A Floresta dos Espelhos.

A Floresta dos Espelhos era um lugar de lendas e mistérios. Dizia-se que quem entrava nela era confrontado com seus medos mais profundos e desejos mais secretos. As árvores eram altas e retorcidas, com cascas que refletiam a luz como espelhos polidos. O ar era denso, carregado de uma energia mística que fazia a pele formigar. Era um lugar onde a realidade se confundia com a ilusão, e a linha entre o que era real e o que não era se tornava tênue. O grupo entrou na floresta com cautela, sabendo que o perigo poderia surgir de qualquer direção. Lyra liderava o caminho, sua espada pronta e seus olhos verdes atentos a qualquer movimento. Kaela caminhava ao seu lado, com uma mistura de curiosidade e apreensão. Thalos, Eryndor e Sylva seguiam atrás, cada um carregando suas próprias preocupações. — Esta floresta... — sussurrou Kaela, olhando ao redor. — É como se estivesse viva. — Ela está — respondeu Lyra, sua voz grave. — Dizem que a Floresta dos Espelhos reflete o que há dentro de nós. Precisamos ter cuidado. Thalos, o arqueiro, ajustou a aljava em suas costas, seus olhos azuis escaneando o ambiente. — Eu não gosto disso — disse ele, sua voz carregada de desconfiança. — Espelhos que mostram o passado? Isso parece coisa de magia negra. Eryndor, o feiticeiro, olhou para Thalos com um sorriso irônico. — Magia negra? — perguntou Eryndor, sua voz cheia de sarcasmo. — Thalos, você já viu alguma magia que não fosse "negra" para você? Thalos franziu a testa, claramente irritado. — Eu só estou dizendo que não confio em coisas que mexem com a cabeça das pessoas — respondendo e cruzando os braços. Sylva, a caçadora, deu uma risada baixa, sua voz suave como o vento. — Relaxe, Thalos — disse Sylva, brincando. — Se você ver algo assustador, eu protejo você. Thalos olhou para Sylva,com uma mistura de irritação e admiração. — Eu não preciso de proteção — respondeu Thalos, sua voz firme. — Mas obrigado pela oferta. O grupo riu, aliviando um pouco a tensão. Mas todos sabiam que a floresta era perigosa, e que os desafios que os aguardavam eram reais.

O Primeiro Espelho. Logo após entrarem na floresta, o grupo encontrou o primeiro espelho. Era uma superfície grande e brilhante, presa entre duas árvores. A imagem refletida não era a deles, mas sim uma cena do passado de Lyra. No espelho, Lyra via a si mesma mais jovem, treinando com sua espada sob o olhar atento de seu pai. Ele era um guerreiro élfico respeitado, e Lyra sempre admirara sua força e sabedoria. A cena mudou, mostrando o dia em que ela foi exilada. Lyra viu a traição de seu amigo, a dor em seus olhos e a sensação de desespero que a consumira. — Lyra... — chamou Kaela, tocando levemente o braço da guerreira. — Você está bem? Lyra olhou para Kaela, com uma mistura de dor e determinação. — Eu... eu estou bem — respondeu, sua voz firme. — O passado é o passado. Agora, eu estou focada no futuro. Thalos olhou para Lyra, com seus olhos cheios de respeito. — Você é forte, Lyra — disse Thalos, sua voz sincera. — Mais forte do que a maioria. Lyra acenou com a cabeça, sentindo uma onda de gratidão pelas palavras de Thalos. — Obrigada, — respondeu Lyra, sua voz suave. — Mas todos nós temos nossos demônios para enfrentar. Não demorou muito para que outros espelhos aparecessem.

O Espelho de Thalos. Enquanto o grupo continuava a caminhada, Thalos encontrou seu próprio espelho. A superfície brilhante refletia uma cena de sua infância, mostrando-o como um jovem élfico, treinando com seu irmão mais velho. A cena mudou, mostrando o dia em que seu irmão foi morto em batalha. Thalos viu a dor em seus próprios olhos, a sensação de impotência e a raiva que o consumira. — Thalos — chamou Sylva, colocando uma mão no ombro do arqueiro. — Você não está sozinho. Thalos olhou para ela com uma mistura de dor e gratidão. — Eu... eu sempre me senti culpado — confessou Thalos, sua voz tremendo. — Como se eu pudesse ter feito algo para salvá-lo. Sylva apertou o ombro de Thalos, sua voz suave, mas firme. — Você não pode mudar o passado — mas você pode honrar sua memória, lutando pelo que ele acreditava. Thalos acenou com a cabeça, sentindo uma onda de determinação ao ouvir as palavras de Sylva. — Obrigada, Sylva — respondeu com sua voz firme. — Eu vou fazer isso. Eryndor, o feiticeiro, encontrou seu espelho em uma clareira sombria. A superfície brilhante refletia uma cena de seu passado, mostrando-o como um jovem feiticeiro, aprendendo magia com seu mentor. A cena mudou, mostrando o dia em que ele foi traído por um amigo próximo. Eryndor viu a dor em seus próprios olhos, a sensação de traição e a raiva que o consumira. — Eryndor — chamou Lyra, colocando uma mão no ombro do feiticeiro. — Você não está sozinho. Eryndor olhou para Lyra, seus olhos cheios de dor e gratidão. — Eu... eu sempre me senti traído — confessou Eryndor, sua voz tremendo. — Como se eu não pudesse confiar em ninguém. — Você pode confiar em nós — disse Lyra. — Nós somos sua família agora. Eryndor acenou com a cabeça, sentindo uma onda de determinação ao ouvir as palavras de Lyra. — Obrigada, Lyra — respondeu Eryndor, sua voz firme. — Você não está sozinho. Sylva, a caçadora, encontrou seu espelho em uma clareira iluminada pela luz da lua. A superfície brilhante refletia uma cena de sua infância, mostrando-a como uma jovem élfica, brincando com sua família. A cena mudou, mostrando o dia em que ela perdeu sua família para uma criatura sombria. Sylva viu a dor em seus próprios olhos, a sensação de perda e a raiva que a consumira. — Sylva — chamou Thalos, — estou aqui por Você. Sylva olhou para Thalos, seus olhos cheios de dor e gratidão. — Eu... eu sempre me senti sozinha — confessou Sylva, sua voz tremendo. — Como se eu não pertencesse a lugar nenhum. — Você pertence a nós — disse Thalos. — Nós somos sua família agora. Sylva acenou com a cabeça, sentindo uma onda de determinação ao ouvir suas palavras. — Obrigada, Thalos. Finalmente, o grupo chegou ao coração da Floresta dos Espelhos. Era uma clareira circular, cercada por árvores que refletiam a luz como diamantes. No centro da clareira, havia um grande espelho, diferente de todos os outros. Sua superfície era negra como a noite, e uma energia sombria emanava dele. — Este é o espelho final — disse Lyra, sua voz grave. — Ele reflete o que há dentro de nós. Precisamos enfrentá-lo juntos. O grupo se aproximou do espelho, cada um sentindo uma onda de apreensão. A superfície negra começou a brilhar, e uma figura emergiu dela. Era uma versão sombria de Lyra, com olhos vermelhos brilhantes e uma espada negra. — Você não pode escapar de mim — sussurrou a sombra de Lyra, sua voz ecoando na clareira. — Eu sou o que você mais teme. Lyra avançou com sua espada, enfrentando a sombra com determinação. A batalha foi intensa, com golpes rápidos e precisos. Kaela usou seus poderes para criar barreiras de luz, protegendo Lyra dos ataques da sombra. Finalmente, Lyra conseguiu derrotar a sombra, mas não sem custo. Ela estava ferida e exausta, mas também mais forte do que nunca. — Você conseguiu — sussurrou Kaela, segurando Lyra em seus braços. — Você é incrível. — Nós conseguimos — respondeu Lyra, segurando a mão de Kaela. — Juntos, podemos enfrentar qualquer coisa. Todos temos algo que não podemos muitas vezes enfrentar sozinhos, precisamos de alguém para nos ajudar, nos apoiar e muitas das vezes ouvir. Não desista, estou com você, porque você é foda para caralho. Nossos melhores amigos são, na verdade, nossa família, que nos apoia sem querer nada em troca. E eles mesmos, sendo desconhecidos, exilados, deixados pela família ou pedidos, sabiam que poderiam confiar reciprocamente, porque sentiam gratidão por estarem juntos em uma jornada com um propósito, restabelecer o equilíbrio entre o bem e o mal.