Capítulo 4 - Os Primeiros Treinamentos
A Nova Rotina
A presença de Elin na mansão Lunaris trouxe mudanças imediatas. Liliana, sempre cuidadosa com quem se aproximava da família, decidiu fazer uma "avaliação" para garantir que a elfa era confiável.
— Não é nada pessoal — disse Liliana, seu tom sério. — Só uma questão de segurança.
Elin, claramente irritada, bufou.
— Se quiser me testar, pode ir em frente. Não tenho nada a esconder.
Horuma observava tudo com um sorriso divertido. Sabia que sua irmã só estava tentando proteger a família, mas achava engraçado ver o confronto direto entre as duas.
A avaliação foi simples: um duelo. Liliana decidiu enfrentar Elin pessoalmente.
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O Duelo: Liliana vs. Elin
O campo de treinamento da mansão estava lotado de criados e soldados da Casa Lunaris, todos assistindo com atenção. Liliana, armada com sua espada longa e vestindo uma armadura leve, estava confiante.
— Vou garantir que você saiba que não somos fáceis de enganar — disse Liliana, com um olhar determinado.
— E eu vou garantir que você saiba que não deve subestimar uma elfa — respondeu Elin, sacando seu arco com precisão.
Horuma, sentado em um canto, não conseguia esconder o entusiasmo.
— Isso vai ser interessante...
O duelo começou. Liliana avançou rapidamente, mas Elin se movia com agilidade, mantendo sempre a distância. As flechas disparadas pela elfa eram rápidas e precisas, mas Liliana conseguia bloquear cada uma delas com maestria.
— Nada mal... — admitiu Liliana, logo em seguida lançando um golpe horizontal que quase atingiu Elin.
Elin saltou para trás, conjurando uma flecha mágica que brilhou intensamente.
— Vamos ver se você consegue bloquear isso!
A flecha atingiu o chão perto de Liliana, explodindo em uma onda de energia. Liliana recuou, mas manteve o equilíbrio.
Horuma observava atentamente, impressionado com a habilidade de ambas.
— Elas estão no mesmo nível... — murmurou para si mesmo.
Após alguns minutos trocando golpes, Liliana ergueu a mão, sinalizando que havia terminado.
— Isso é o suficiente.
Elin abaixou o arco, ainda em posição defensiva.
— O que foi? Vai admitir que não consegue me vencer?
Liliana sorriu levemente, visivelmente surpresa.
— Não exatamente. Mas acho que você provou seu valor.
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Treinamento em Dupla
Depois do duelo, Liliana finalmente permitiu que Elin permanecesse na mansão, mas com a condição de que ajudasse Horuma a melhorar suas habilidades.
— Se você vai ficar aqui, pode ajudar meu irmão a melhorar — disse Liliana.
— Melhorar minhas habilidades? — questionou Horuma, um sorriso de autossuficiência no rosto. — Você sabe que já sou incrível, certo?
— Ah, é? Então mostre o que sabe.
No dia seguinte, Elin levou Horuma para o campo de treinamento.
— Vamos ver o que você pode fazer.
— Tudo bem. Mas não diga que eu não avisei.
Horuma começou a conjurar uma série de feitiços básicos: barreiras, chamas e rajadas de vento. Elin observava atentamente, franzindo a testa de vez em quando.
— Você tem potencial, mas está gastando energia demais.
— Como assim?
Elin pegou o arco e, com um movimento fluido, demonstrou como lançar uma flecha com precisão.
— Magia é como disparar uma flecha. Se você colocar força demais, perde a precisão. Se colocar força de menos, não atinge o alvo.
Horuma tentou seguir o conselho dela, ajustando o fluxo de mana enquanto conjurava seus feitiços. Depois de algumas tentativas frustradas, ele conseguiu criar uma rajada de vento precisa o suficiente para derrubar um alvo a 20 metros de distância.
— Não é ruim, garoto.
— Não me chame de garoto. Tenho 18 anos de experiência, se contar minha outra vida.
Elin riu.
— Então aja como alguém de 18 anos.
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Crescendo Juntos
Com o passar das semanas, Horuma e Elin treinaram juntos todos os dias. Além de melhorar suas habilidades, os dois começaram a se conhecer melhor.
— Por que você está tão obcecada com esse artefato? — perguntou Horuma durante uma pausa no treinamento.
Elin hesitou antes de responder.
— O cristal que recuperamos é um dos artefatos que meu povo perdeu durante a guerra com os humanos. Para nós, ele é um símbolo de esperança.
Horuma ficou em silêncio por um momento.
— Parece importante.
— É. E não vou parar até recuperar tudo o que foi tirado de nós.
— Então eu vou te ajudar.
Elin o olhou surpresa.
— Por quê?
— Porque somos amigos.
Elin desviou o olhar, um sorriso discreto nos lábios.
— Você é estranho, sabia?
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Um Novo Perigo
Uma noite, enquanto todos dormiam, Horuma acordou com uma sensação de inquietação. Ele se levantou e, ao sair do quarto, percebeu que algo não estava certo. A mansão estava estranhamente silenciosa.
Ao chegar ao corredor principal, encontrou um dos guardas inconsciente no chão.
— O que está acontecendo...? — murmurou para si mesmo.
De repente, ouviu passos atrás de si. Virando-se rapidamente, viu três figuras encapuzadas segurando adagas.
— Então, você é o prodígio? Vamos ver se sobrevive a isso.
Horuma recuou, preparando-se para lutar. Mas antes que pudesse conjurar um feitiço, uma flecha passou voando e atingiu um dos invasores.
— Você realmente atrai problemas — disse Elin, emergindo das sombras com seu arco em mãos.
— Achei que você estivesse dormindo.
— E deixar você morrer? Nem pensar.
Juntos, os dois enfrentaram os invasores. Horuma usou sua magia para desorientá-los, enquanto Elin atacava com precisão mortal.
Ao final, derrotaram os inimigos, mas algo estava claro: alguém os havia enviado.
— Isso não foi um ataque aleatório — disse Elin, examinando o corpo de um dos invasores. — Eles estavam atrás de algo.
Horuma olhou para o cristal mágico guardado na mansão.
— Eles querem o cristal.
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Reflexões e Preparativos
Na manhã seguinte, Horuma relatou o ataque para seu pai, Lorde Ardan, que parecia preocupado.
— Isso confirma nossas suspeitas. Há grupos interessados em destruir nossa casa para obter poder.
— Precisamos nos preparar para mais ataques — disse Liliana, com determinação.
Enquanto isso, Horuma e Elin estavam no jardim, refletindo sobre o que havia acontecido.
— Parece que estamos no meio de algo maior do que imaginávamos — disse Horuma.
— Sim. Mas não podemos recuar agora.
Horuma sorriu para Elin.
— E você achou que eu não era confiável no início.
— Ainda acho que você é irritante, mas... tem potencial.
Os dois riram. Mas sabiam que o caminho à frente seria cheio de desafios.