Confronto direto

Antártica - 14:56PM

Kazuhiko tinha ficado para atrás, e ele quem decidiu isso. Tudo isso para tentar salvar Castiel, mas mal sabia que aquela decisão imprudente, poderia causar um problema ainda maior.

Kazuhiko parava no meio da multidão, onde faziam uma volta dele e o que estava chegando agora, Castiel.

Castiel o olhava, apesar de ver algo que o lembrava de alguma coisa, não podia fazer nada além de obedecer a corrupção.

Castiel: — Finalmente chegou o dia em que irei te matar, eu ainda não me esqueci do que você e aquele anjo caído maldito fez com a nossa organização.

Kazuhiko pensava um pouco, o observando, mesmo que não tenha sido ele quem tinha lutado contra, sabia que algo de fato estava errado com ele.

Kazuhiko: — Castiel... Aonde está o Gabriel?

Castiel se irritava bastante ao ouvir o nome, perdendo um pouco sua compostura.

Castiel: — Não ouse... Mencionar este nome, eu juro que irei te matar com todas as minhas forças.

Kazuhiko: — É mesmo? Você sabe muito bem que naquela Guerra eu não queria nada daquilo, sei que perdeu grandes companheiros e se sentiu na obrigação de se vingar pelos os seus companheiros se juntando a essa guerra.

Castiel: — É... Parece que você me conhece muito bem—

Kazuhiko: — Era isso que você queria que falasse, não é? Para não te deixar arrependido de nenhuma ação futura que pudesse arrepender depoise vir com tudo pra cima de mim, mas quero que saiba...

Kazuhiko apontava o dedo para o céu, onde estava o Rafael dando tudo de si pra se manter útil, mas dava pra ver que sua transformação angelical estava falhando.

Kazuhiko: — Rafael se juntou à mim justamente por que não aguentava mais a pressão de seu antigo líder, Miguel. Não o tratava como uma pessoa, e sim um utensílio benéfico para suas guerras. Por isso que eu dei esta escolha de ser um homem livre, mas mesmo assim ele se juntou pra minha equipe.

Castiel: — Mas que baboseira é essa? Você não é diferente de Miguel... Você é só uma pessoa que se acha convencida de estar fazendo algo bom, mas você só o outro lado da moeda! Logo irá se tornar corrupto, não ligando pra nada além do resultado.

Kazuhiko: — Não estou dizendo que sou a pessoa certa pra isso, afinal, até alguns meses atrás, eu estava caminhando pra escola normalmente, até que fui jogado pra essa ladainha de anjos e demônios. Então já que estou aqui...

Kazuhiko se aproximava de Castiel, o olhando de baixo, mas diretamente pros seus olhos, sem sinal que iria recuar.

Kazuhiko: — Todos que estão lutando agora são a minha família, e o objetivo dessa guerra é pra salvar a minha mãe, você deve compreender a situação que estou passando, não é, Castiel?

Castiel parecia um pouco apreensivo, mas Enoch que via de longe, girava um pouco seu punho.

Enoch: — Não, palavras não funcionaram diante de mim, escória.

Assim, uma aura sombria dominava Castiel, o cobrindo totalmente sua armadura, rle se agonizava de dor, enquanto Kazuhiko recuava para observar mais de longe.

Kokuei: ((Como imaginei, parece que palavras não serão o suficiente desta vez, Kazuhiko))

Kazuhiko, mesmo rodeado de inimigos, estralava seu pescoço, soltando um leve sorriso.

Kazuhiko: — Já imaginava isso, palavras não podem atingir aquilo que está no escuro... Muito bem, lutarei até ele ver o paraíso pela a segunda vez.

Kokuei: ((Ficou bem arrogante ein? Mas ok... Só não o subestime por ter sido derrotado facilmente antes, ele ainda é conhecido como "Escudo de deus" por um motivo.))

Kazuhiko: — Certo... Venha, Castiel.

Depois de caide joelhos e agonizar de dor, a aura sombria parecia impregnar na sua pele e na sua armadura, ele levantava novamente, agora com um sorriso distorcido.

Castiel: — Perdão pela a minha insolência até agora pouco, mas agora, você irá morrer aqui para cumprir a ordem do meu lorde, Enoch.

Kazuhiko não respondeu de imediato. Ele apenas ergueu a mão direita, invocando a Hierarquia dos Pecados. A tatuagem das seis camadas brilhava em suas costas, que mesmo de baixo da sua roupa, conseguia ver claramente seu brilho, representando os pecados que ele poderia manipular naquele momento.

Kazuhiko: — Então que venha, "Escudo de Deus". Vamos ver se seu escudo é forte o suficiente para suportar meus punhos.

A multidão de anjos corrompidos recuou ligeiramente quando a energia de ambos se elevou. O ar congelado da Antártida ficou ainda mais denso conforme a batalha começava.

Kazuhiko foi o primeiro a se mover. Com a velocidade amplificada pelo Pecado da Gula, se metarmofando seu corpo na de Zadiel, ele disparou como um borrão. Golpeando Castiel com um soco reforçado por energia negra. O anjo corrompido ergueu o antebraço para bloquear, mas foi lançado para trás, quebrando o gelo abaixo de si.

Kazuhiko saltou para o alto, preparando uma investida, mas Castiel reagiu instantaneamente. Ele abriu suas asas corrompidas e criou uma barreira massiva feita de luz e trevas entrelaçadas.

Castiel: — Escudo da Salvação Perdida!

Kazuhiko colidiu contra a barreira, sentindo um impacto tão forte que o fez recuar no ar antes de cair pesadamente sobre o gelo rachado.

Kazuhiko: — Nada mal...

Castiel se ergueu lentamente, e em sua mão materializou-se uma espada luminosa envolta por sombras.

Castiel: — Eu sou o escudo de Deus. Mas um escudo que não ataca não tem valor. Hoje, serei também a espada.

Ele se moveu tão rápido quanto Kazuhiko. Suas asas batiam no ar, e em um piscar de olhos, ele surgiu diante de Kazuhiko, golpeando-o com a lâmina sombria. Kazuhiko bloqueou com dificuldade, sentindo a força bruta através de seus braços.

Kazuhiko: — Você realmente é forte, Castiel... Pois bem. Vamos aumentar o nível... Pecado da Inveja!

Seus olhos brilharam em um tom roxo. Agora, ele podia replicar parte das habilidades de seu oponente, além de igualar tanta a força, resistência quanto a velocidade. Sentiu a conexão com o escudo celestial de Castiel e, em um instante, criou sua própria barreira negra.

Castiel tentou atravessar a defesa de Kazuhiko, mas foi repelido violentamente. Pela primeira vez, seu rosto demonstrou surpresa.

Kazuhiko: — Você pode ser o escudo de Deus, mas agora eu também sou.

Castiel rugiu e ergueu sua lâmina, concentrando energia divina corrompida.

Castiel: — Lâmina da Redenção Perdida!

Ele desceu o golpe com toda sua força. Kazuhiko ativou Pecado da Luxúria, fazendo com que sua energia se expandisse e se tornasse flexível, permitindo que ele redirecionasse a força do impacto.

O choque entre os dois poderes foi devastador. O gelo abaixo deles explodiu, criando uma cratera gigantesca. A tempestade de energia empurrou todos os anjos corrompidos para trás, enquanto Kazuhiko e Castiel continuavam se enfrentando no centro do caos.

De longe, Enoch estava sentado em uma cadeira de pedra, tomando um vinho enquanto observava a luta.

Enoch: — Interessante seus poderes, ele usa o pecado como uma forma de catalisador mágico pra usar enquanto luta, mas ainda não entendo... Miguel nunca teria perdido pra esse muleque... O que aconteceu?

A batalha que antes parecia equilibrada começava a pender de forma brutal. Castiel, que já estava tomado pela corrupção, piorava ainda mais. Seu corpo se contorcia em uma transformação grotesca—chifres negros se projetavam de sua testa, suas asas angelicais escureciam e pulsavam com uma energia caótica. Seus olhos brilhavam como brasas infernais, refletindo apenas o desejo de destruição.

Kazuhiko sentiu um frio na espinha. O que estava diante dele não era apenas um arcanjo corrompido. Castiel agora se tornava algo novo—uma fusão profana entre o divino e o caos. Seu corpo reluzia com um brilho profano e sua presença sozinha parecia esmagadora.

Antes que Kazuhiko pudesse reagir, Castiel avançou. Seu movimento era rápido demais, quase impossível de acompanhar. Um segundo de hesitação foi o suficiente para que Kazuhiko fosse atingido brutalmente. Um golpe de escudo atingiu seu peito com força absurda, jogando-o para trás como se fosse um mero brinquedo. Ele tentou se recompor, mas Castiel já estava sobre ele, sua lâmina descendo em um arco destrutivo.

Kokuei, observando à distância, sentiu um calafrio. Nunca em sua vida tinha visto algo tão insano quanto a mistura entre corrupção caótica e um arcanjo. Cada corte e escudada de Castiel carregava força suficiente para devastar o planeta. A cada golpe, o mundo sofria—enormes fendas se abriam no gelo da Antártica, rachaduras se estendiam por quilômetros, e ondas de choque varriam tudo ao redor.

Kazuhiko mal conseguia se manter em pé. Seu corpo estava coberto de cortes profundos, o sangue tingia a neve abaixo dele de carmesim. Enquanto caía de joelhos, sua visão se embaçava. Enquanto Rafael já estava exausto em nível extremo, não conseguindo mais mater a cura constante de Kazuhiko, então ele teria que descansar ao menos um pouco antes de sofrer um colapso.

Rafael: — Merda... Justo agora...

Rafael descia lentamente até um dos exércitos aliados, extremamente exausto e ofegante.

Rafael: — Por favor, não morra...

No fundo da mente de Kazuhiko, ele só conseguia pensar em uma coisa, uma dúvida que feria toda vez que pensava.

"Cada um da minha equipe é ridiculamente forte... Miyako, Rafael, Ryuji, Beelzebub, Asmodeus, Leviathan... E eu? Eu realmente mereço ser o líder deles? Eu sou digno disso? Eu sou fraco... Até mesmo Rafael conseguiu derrotar um Cavaleiro, e eu... Estou morrendo pra um simples arcanjo."

Ele sentiu seu coração pesar, sua respiração falhar. A batalha parecia perdida.

Kokuei: ((Você não pode desistir.))

A voz de Kokuei ecoou em sua mente, firme e determinada.

Kokuei: ((Todos eles estão nessa luta porque você é importante para eles. Você não vai desistir da sua família. Assim como eles nunca desistirão de você. Então faça o mesmo. Não desista deles. Continue lutando, seu merda!))

Kazuhiko sentiu algo dentro dele despertar. O desejo de proteger, de continuar. Ele fechou os olhos, respirou fundo e sentiu sua alma gritar por mais poder.

Castiel ergueu sua lâmina para finalizá-lo.

Kazuhiko sussurava pra si mesmo, antes mesmo de Castiel terminar seu golpe.

Kazuhiko: — ...Desejo... Me dê mais... Quero mais poder...!

E então—uma explosão de luz.

Um brilho amarelado gigantesco cobriu o campo de batalha, ofuscando tudo por um instante. Quando Castiel voltou a enxergar, viu algo que o fez arregalar os olhos.

Kazuhiko estava de pé. Seu braço havia sido perfurado pela lâmina, mas ele não cedia. Em suas costas, uma das esferas vazias de seu círculo começava a brilhar, e então, nela, surgiu um único kanji brilhante:

Ganância (欲).

Os olhos de Kazuhiko ardiam com determinação.

Kazuhiko: — Todos estão lutando para vencer... Rafael, Ryuji, Beelzebub, Asmodeus, Leviathan e... Miyako. Eu também tenho que mostrar que posso vencer!

Com um grito de pura determinação, ele desferiu um soco contra Castiel.

O arcanjo, agora invulnerável, não sofreu dano físico. Mas sentiu algo muito pior—uma dor imensurável em sua alma. Algo que não deveria ser possível.

Castiel numa voz sombria e distorcida, passava a mão aonde tinha sido atingido, sentindo aquilo.

Castiel: — A dor é realmente algo demoníaco, não importa como você esteja, de alguma forma, tu sempre sofre, e eu odeio isso, o matarei antes de me mostrar mais dessa dor.

Kazuhiko: — Eu também aposto que Gabriel deve estar sofrendo bastante, você ganhou tanto poder, mas está usando apenas pra me matar, o único quem precisa morrer nessa porra de guerra é Enoch, e você sabe muito bem disso.

Castiel: — Cale a merda da sua boca, seu porra!!

A luta entre Kazuhiko e Castiel se intensificava, mas em outro lugar, longe dali, algo ainda mais sombrio se desenrolava.

Em um corredor sem fim, envolto por uma escuridão tão densa que parecia viva, passos ecoavam, firmes e calculados. O ambiente era claustrofóbico, as paredes pareciam se contorcer, como se respirassem, e a única fonte de luz vinha de fracas tochas azuladas, tremulando com uma chama antinatural.

O chão era de pedra antiga, manchado por algo que parecia sangue ressequido. Dos lados, inúmeras jaulas de metal negro estendiam-se até onde os olhos poderiam alcançar. Algumas estavam vazias, outras continham seres encurvados, deformados, criaturas que um dia foram poderosas, mas agora jaziam ali, esquecidas, como restos de um passado terrível.

O vulto encapuzado seguia em silêncio, sua presença era sufocante, como se a própria escuridão o reconhecesse e recuasse a cada passo. Ele parou diante de uma jaula específica, o metal da grade parecia corroído, e correntes espirituais a envolviam, selando o que estava dentro.

Lentamente, ele se inclinou e tocou a grade com os dedos cobertos por luvas escuras. Um estalo ecoou pelo corredor.

???: — Olá... Gabriel.

Dentro da cela, uma figura esquelética e debilitada se mexeu. Olhos outrora repletos de divindade se ergueram lentamente, encarando a figura encapuzada. Mesmo debilitado, sua presença ainda era esmagadora. Ele era Gabriel, o mensageiro de Deus, um dos mais poderosos arcanjos... agora reduzido a um prisioneiro esquecido.

Seus lábios ressequidos se abriram levemente, sua voz era apenas um sussurro, carregado de algo que não era medo, mas curiosidade... e talvez, uma centelha de esperança.

Gabriel: — ... Quem... é você?

O encapuzado não respondeu de imediato. Apenas um leve sorriso se formou sob a sombra do capuz antes que ele dissesse, em um tom quase divertido:

???: — Um amigo. E eu vim te libertar, não temos muito tempo até eu ser descoberto.

Continua...