Capítulo 2 – Casar com Alexander King

"Joanna Baker, você é uma filha ilegítima. Como você pode sequer mostrar seu rosto aqui? Você não é nada," a meia-irmã de Joanna, Mia, gritou, depois de dar-lhe um tapa ardente.

A bochecha de Joanna queimava, assim como sua raiva. Por dez anos, ela foi um capacho para os Bakers por causa da doença de sua mãe, mas não mais. Sem pensar duas vezes, ela revidou o tapa.

O dela foi mais forte, e Mia cambaleou, caindo no chão, seus olhos se enchendo de lágrimas. "Como você se atreve a me bater?"

"Você me bateu primeiro. Eu só devolvi melhor." Joanna não se arrependeu, mesmo quando seu pai interveio.

"O que está acontecendo aqui?" Ele já estava ao lado de Mia, ajudando-a a se levantar do chão.

Com uma expressão lamentável, Mia chorou nos braços de seu pai. "Pai, ela me deu um tapa porque eu disse que ela estava parecendo uma serva e devia trocar para algo melhor."

Joanna ficou pálida de raiva, mas sua voz permaneceu calma. "Isso não é verdade. Como você pode mentir tão irracionalmente?"

"Você está dizendo que não a bateu?" Seu pai rosnou, já tomando partido de sua filha amada.

"Ela me bateu primeiro," Joanna se manteve firme, sem se render.

Seu pai, Cole Baker, não estava disposto a continuar com o assunto, vendo que a bochecha esquerda de Joanna estava igualmente vermelha.

"O que você quer aqui afinal?" Seu pai olhou fixamente para ela, que subitamente se amansou ao lembrar de sua mãe.

"A doença da mamãe é grave. Eu preciso de dinheiro."

O nariz de Mia se contraiu, e ela enviou secretamente uma mensagem de texto para sua mãe. 'Mamãe, a vadia está aqui pedindo dinheiro para papai para a mãe vadia maior.'

'Estou no salão de beleza e não posso ir agora. Pensando bem, seu pai deveria casá-la com os Reis. Eles podem ser ricos, mas nenhuma mulher gostaria de ser sua nora.'

Mia sorriu ao ler a mensagem, procurando uma maneira de fazer a sugestão ao seu pai. Logo depois, outra mensagem de sua mãe chegou.

'Não se preocupe. Eu vou contar a ele mesmo.'

"Joanna, você tem uma atitude tão grande, mas é nojenta. Recebi um e-mail dizendo que você foi demitida hoje. Agora está aqui para pedir dinheiro." A decepção estava no tom de Cole, mas Joanna não se importava. O homem nunca a tratou como uma filha.

Desta vez, com a prova que tinha, ela não conseguia engolir tudo. "Você não vai perguntar o que aconteceu?"

"O que há para perguntar? Você é apenas tão orgulhosa porque se acha demais."

Joanna podia ser muitas coisas, mas não as coisas que seu pai mencionou agora. O pensamento disso a fez entender que não apenas seu pai não se importava. Ele também não a conhecia.

"Você é meu pai, e eu trabalho para você. Me mande para outra empresa, mas eu vou provar que o Sr. Troy não é o anjo que você pensa que ele é."

Cole bocejou de tédio, não se convencendo nem por um momento pelas palavras de Joanna. "Vou esperar essa prova, então vá embora."

"Eu preciso de dinheiro urgentemente para as contas da mamãe."

Joanna não se mexia, sem esquecer o motivo de estar ali. Sua ousadia surgia da revelação das ações de sua mãe na empresa de Cole.

Como ele podia dever tanto à sua mãe e fechar os olhos para o problema dela? Ela não ia permitir isso.

Curiosamente, apesar de todo o luxo que emanava da mansão de Cole, Joanna estava tão desconfortável que não conseguia nem sentar. Não era sua casa, e seu pai não a tinha convidado a fazê-lo.

"Ok. Vamos fazer assim. Alexander King está se recuperando do acidente. Seu avô precisa de uma esposa para ele para que você possa ser nossa candidata, e todos os seus problemas financeiros serão resolvidos."

Mia sorriu, sabendo que o pai havia recebido a mensagem da mãe.

Joanna ficou imóvel diante do pedido. Ninguém sabia como Alexander King era, sendo o primeiro filho da família Kings. Eles eram os mais ricos da Cidade de Nova Iorque, e ainda assim, sempre se mantiveram longe da mídia.

Nenhuma imagem deles circulava nas manchetes de mídia exceto a de seu avô, Aristotle King. O ar em volta do velho já era tão intimidador, embora ele tivesse uma aparência muito atraente para sua idade.

Joanna também lembrou que Mia era a noiva de Alexander quando a notícia sobre seu acidente não havia sido divulgada. Mia cantava isso como uma música, alta o suficiente para qualquer um ouvir, mas agora que a desgraça aconteceu, Joanna seria o cordeiro sacrificial.

Os rumores no ar advertiam que o primeiro filho da família King estava envolvido em um acidente horrível, deixando-o em estado vegetal. Diziam ainda que sua aparência também havia sido muito danificada, então qual mulher gostaria de desperdiçar sua vida ao lado de um homem assim?

Joanna não ignorava esses rumores. "Deixe-me adivinhar. Mia não o quer mais porque ele não é mais o CEO misterioso e charmoso, certo? Ou, é porque ele está paralisado e acamado, você quer que eu tome o lugar dela?"

O sorriso no rosto de Mia congelou, temendo que Joanna fosse rejeitar a oferta, especialmente quando ela já estava envolvida com um cara bonito e rico, Logan.

Se assim fosse, então Mia não teria escolha a não ser casar com Alexander King. Caso contrário, a parceria entre os Bakers e os Reis será rompida.

"Inteligência é algo que você herdou de mim," Cole zombou. Joanna continuava impassível.

"Não. Eu herdei da minha mãe. Você nunca fez parte da minha vida, Cole."

Ele não se importou que ela o chamasse pelo primeiro nome, já que ele igualmente não queria que ninguém soubesse sobre o relacionamento deles.

Uma filha ilegítima não era algo de que ele se orgulhasse, mas para o bem da parceria, ele estava disposto a fazer alguns ajustes.

"Então, você concorda com o casamento?" A esperança ressoou em seus olhos, logo substituída por desânimo.

"Não. Que cada um carregue sua própria cruz. Estou aqui pelas ações da minha mãe."

A menção das ações fez tanto Cole quanto Mia congelarem. Cole logo se recuperou, forçando um sorriso.

"Eu pensei que ela tinha esquecido disso." Ele estava se referindo à mãe dela. Um sorriso floresceu no rosto de Joanna.

"Parece que suas orações continuam sem resposta."

Cole lembrou-se de algo, seus lábios surpreendentemente afinados. "Ela deve ter te contado sobre a cláusula de casamento que ela colocou lá, certo?"

Joanna se mexeu ligeiramente. Sua mãe não havia explicado isso para ela. "O que isso diz?"

"Você só pode colocar as mãos nessas ações depois de se casar." Aproveitando a situação, ele resumiu.

"Se você conseguir se casar em três dias, eu te darei as ações ou, elas se tornarão minhas para guardar e eu posso assiná-las para sua irmã, Mia."

O olhar de Joanna perdeu o brilho. Ela tinha um namorado, mas nunca pensou em casamento tão cedo. O relacionamento deles também era muito recente. Nesse ponto, ela ficou sem palavras.

Ela sempre quis se casar por amor, mas isso seria como um casamento por benefício, e ela não queria isso.

"Você está quieta. Já desistiu? No fim das contas, tudo se resume à mesma coisa. Case com Alexander King, e você pode nem precisar dessas ações."

༺❀༻

Três dias depois, Joanna estava em um vestido branco simples na altura do joelho, esperando seu namorado, Logan Matison, para levá-la ao cartório de casamento.

Logan era um homem muito ocupado, e como Joanna havia passado seus dias com sua mãe no hospital, era compreensível que não o tivesse visto.

Falando ao telefone sobre o casamento, Logan concordou após uma breve hesitação quando Joanna explicou que seria secreto e que poderiam se divorciar depois se não fossem compatíveis.

O fato de estarem namorando não significava que tinham que se casar, então as condições de Joanna eram bastante razoáveis para ele.

Joanna havia programado para que a oficialização fosse a primeira para que pudesse voltar a ficar ao lado de sua mãe, mas depois de duas horas de espera, parecia que Logan havia esquecido ou algo havia acontecido com ele.

Discando seu número pela enésima vez, a mesma voz feminina robótica continuava respondendo, "o número está desligado ou fora da área de cobertura."

Chamando um táxi do seu apartamento, ela ouviu o som estridente de um carro na estrada de asfalto quando cruzava a rua para pegar o táxi que havia chamado.

Joanna congelou de choque ao ver um Bentley vindo em sua direção, mas logo parou a apenas um metro de distância. Joanna perdeu o equilíbrio de choque, ao mesmo tempo que o motorista do Bentley saiu para estabilizá-la.

"Senhorita, você está bem? Sinto muito por não ter te visto."

Ela recuperou-se e forçou um sorriso. "Estou bem. Sem arranhões. O carro não me atingiu. Além disso, foi minha culpa. Eu deveria ter sido mais cuidadosa."

A janela de vidro na traseira do Bentley foi abaixada, e um homem falou de trás. Joanna só podia ver seu perfil lateral, sua respiração parou instantaneamente na garganta.

Como um homem podia ser tão bonito e ao mesmo tempo assustador? O fascínio emanando de sua voz aveludada, exumando respeito e domínio enquanto falava, provocou um arrepio em seu corpo, suas orelhas ficando vermelhas. Aquela voz também parecia familiar, mas ela não conseguia conectar as duas pessoas.

"Diga a ela para entrar. Você pode levá-la ao hospital depois de me deixar." Ele olhou impacientemente para o relógio Rolex em seu pulso.

Joanna logo começou a se repreender por ter pensamentos ilícitos sobre um homem, quando ela já tinha um e estava se casando.

"Não. não, estou bem. Por favor, continue. Eu não fui atingida."

Houve silêncio, como se esperando que o homem recusasse, mas quando ele falou novamente, soava bastante irritado.

"Se você diz. Ike, não perca meu tempo."

O homem ao lado de Joanna correu instantaneamente para o lado do motorista, a porta de vidro foi levantada enquanto o Bentley acelerava.

Joanna respirou fundo antes de se sentar no táxi. Ela nunca conheceu um homem assim na vida antes e de alguma forma, não conseguia parar de pensar naquela voz, esperando que ele não fosse o homem que ela pensava que era.

Ela chegou à casa do namorado, com medo de que algo ruim tivesse acontecido com ele, então, sem bater, empurrou a porta, sem fôlego.