O Deserto de Ossos era um lugar de lendas e mistérios, dizia-se que quem entrava nele nunca mais voltava, perdido para sempre nas areias movediças e nos ventos cortantes.
O ar era quente e seco, e o sol brilhava implacavelmente no céu sem nuvens. As dunas se estendiam até onde a vista alcançava, e o silêncio era quase ensurdecedor.
Mas nossos guerreiros viajantes entraram no deserto com cautela, sabendo que o perigo poderia surgir de qualquer direção. Lyra como sempre, liderava o caminho, sua espada pronta e sempre atenta a qualquer movimento. Kaela caminhava ao seu lado, e claro, com uma mistura de curiosidade e apreensão. Thalos, Eryndor e Sylva seguiam atrás, cada um carregando suas próprias preocupações.
Era um lugar morto, a vida muito tempo o abandonara, a terra seca que parecia que seculos nem a chuva lhe dava a graça de comparecer, o sol escaldante brilhava sem nenhum remorso.
Todos caminhavam e buscavam algo, ou alguém, estavam preocupados pelo lugar, o silêncio era assustador. O barulho do vento escaldeante exigia de todos atenção.
— Eu não gosto disso — disse ele, sua voz carregada de desconfiança. — Um deserto que mata tudo que entra? Isso parece coisa de magia negra. Disse Thalos sempre com essa teoria de magia negra.
— Magia negra? — perguntou Eryndor, sua voz cheia de sarcasmo. — Eu já te disse que toda magia é negra.
Logo após algumas horas no deserto, o grupo encontrou a primeira prova. Era uma duna gigantesca, com areia que parecia se mover por conta própria. O vento soprava forte, levantando nuvens de areia que dificultavam a visão.
— Precisamos atravessar isso — mas precisamos ter cuidado. A areia pode nos engolir - disse Lyra, preocupada com o grupo.
O grupo começou a subir a duna, cada passo exigindo esforço. A areia era quente e movediça, e o vento cortante dificultava a respiração. Mesmo usando lenços em seus rostos, a dificuldade era muito até mesmo para ver onde estavam pisando, qualquer descuido poderia ser fatal.
— Você está bem? Perguntou, kaela preocupada com sua namorada.
— Estou bem, mas preciso de um momento.
Parou um pouco para olhar ao redor e, como prosseguir, logo viu que faltava muito e já estavam muito cansados pela correnteza do vento que soprava contra.
— Nós vamos descansar aqui, precisamos recuperar nossas forças. Disse Lyra.
O grupo se sentou na base da duna, aproveitando a sombra de uma rocha grande. Thalos e Sylva montaram guarda, enquanto Eryndor preparava uma poção para ajudar Kaela a se recuperar.
— Aqui — disse Eryndor, entregando a poção para Kaela. — Isso vai ajudar.
Kaela bebeu a poção, sentindo uma onda de energia percorrer seu corpo.
— Obrigada, disse ela, sorrindo levemente, me sinto melhor.
Eryndor acenou com a cabeça, mas estava preocupado, pois a cada dia parecia que as provas em suas jornadas eram mais difíceis.
— Precisamos continuar — disse Lyra, levantando-se. — Mas vamos com cuidado.
Enquanto o grupo continuava a caminhada, uma tempestade de areia começou a se formar no horizonte. O vento soprava cada vez mais forte, levantando nuvens de areia que obscureciam o sol.
— Precisamos encontrar abrigo! — gritou Lyra, sua voz quase perdida no vento.
Eles pararam por um instante tentando encontrar algum abrigo e logo viram uma formação rochosa que não estava tão longe, mas deveriam conseguir chegar até lá antes da tempestade os alcançar de fato. Encontraram uma pequena caverna onde se abrigaram.
A tempestade rugia lá fora, mas dentro da caverna, eles estavam seguros, tirando os restantes de areia que estavam sobre as roupas e cabelos.
— Isso foi perto — disse Thalos, respirando pesadamente. — Eu não quero nem pensar no que teria acontecido se não tivéssemos encontrado este lugar.
— Nós estamos juntos — disse Lyra, — E juntos, podemos enfrentar qualquer coisa.
Kaela olhou para Lyra, com uma mistura de admiração e amor.
Elas sabiam que poderiam confiar uma na outra, o amor só crescia entre elas e isso era quase palpável. Os olhares as denunciavam suas intenções amorosas. E ali o grupo ficou por um bom tempo até a tempestade passar, não seriam imprudentes de sair até tudo estar realmente calmo.
Mas o sol que parecia outrora, agora estava se deslizando no horizonte, deixando o ar fresco tomar conta do deserto hostil, a noite se tornou gélida e temerosa, a fogueira os aquecia, e não deixava bichos os cercarem, tudo era muito silencioso apenas o vento sussurrava la fora e não era bom, era de arrepiar os pelos e deixar ainda mais expertos.
Após a tempestade passar e já a luz clarear no céu, todos se levantaram e seguiram seu caminho. O deserto parecia ainda mais hostil, com dunas que se moviam como ondas e ventos que cortavam como facas. Mas não podiam desistir, estavam determinados a continuar.
Finalmente, eles encontraram o que procuravam: uma caverna escondida atrás de uma duna gigantesca. Dentro da caverna, havia um altar antigo, com inscrições que brilhavam com uma luz suave.
— Este é o lugar — disse Lyra, sua voz carregada de emoção. — A Estrela de Elyndor está aqui.
Mas logo começou um novo pesadelo, as tormentas, as vozes eram de arrepiar, parecia que tudo que passaram era, mas um teste e cada vez está mais difícil de escapar.
— Você não pode escapar de mim — sussurrava uma voz que ecoava na caverna. — Eu sou o que você mais teme.
Lyra avançou com sua espada, buscando com determinação de onde vinha a voz, mas não obteve sucesso, porque vinham de todas as partes, parece que a caverna estava viva e sabia tudo sobre eles.
Todos se reuniu ao redor do altar antigo. As inscrições brilhavam com uma luz suave, e o ar estava carregado de uma energia mística que fazia a pele formigar. Lyra examinou o altar com cuidado, seus olhos brilhavam com uma mistura de curiosidade e apreensão.
— O que precisamos fazer? — perguntou Kaela, sua voz suave.
— Precisamos ativar o altar — respondeu Lyra, examinando as inscrições. — Mas não sei como.
Eryndor, o feiticeiro, aproximou-se do altar, e começou a examinar cada descrição.
— Estas runas são antigas, mas reconheço algumas delas. Elas falam de um teste, uma prova de coragem e determinação.
— Uma prova? — perguntou Thalos, sua voz carregada de desconfiança. — O que isso significa?
— Significa que precisamos provar que somos dignos — respondeu Eryndor, sua voz grave. — Se falharmos, o altar nos destruirá.
Todos ficaram em silêncio por um momento.
— Então, o que precisamos fazer? — perguntou Sylva, sua voz suave, mas firme.
— Precisamos enfrentar nossos medos, pois cada um de nós será testado.
Eles estavam preparados para o teste, cada um sentindo uma onda de apreensão. O altar começou a brilhar, e uma névoa mística envolveu o grupo, transportando-os para um mundo de ilusões.
Lyra se viu em um campo de batalha, cercada por inimigos. Ela lutou com toda determinação, mas os inimigos pareciam infinitos. Finalmente, ela viu Kaela sendo atacada e correu para protegê-la, enfrentando seus medos e superando-os.
Kaela se via em um lugar escuro, cercada por sombras que sussurravam segredos antigos. Ela usou seus poderes para dissipar as sombras, enfrentando seus medos e superando-os.
Thalos se viu em uma floresta escura, perseguido por criaturas sombrias. Ele usou suas habilidades de arqueiro para derrotar as criaturas.
Eryndor se viu em uma biblioteca antiga, cercado por livros que falavam de seus erros passados. Ele usou seu conhecimento para encontrar a verdade.
Sylva se viu em uma montanha gelada, perseguida por uma criatura gigantesca. Ela usou suas habilidades de caçadora para derrotar a criatura.
Todos os medos foram superados pelas suas habilidades, ali eles já estavam prontos e mais confiantes em si, sabiam que cada desafio os fariam mais fortes e era isso que estavam se tornando, um grupo mais forte e mais confiante.
Após superar seus testes, o grupo foi transportado de volta para a caverna. O altar brilhava com uma luz intensa, e a Estrela de Elyndor apareceu no centro, flutuando suavemente.
— Nós conseguimos — sussurrou Lyra, segurando a Estrela em suas mãos. — Nós conseguimos.
Mas ainda tinha muitas coisas para acontecer, A estrela agora estava com eles, mas os desafios jamais deixariam de perseguir.
Enfim eles agora teriam que voltar para casa e levar a estrela onde pertencia, só assim a paz poderia reinar novamente e o mundo voltaria a ser de todos sem ganância entre as partes, os humanos voltariam a respeitar a natureza e outros seres viventes, sem guerras.