Capítulo 1 - Abra a maldita porta

"Se você sair por essa porta, você está demitida," latiu o Sr. Jones Troy, o chefe de Joanna no escritório.

Joanna, que quase havia chegado à porta, parou no caminho. Girando, ela empurrou mechas de cabelo para trás das orelhas com uma expressão sombria, mas sua voz era suave.

"Eu só pedi permissão para ver minha mãe no hospital. Se isso for pedir demais, então desconta do meu salário. Tudo que eu preciso são algumas horas."

Um sorriso irônico se formou no canto dos lábios do Sr. Troy. Seu olhar de repente baixou enquanto ele abria o zíper das calças. "E eu pedi para você fazer uma coisa." Luxúria cintilava em seus olhos, e Joanna estava enojada. Seu olhar escureceu, sua raiva crescendo, impedindo-a de filtrar suas palavras.

"Você é tão descarado. Eu vou denunciá-lo ao RH por assédio sexual."

"Hahahaha," riu o Sr. Troy. "Que prova você tem?" Ele debochou dela, levantando-se, imperturbável, mas irritado por ela ser a primeira garota a recusá-lo.

Lentamente, ele se aproximou dela, mas como era mais baixo, só podia encará-la de baixo. "Serão suas palavras contra as minhas, e claro, ninguém vai acreditar em uma garota pobre como você em vez de um CEO como eu."

Ele sempre se safava disso, tão certo, não havia nada que Joanna pudesse fazer contra ele. A maioria dos funcionários também haviam sido vítimas de suas maneiras astutas.

"Tenha cuidado, Sr. Troy, não subestime todas as mulheres. Vou ver minha mãe." Preocupação se misturava em sua voz ao mencionar sua mãe. A mulher estava em tratamento para um tumor cerebral, mas geralmente nunca avisava Joanna quando ficava sem medicação.

Para ela ter sido levada ao hospital significava que sua condição havia piorado.

Antes de sua mão alcançar a maçaneta, seu chefe rapidamente passou por ela e trancou a porta. Joanna ficou furiosa.

"Abra a droga da porta."

"Ou o que?" Ele girou a chave em torno do dedo indicador e perguntou indiferente. Ele não iria deixá-la ir até ter aquela satisfação. "Eu te dei uma tarefa simples. Isso também lhe traria uma boa promoção."

Com o tempo se esgotando, Joanna não podia desperdiçar o pouco que lhe restava. Líquido vermelho espirrou no chão ao som de um estilhaçar, acompanhado por pedaços de vidro quebrado.

Os olhos do Sr. Troy estavam tão vermelhos quanto o líquido no chão. "Isso é Chateau Lafite 1787 que você acabou de quebrar. Nem seu salário anual será capaz de pagar por isso." Raiva misturava-se à sua voz enquanto pensava em como fazê-la pagar, mas estava envolto de medo com sua resposta.

"Você está preocupada com o conteúdo, mas eu estou mais preocupada com o caco na minha mão. Abra a porta ou eu vou atacá-lo com ele," ela ameaçou em um tom calmo.

Joanna nunca soube como gritar. Herdando o temperamento calmo de sua mãe, ninguém notaria quando ela estava chateada.

"Mulher louca. Saia do meu escritório e nunca mais apareça aqui. Você está demitida!" O Sr. Troy explodiu. Ele abriu a porta, empurrou-a para fora e a fechou com força ao final.

"Que mulher louca. Ela poderia ter gostado e também conseguido uma promoção, mas decidiu fazer algazarra." Seus dentes rangeram enquanto pensava no que fazer a seguir. Justamente então, ouviram-se batidas na porta.

"Entre."

Um dos funcionários entrou com equipamentos de limpeza. "Senhor, o zelador está de folga. Eu vou limpar a bagunça."

A atenção do Sr. Troy foi atraída de volta para o caro vinho que lhe fora presenteado. Ele queria dá-lo de presente para sua esposa no aniversário dela, mantendo-o no escritório até então. Quem diria que a mulher louca iria destruí-lo?

Lágrimas picavam no canto dos seus olhos enquanto ele pegava o interfone e falava com o Gerente de RH. "Joanna Baker está demitida por má conduta grave. Ela nunca deve pisar em nenhum de nossos escritórios novamente."

A mulher que limpava a bagunça tinha um sorriso maligno no rosto enquanto se inclinava e retirava um dispositivo escondido, escondendo-o entre os equipamentos de limpeza antes de sair rapidamente do escritório.

Joanna chegou ao hospital ofegante, correndo até a ala de emergência. "Como ela está?" ela perguntou à cuidadora de sua mãe.

"Não…" A cuidadora estava prestes a dar a atualização exata sobre a situação quando a voz suave de sua mãe contrariou,

"Estou bem, Joanna, o médico está prestes a me transferir para uma ala normal."

"Qual é o problema então?" Joanna cruzou os braços, não acreditando em sua mãe. Sua cuidadora havia lhe enviado mensagens algumas vezes, informando Joanna sobre como sua mãe jogava seus remédios no lixo porque sentia que estava sendo um fardo e queria morrer.

"Eu te disse que ela precisa de uma cirurgia. O tumor aumentou e, se não fizermos isso em uma semana, ela morrerá," o médico entrou na sala de emergência enquanto falava.

A mãe de Joanna, Monica, engoliu em seco, a culpa crescendo em seu coração ao ver o olhar dolorido nos olhos de Joanna.

"Eu não quero fazer cirurgia. Prefiro morrer." Ela não queria morrer, mas sentia que era apenas um fardo para sua filha. A atmosfera tensionou quando o médico saiu.

"Vou deixar vocês duas a sós."

"Obrigada, doutor," Joanna agradeceu por trás dele, ficando sozinha com sua mãe e a cuidadora. Inesperadamente, ela envolveu os braços em torno de sua mãe, e as lágrimas que segurou por tanto tempo começaram a fluir livremente.

"Mãe, por que você quer me deixar?" Ela soluçou no pescoço da mãe. Elas eram tão próximas, mais como melhores amigas. A dor cortou o coração de sua mãe.

"Joanna, eu sou apenas um peso. Minhas contas hospitalares são muitas, e agora uma cirurgia? Por favor, me deixe morrer. Não desperdice mais dinheiro neste tumor cerebral antes que você fique empobrecida."

Joanna ficou ligeiramente tensa. Seu emprego já estava perdido por agora e suas economias também não seriam suficientes para pagar a cirurgia, então ela teve que pensar em algo rapidamente.

Logan, o nome de seu namorado, piscou em sua mente, mas ela balançou a cabeça. O relacionamento deles era recente demais e eles nem sequer tinham dado um beijo profundo. Ela poderia ser vista como uma interesseira. Logan não estava falido, mas também não era rico, pelo que ela sabia dele.

"Não. Vou procurar o Cole. Ele tem que nos dar algum dinheiro. Ele não pode simplesmente nos virar as costas."

Cole era o pai de Joanna, mas ele nunca se interessou por ela porque ela nasceu fora do casamento. Joanna nunca o chamou de pai porque ele nunca desempenhou esse papel em sua vida. Eram sempre ela e sua mãe o tempo todo.

"Por favor, não faça isso," Monica recusou, afastando-se, enquanto olhava para Joanna com um olhar triste, mas Joanna não aguentava mais.

Seu pai, sua esposa e filha eram muito esnobes com ela, mas Joanna estava pronta para baixar a guarda desta vez, apenas para conseguir o dinheiro.

Além disso, a empresa da qual ela acabou de ser demitida era uma subsidiária da empresa de seu pai, mas ele também apoiava o Sr. Troy, não acreditando que o homem jamais assediaria qualquer mulher sexualmente.

"Eu vou."

Joanna estava determinada. Ela nunca conseguiu nada do pai de graça, mas desta vez, ela precisava de dinheiro de graça para a cirurgia de sua mãe.

Monica sabia que Joanna não desistiria. Suspirando, ela revelou, "Se você precisar, então diga a ele para entregar minhas ações para você."

Joanna ficou chocada, olhando para sua mãe em descrença. "Você tem ações na empresa dele?" Era inacreditável porque sua mãe nunca mencionou isso. Os olhos de Monica se encheram de remorso e dor, mas seu tom era suave e calmo.

Seu disfarce sempre tornava impossível para alguém discernir que ela não estava bem. "Foi há muito tempo, quando estávamos namorando."

Joanna ainda sentia como se estivesse recebendo metade de um pão em vez do pão cheio que comprou. "Por que você investiu na empresa dele quando você era apenas uma amante?"

Monica sorriu amargamente, mas o passado estava no passado, e ela não via razão para desenterrá-lo mais.

"Joanna, algumas coisas é melhor deixar sem dizer. Aquelas ações valem milhões. Se há algo para lutar, então deve ser isso."

"Por que você não me contou antes?" Joanna estava confusa, pensando se sua mãe ainda escondia mais coisas dela.

"Isso porque eu queria deixar para lá, mas não posso assistir você sofrer enquanto sua meia-irmã leva tudo. Além disso, há algumas cláusulas fictícias. No começo, eu fazia isso para te proteger, mas de repente perdi o interesse."

Joanna a olhou severamente. "Quero saber os detalhes do seu relacionamento com ele quando eu voltar, e por favor, não tente mentir para mim novamente." Joanna se levantou e girou-se após dizer essas palavras.

Chegando à Mansão dos Bakers e sabendo que não seria deixada entrar sem o consentimento do pai, ela esperou até que um dos servos estivesse saindo, aproveitando a oportunidade e correndo para dentro da casa com a segurança atrás dela, mas ela fechou a porta principal assim que entrou na mansão.

Tap!

Assim que ela se virou para respirar depois de escapar da segurança, seu rosto ardeu de um tapa.