Ecos do passado

𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐨𝐥𝐨 2: 𝐄𝐜𝐨𝐬 𝐝𝐨 𝐩𝐚𝐬𝐬𝐚𝐝𝐨

Já se passaram cinco meses desde que Eduardo desapareceu. Meu pai, o rei, aproximou-se de mim e declarou: "Tenho boas notícias: encontraram o príncipe Eduardo." Meu coração disparou, e um sorriso iluminou meu rosto. "Ele está vivo?" perguntei ansiosamente.

Meu pai respondeu: "Sim, ele está. Mas por que tanta empolgação? Vocês nem se conhecem." Naquele instante, a empolgação tomou conta de mim ao pensar em reencontrá-lo.

Às vezes, quando ao meu acordar, as lágrimas escorriam pelo meu rosto, uma saudade que eu não conseguia explicar. Desde o momento em que o vi pela primeira vez e toquei suas mãos, soube que meus sentimentos eram genuínos. Não importava o espaço ou o tempo; o destino já havia escrito nosso final. Sentia-me tão só, como se estivesse à procura de alguém.

Mesmo que talvez você não se lembre de quem eu sou ou que talvez me odeie, estou indo ao seu encontro! Ao chegar ao reino de Yuna,meu coração pulsava com a expectativa de vê-lo novamente.

Eu sei que errei; agora terei que arcar com a dor que causei. Nunca terei uma chance com ele após o que fiz, mas se eu pudesse te pedir qualquer coisa, seria que segurasse minha mão. Só que desta vez,eu não pretendo mais soltar. Ao observá-lo de repente,alguém me empurrou em direção ao Eduardo. Seria o destino tentando nos unir? PLAFT! Colidi com Eduardo. Ele perguntou se eu estava bem. Respondi que senti alguém me empurrando pelas costas. Ao olhar para trás, não havia ninguém. Eduardo sorriu e disse: "Mas não há ninguém ali." Senti-me como uma mentirosa, mas realmente não havia ninguém atrás de mim. Pedi desculpas e segui meu caminho, aliviada por saber que ele estava bem.

Então ouvi sua voz ecuar: "ESPERA!"

Em meus pensamentos, refleti: será que ele me reconheceu? Como não queria arriscar ser presa ali mesmo, decidi sair correndo.

Por que ele está vindo atrás de mim? Ai, meu Deus, ele sabe quem sou. Já sei, preciso despistá-lo.

Mas ele não parava de correr atrás de mim até que, finalmente, desistiu. Foi um alívio imenso! Finalmente respirei e retornei ao meu palácio. Ao chegar lá, Eduardo já me aguardava. Pensei: pronto, agora já era! .

Eduardo: "Finalmente consegui alcançá-la! Apenas desejava devolver-lhe este canivete que acidentalmente caiu de sua bolsa, mas não sabia onde poderia encontrá-la. E, de repente, você saiu correndo. Perguntei aos meus amigos se tinham conhecimento de quem você era, e me informaram que você é a princesa do reino de Harvel. Posso fazer uma indagação? Por que você se afastou tão rapidamente e saiu correndo?"

Helena: "Na verdade, não sai correndo. Apenas decidi fazer uma corrida para manter-me em forma. Até o castelo, não ouvi suas chamadas." Admito, foi uma desculpa pouco convincente.

Eduardo: "Ah, compreendo."

Ele toma minhas mãos, às abre delicadamente e coloca o canivete em seu meio.

Eduardo: "Quase me esqueci, qual é o seu nome? Não tivemos a oportunidade de nos apresentar."

Helena: "Meu nome é Helena, é um prazer conhecê-lo."

Em meus pensamentos: "será que eu deveria perguntar o nome dele também, mesmo que eu já saiba quem ele é?"

Eduardo interrompeu meus devaneios e se apresentou.

Eduardo: "Embora não tenha me perguntado, permita-me apresentar-me. Chamo-me Eduardo, é um prazer conhecê-la, princesa de Harvel. Porém, lamento informar que devo me retirar, pois tenho deveres que exigem minha atenção. Espero encontrá-la novamente em breve."

A noite já em meus aposentos, quando me deitei. Notei um sorriso que brotou do nada em meu rosto ao lembrar de ti. Meu semblante ardia em rubor, e meu coração pulsava descompassado. Contudo, ainda restavam dúvidas em minha mente: como podes não te recordar de mim, se já havias contemplado meu rosto? E o mistério que persistia era o porquê de o sequestrador ter decidido te libertar após cinco longos meses. Quem é o sequestrador, e por que ele sequestrou você?Isso é muito estranho, pensei comigo mesma. O que, de fato, ocorreu nesse período?.

No dia seguinte, despertei e decidi ir ao teu encontro para indagar sobre o que havia ocorrido durante esses cinco meses. Ao chegar em teu palácio, vi-te em uma janela do andar superior. Ao tentar adentrar, os guardas me impediram, mas tu vieste em minha direção.

Eduardo: "Guardas, soltem-na, está tudo bem, Helena."

Helena: "Posso falar contigo?"

Eduardo "pode falar"

Os guardas me observavam atentamente, então decidi pedir a Eduardo: "Podemos conversar em um lugar privado?" Ele estendeu os braços sobre meus ombros e me conduziu até um jardim esplêndido, com uma vista deslumbrante para o mar. Ao chegarmos lá, Eduardo disse: "Já estamos a sós. O que desejas me contar?" Seus olhos brilhavam intensamente, e eu já não prestava atenção ao que ele falava; parecia que eu estava hipnotizada. Meu coração disparava, e, em um impulso de loucura, roubei um beijo de seus lábios.

Quando percebi o que havia feito, afastei-me envergonhada, mas ele me puxou para perto de seu corpo e me concedeu outro beijo.O beijo era suave, como a brisa do mar que acariciava nossos rostos. Seus lábios eram quentes e firmes, e eu senti uma onda de emoções percorrer meu ser. O mundo ao nosso redor parecia desaparecer, e tudo que existia era aquele momento mágico entre nós. O aroma das flores do jardim misturava-se ao som suave das ondas, criando uma atmosfera encantadora. A cada instante, eu me deixava levar mais por aquele sentimento, esquecendo todas as preocupações e dúvidas que antes me atormentavam. Era como se o tempo tivesse parado, e naquele instante, tudo o que eu desejava era estar ali, nos braços dele, para sempre.

Após aquele beijo, um silêncio envolveu-nos, repleto de emoções que pairavam no ar. Eduardo me olhou nos olhos, e pude ver uma mistura de surpresa e alegria em seu semblante. O coração ainda acelerado, eu me sentia um pouco nervosa, mas também cheia de coragem. Ele se aproximou mais, e com uma voz suave, perguntou se eu estava bem.

Senti um calor subir pelo meu rosto, mas consegui sorrir timidamente. "Sim, estou bem", respondi, enquanto a brisa do mar nos envolvia. Eduardo então me levou a sentar sob uma árvore frondosa, onde as folhas dançavam suavemente. Conversamos sobre nossos sonhos e esperanças, e a conexão entre nós parecia crescer a cada palavra trocada.

O ambiente ao nosso redor se tornava um cenário perfeito para aquele momento. O sol começava a se pôr, tingindo o céu de laranja e dourado, refletindo a luz em nossos rostos. Era como se o mundo estivesse conspirando para que aquele instante fosse inesquecível. E, à medida que a noite chegava, eu sabia que aquele beijo mudaria tudo entre nós.

Eduardo me perguntou se poderia me acompanhar até minha morada, pois a noite já se fazia avançada. Com um sorriso, aceitei sua oferta, e juntos seguimos pelo caminho iluminado pela luz das estrelas. Ao chegarmos, despedi-me dele com um olhar que dizia mais do que palavras poderiam expressar.

Dirigi-me aos meus aposentos, onde a brisa suave da noite entrava pela janela. Enquanto deitava, meu coração pulsava de expectativa, sonhando acordada com a próxima vez que veria Eduardo e com o momento mágico que compartilhamos. Era como se uma nova luz tivesse surgido em minha vida, e não pude evitar sentir que, talvez, eu realmente o amasse.

Nos dias que se seguiram, encontramo-nos secretamente nos jardins do castelo, onde as flores exalavam um perfume doce e envolvente. Em uma dessas tardes, enquanto caminhávamos sob a sombra das árvores, Eduardo pegou minha mão. O toque era suave, e eu senti uma onda de calor percorrer meu corpo. Ele se inclinou, sussurrando palavras de carinho que pareciam dançar no ar como os pássaros que voavam acima de nós. O mundo ao nosso redor desapareceu, e tudo que restou foi a conexão mágica entre nós.

Certa noite, decidimos explorar a floresta que cercava o castelo. A lua cheia iluminava nosso caminho, e as sombras das árvores criavam um cenário encantador. Paramos em uma clareira, onde a luz prateada refletia em um pequeno lago. Eduardo, com um olhar intenso, me puxou para perto e, sob o céu estrelado, nossos lábios se encontraram mais uma vez. O beijo era doce e prometia um futuro repleto de amor e aventuras. Naquele instante, percebi que meu coração já pertencia a ele, e que juntos poderíamos enfrentar qualquer desafio que a vida medieval nos reservasse.

Mas por mais que eu desejasse me perder nesses momentos ao lado de Eduardo, a sombra do passado ainda me perseguia. O que eu não sabia era que a verdade sobre seu sequestro estava prestes a ser revelada... e que essa verdade poderia destruir tudo o que começamos a construir.

Seria o destino tão cruel a ponto de nos separar outra vez?".