Encontro Sangrento

𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒐𝒍𝒐 1: 𝑬𝒏𝒄𝒐𝒏𝒕𝒓𝒐 𝒔𝒂𝒏𝒈𝒓𝒆𝒏𝒕𝒐

Há alguns anos atrás, em uma madrugada de lua cheia, nasceram dois bebês de mundos opostos. O menino nasceu em um palácio, repleto de riqueza. Enquanto isso, um pouco distante dali, no reino vizinho, nascia uma menina. Ao redor dela, havia diversos corpos já sem vida. Durante a noite, seu reino havia recebido ataques de gângsteres, matando sua mãe, a rainha, e seus serviçais, que deram suas vidas pela princesa, transformando o dia do seu nascimento em uma grande tragédia. Foi-se passando o tempo e os dois foram crescendo. Enquanto o príncipe cresceu em um lar de amor e muita riqueza, onde todos o almejavam, a princesa cresceu sem carinho algum, sendo tratada com frieza pelo seu pai, o rei, e por todos de seu reino. A única coisa que ela tinha em seu coração era ódio e culpa, e sem perceber ela acabou se tornando alguém fria e solitária. Seu pai a obrigava a treinar todos os dias para matar qualquer um que entrasse em seu caminho,para que sua filha não tivesse o mesmo destino de sua amada, mas acabou fazendo com que ela se tornasse uma assassina,como forma de expressar sua dor.

Até que um dia, o destino resolveu mudar sua trajetória.Ela recebeu uma proposta anônima. Alguém havia feito uma encomenda em que ela devia assassinar o príncipe Eduardo segundo,do reino de Yuna. Em troca, eles dariam a ela uma informação valiosa sobre quem deu as ordens para matar sua mãe, a rainha. Lendo o bilhete que alguém deixou em sua porta, com lágrimas em seus olhos, ela aceitou a proposta para finalmente descobrir o mistério que inferniza a vida de seu pai há 18 anos.

Com um olhar de vingança, ela pega sua faca mais afiada e vai em direção ao reino de Yuna. Em seus pensamentos, a princesa Helena falava: "Só é mais um pra minha lista,já estou acostumada,não vai fazer falta no mundo,é para o bem maior!", ela afirmava e reafirmava em seus pensamentos.No meio da multidão, Helena avistou Eduardo, que estava alimentando uma criança de rua. Ao ver aquilo, Helena se desabou, mas eu precisava. Então, com minhas mãos trêmulas e minhas lágrimas escorrendo pelo rosto, eu me questionei pela primeira vez: será que eu estou realmente fazendo a coisa certa? Meus erros ainda me assombram, o silêncio ainda me persegue, memórias sangrentas das quais eu nem queria lembrar me perturbam toda noite,as vozes na minha cabeça não paravam de sussurrar me julgando mais uma vez. Mas agora, o que resta é pagar pelos meus erros, porque a faca já estava perfurando a sua pele. Foi a primeira vez que olhei em seus olhos bondosos, enquanto os meus só tinham lágrimas e frieza; os dele me traziam paz.

Com a voz trêmula eu sussurrei baixinho: "Me desculpa." Ele segurou minha mão ensanguentada com seu sangue e, com um sorriso em seu rosto que disfarçava sua dor, cochichou: "Vá logo, você já está sem tempo." Foi aí que eu soltei suas mãos e saí correndo, quando eu olhei para trás,você já estava morrendo e seu sangue por todo o chão se espalhava,a multidão começou a entrar em desespero.Não aguentei ficar a observar você sofrendo,foi a primeira vez que eu senti meu coração apertado!. E mais uma vez fiz escolha errada,te abandonei no chão, fugindo para o meu reino com seu sangue em minhas mãos.Ao chegar em meu palácio, tirei minhas roupas que estavam manchadas com seu sangue e me lavei. Eu havia ficado abalada como nunca antes; eu não conseguia parar de pensar em você. "Espero que consiga sobreviver." Naquele momento, a única coisa que eu queria era poder voltar no tempo para apagar meus pecados. Mas isso era impossível. Passaram-se algumas horas e, angustiada, decidi dar uma volta pela vila para esclarecer minha cabeça.

Mas lá só se falava de você. O boato que circulava pela vila era de que você foi esfaqueado e logo em seguida sequestrado. Todos estavam amedrontados com o acontecido. Escutei uma senhora falando: "O que vamos fazer se eles conseguem sequestrar e esfaquear o príncipe? O que será de nós?" Durante a noite, fizeram toque de recolher porque havia um sequestrador à solta no reino vizinho e a qualquer momento ele poderia vir para cá. Já em meus aposentos, meu pai veio me ver. Ele me entregou uma adaga e me solicitou que eu ficasse com ela para me defender, e se retirou do quarto. Deixei a adaga em minha cama, ao meu lado. Quando me deitei, voltei a pensar em você: "Como assim você foi sequestrado? Será que você está bem? O que será que aconteceu?".

Mas o que eu realmente queria era poder olhar em seus olhos, que mais cedo me trouxeram paz. Aos poucos, consegui adormecer. Meu pesadelo essa noite foi com você; estávamos nós dois amarrados a uma cadeira e o sequestrador apontava uma espingarda para você. Quando ele apertou o gatilho, acordei num susto com o barulho do tiro. Passei o dia inteiro pensando em você e me arrependendo dos meus atos.

Passaram-se os dias,as semanas e os meses, e o mistério sobre o paradeiro de Eduardo pairava como uma sombra sobre os reinos. Não houve um único dia em que eu não pensasse em você,espero que me perdoe.