzente e maligna. Seu olhar era frio, calculista, e sua presença transbordava autoridade. Ele encarou Kazuhiko com um sorriso cruel.

Enoch: — Kazuhiko...

disse ele, quase em um sussurro venenoso.

Enoch: — Parece que foi ontem desde da nosso último encontro, não? Ainda se lembra da última vez que nos vimos? Da sua mãe, chorando e suplicando? Ah, é mesmo, foi hoje que eu fiz isso. Como sou esquecido, por um momento eu quase esqueço de que você é tão irrelevante. E aí, o que você fará desta vez? Correr ou ajoelhar-se novamente?

Kazuhiko cerrou os punhos, sua aura tremulando ao redor de seu corpo.

Kazuhiko: — Você não sairá vivo desta vez, Enoch.

Nergal, o Cavaleiro da Fome, seguiu com uma expressão faminta e animalesca. Suas vestes estavam rasgadas e seu corpo esquelético, exalando uma aura sufocante que parecia roubar toda a vida ao redor. Ele ergueu um cálice quebrado em suas mãos ossudas.

Nergal: — Sangue e desespero... ambos alimentam o vazio dentro de mim. Eu devorarei suas esperanças e farei deste mundo meu banquete... Comerei todos.

Por último, vinha Abaddon, a Cavaleira da Morte. Vestida com uma armadura que parecia feita de ossos e sombras, ela montava um cavalo pálido, seus olhos vazios como abismos sem fim.

Abaddon: — Todo ciclo termina em mim. Vida, glória e até mesmo o destino. Vocês irão cair diante da morte, assim como todos os outros. Não lutem. Aceitem a paz que só a morte pode dar.

Cada Cavaleiro liderava seu próprio exército de 30 mil soldados, um total avassalador de 120 mil almas condenadas marchando para cumprir a vontade de seus mestres.

O choque inicial foi devastador. A diferença de números era clara: oito mil contra 120 mil. Uma força esmagadora de trevas e destruição. Os soldados que estavam junto à Kazuhiko hesitaram ao ver a vastidão do exército inimigo. A moral começava a vacilar.

Kazuhiko: — Não fraquejem!

gritou Kazuhiko, sua voz ressoando como trovão no campo de batalha.

Kazuhiko: — Levantem-se! Lembrem-se por que estamos aqui! Nós lutamos por mais do que sobrevivência! LUTEM PELA VITÓRIA!

Seu grito percorreu as fileiras, reacendendo a determinação de seus homens. Ele foi o primeiro a avançar, rompendo como um raio em direção ao exército inimigo. À sua frente, Enoch liderava a linha inicial, e seus olhos frios brilharam de excitação ao ver Kazuhiko investindo.

Enoch: — Venha, Kazuhiko. Mostre-me o que aprendeu desde nosso último encontro, desespero, ira. Caia na minha teia que nem uma mera formiga que tu é.

Os dois exércitos se chocaram com uma força aterradora. Kazuhiko cortava seu caminho, mas os soldados de Enoch não eram meros peões. Cada golpe que desferia era bloqueado com precisão letal, cada passo em direção ao seu inimigo era um esforço colossal.

Do lado esquerdo, Leviathan rugiu, preparando-se para entrar na batalha com suas forças. Beelzebub o acompanhava, mas antes que pudessem avançar, uma explosão de energia irrompeu entre as fileiras.

Asmodeus: — Tsc... você está ficando lento, Kazuhiko, patético!

Asmodeus surgiu, derrubando uma dúzia de soldados inimigos com facilidade. Ele sorriu, sua arrogância evidente.

Asmodeus: — O que foi? Todo aquele discurso não era só falação, era? Não decepcione a gente, líder!

Kazuhiko rangeu os dentes, seu olhar flamejando.

Kazuhiko: — Não me subestime, Asmodeus!

Com o reforço de Leviathan, o campo de batalha se incendiou em caos absoluto. Kazuhiko avançava com uma ferocidade inigualável, sua espada brilhando enquanto derrubava adversários. Mas cada golpe que desferia o levava um passo mais perto de Enoch.

O Cavaleiro da Conquista parou no meio da batalha, observando Kazuhiko com um sorriso enigmático. Seus olhos pareciam brilhar com uma mistura de expectativa e desprezo.

Enoch: — Você está apenas começando a entender o que está enfrentando...

Kazuhiko, suado e ensanguentado, parou por um breve segundo, ofegando, antes de cravar seus olhos em Enoch. Sua raiva transbordava, uma chama incontrolável que ameaçava consumir tudo.

Kazuhiko: — Eu não vou parar... até acabar com você.

E enquanto os dois se encaravam, o campo de batalha ao redor rugia com a intensidade de uma tempestade. A tensão era palpável. Enoch preparou sua lança, o sorriso ainda estampado no rosto.

O apocalipse apenas começara. E Kazuhiko estava prestes a enfrentar seu maior teste.

Fim do capítulo.