A Revelação

Ao entrar, a grandiosidade do interior da mansão tirou meu fôlego. O saguão era vasto e aberto, com um chão de mármore polido que refletia o brilho suave dos lustres de cristal pendurados no alto do teto.

As paredes eram adornadas com painéis de madeira escura e rica e molduras intrincadas, exibindo o fino artesanato que havia sido aplicado na construção da propriedade.

Retratos de ancestrais distintos me encaravam de suas molduras douradas, seus olhos aparentemente me seguindo enquanto eu me movia.

Uma grandiosa escadaria curvava-se elegantemente para cima, seu corrimão uma obra-prima de mogno entalhado. O ar estava impregnado com um leve cheiro de jasmim e livros antigos.

A atmosfera era de uma riqueza e poder silenciosos, quase opressivos.

Um mordomo de rosto austero apareceu e sinalizou para que eu o seguisse. Passamos por uma série de salas elegantemente decoradas, cada uma mais luxuosa que a anterior.

Havia uma biblioteca com estantes do chão ao teto cheias de volumes encadernados em couro, uma sala de estar com cortinas de veludo suntuosas e mobília antiga, e uma sala de jantar com uma longa mesa que podia facilmente acomodar vinte convidados.

Finalmente, o mordomo me conduziu à sala de espera. Era um espaço aconchegante, mas opulento, com poltronas macias estofadas em tecido de um rico tom de bordô, um tapete persa que parecia suave sob os pés, e uma grande lareira que crepitava com um calor acolhedor. As paredes eram forradas de estantes e adornadas com obras de arte de bom gosto, criando um ambiente de conforto refinado.

Eu me sentei, meus olhos vagando pela sala, tentando acalmar meus nervos.

"Senhorita Eve, Sir Sinclair estará com você em breve", disse o mordomo com um sorriso refinado. "Enquanto você espera, posso lhe oferecer algo?"

Eve olhou em volta e então respondeu, "Um café preto forte e um prato daqueles trufas de chocolate que você está escondendo naqueles recipientes de vidro caros."

A pálpebra do mordomo tremeu ligeiramente, mas ele manteve a compostura. "Claro, Senhorita Eve", respondeu com um aceno rígido, virando-se para atender ao meu pedido caro.

Se Sinclair fosse me matar pelo que eu estava prestes a dizer, eu queria morrer provando aqueles chocolates pela última vez. Pelo menos eu morreria feliz.

Alguns minutos depois, um homem idoso entrou pela porta. Seu cabelo e barba eram completamente brancos, mas mesmo aos mais de setenta, sua postura era régia, emanando uma aura inegável de autoridade.

Sinclair sentou-se diretamente na minha frente, seus olhos esmeralda penetrantes me fizeram endireitar as costas sem perceber.

"Fale", ele comandou, sua voz profunda, "O que há de errado com Sebastian?"

Eu lhe dei meu sorriso mais doce, o que apenas aprofundou a carranca do velho. "Avô, acredito que esta é a primeira vez que nos encontramos. Você não vai perguntar como a sua neta está?"

Sinclair soltou um suspiro áspero, sua bengala batendo forte contra o chão. "Considere-se sortuda por ser minha neta, ou eu já teria mandado te expulsarem."

Ele começou a se levantar, mas rapidamente eu disse, "Eu sei algo sobre Sebastian que você não sabe, e estou aqui para fazer um acordo com você."

Vamos ver o que acontece.

Sinclair levantou uma sobrancelha antes de lentamente se sentar novamente. "O que é?"

Eu tinha que dar crédito ao velho — ele realmente não se importava comigo! Minha vida era menos importante para ele do que a de seu cachorro.

Eu olhei para seu secretário ao seu lado, Victor era o nome dele. Alto, esguio, bonito, com um rosto sério, olhos escuros e frios, e cabelos longos e escuros amarrados atrás de sua cabeça.

"Quero falar com você sozinho", eu disse, dando a entender que Victor fosse embora.

Os olhos de Victor se estreitaram para mim, mas eu encontrei seu olhar com um sorriso de deboche.

"Está bem, Victor. Uma garotinha não poderia me fazer nada", Sinclair disse, dispensando-o.

"Como desejar", Victor cedeu, mas não antes de me lançar um olhar de advertência ao sair.

O que ele achava que eu ia fazer, dar um ataque cardíaco ao velho?

"Fale sobre o Sebastian. Você tem um minuto."

Eu não tinha preparado o que ia dizer, então apenas improvisei. "Se eu for te contar, quero que prometa — não, na verdade, escreva em um contrato — que irá me proteger quando chegar a hora."

"Que absurdo é esse?"

"Eu sei", eu disse, meu tom sério enquanto sustentava seu olhar. "Eu sei que não sou uma verdadeira Rosette, e que meus queridos pais estão planejando se livrar de mim em seis meses."

A expressão de Sinclair permaneceu inalterada. "Então, você sabe. E daí?"

Eu pensei que estava preparada para sua resposta indiferente, mas ainda doía perceber o quanto ele pouco se importava. No fundo, eu esperava que ele estivesse desinformado, e se soubesse, ele me protegeria.

Mas agora estava claro — ninguém nesta família nunca se importou o suficiente para me salvar de ser descartada.

Assim seja.

Se Sinclair Rosette me vê como nada mais do que uma estranha, eu o tratarei da mesma forma — apenas mais um negócio sobre a mesa.