Capítulo oito

Depois da última viagem que eu fiz para coletar mais algumas frutas que estavam perto da borda da floresta, eu comecei a organizar as coisas dentro da caverna quando.

*Crack*Crack*Crack* Depois de esbarrar em uma parede com um pouco mais de força, ela começou a se quebrar, revelando um buraco escuro.

'Hm interessante, isso parece ser uma parede falsa, já que quebrou tão fácil'. Eu penso, enquanto foco mana nos olhos para ver o que tem do outro lado.

Não vendo nada de mais, eu decido tapar o buraco com madeira e explorar no dia seguinte, pois já está ficando tarde.

Então, depois de comer mais um peixe, e umas frutas, eu me deito em cima das minhas folhas e vou dormir.

[ Depois de um tempo]

Abrindo os olhos, eu me deparo com um campo aberto familiar.

'De novo? Me pergunto o que ele quer dessa vez'. Eu penso, andando na direção que a casa do Asterion fica.

'Dessa vez eu não demorei pra chegar'. Eu penso, estranhando por que da última vez eu andei tanto que eu perdi a noção de tempo.

*Toc*Toc* Eu bato na porta e entro quando recebo autorização.

Entrando na casa, eu vou em direção a sala de estar, onde eu encontro Asterion, sentado numa poltrona e bebendo algo em uma xícara.

{Ora, se não é o meu campeão, sente-se, por favor.} Ele diz, com um sorriso relaxado, olhando para mim.

Vendo que não tem por que eu ficar em pé, eu me sento e ele me oferece uma xícara também.

"Hum, esse chá é muito bom, do que ele é feito?" Eu pergunto, curioso para saber.

{ Que bom que gostou, esse chá é feito com as frutas yappa que eu ganhei do Deus da Natureza como presente por apontar um campeão.} Ele diz, me deixando chocado

A fruta yappa, é uma fruta roxa do tamanho de uma maçã, ela é bem doce e quanto mais escura sua casca, mais madura ela está, essas frutas são usadas para fazer vários tipos de bebidas.

"Sério?" Eu pergunto, pois eu já bebi chá feito com essa fruta e o gosto não é nada parecido.

{ Sim, mas essas frutas foram plantadas aqui no plano divino, então os seus gostos são bem diferentes.} Asterion diz, e aceno a cabeça, entendendo o motivo do gosto ser diferente.

{ Mas enfim, vamos para o motivo de eu ter te chamado aqui.} Ele diz, me olhando com uma expressão seria.

{ Aquele ataque do culto dos reis foi algo planejado especificamente para você.} Ele diz, me deixando surpreso.

Vendo o meu olhar, ele continua falando.

{ Algum deus conseguiu descobrir a sua identidade, mesmo eu nunca tendo dito o seu nome para ninguém além de Mira, e ela não fala com ninguém além de mim.} Ele diz em um tom sério.

{ E esse deus que descobriu a sua identidade, revelou a informação para o deus da morte Oberon, que mandou o seu apóstolo que toma conta dos negócios no culto dos reis atacar.} Ele diz, e a cada frase que ele diz eu vou ficando mais puto.

"Quando eu herdar o seu manto, eu posso dar um soco na cara desse Oberon?" Eu pergunto, já que ele é o responsável pelo que está acontecendo.

{Claro que pode!! Eu fiz a mesma coisa quando herdei esse manto, só que comigo foi com o deus da caça, já que ele fez um dos seus apóstolos me caçar por 5 anos de brincadeira.} Ele diz, olhando para mim com um sorriso.

Diferente de um campeão, que esta destinado a herdar o manto do seu Deus, um apóstolo é alguém que recebe mensagens ou até mesmo missões de seu Deus, mas não passa disso.

"Mas e a minha família? Como eles estão?" Eu pergunto, ansioso para saber se eles estavam bem.

{ Bom, o ataque ocorreu tanto na parte que você estava quanto na parte que os seus pais estavam, mas os cultistas que atacaram os seus pais foram mortos em instantes, apenas os mais fortes que tem cargos mais altos foram capturados para interrogação.} Ele diz, parando beber mais um gole do chá e continua.

{ Já os que atacaram você e as outras crianças, eles apareceram logo depois que você foi teleportado, mas os seus pais apareceram e destruíram eles em um instante, principalmente a sua mãe, ela usou uma técnica que evaporou 5 de uma vez só.} Ele diz, me dando tempo para pensar no que eu ouvi e continuou.

{ Naquela noite, eu trouxe sua família para o meu domínio e eu disse para eles sobre a sua situação, e também dei a eles algo que mostra a sua vitalidade, com uma chama que queima dependendo da sua saúde ou seja, se você estiver morrendo a chama vai ficando mais fraca até apagar.} Ele diz, me deixando aliviado, pois a minha família sabe que eu estou vivo.

*Suspiro* " Que bom, pelo menos eles sabem que eu estou bem, e eu não preciso me preocupar em chegar em casa e me deparar com uma lápide minha." Eu falo, soltando uma piada no final.

{ Pois é, mas eu devo dizer que isso foi por pouco, já que quando eu trouxe eles aqui, eles iam começar os preparativos para o funeral no dia seguinte.} Ele diz, me deixando com uma cara surpresa.

"Falando nisso, por que você não me trouxe aqui junto com eles?" Eu perguntei, curioso com o seu motivo.

{Por que você não estava em uma situação segura o bastante, qualquer coisa poderia aparecer ali e te matar enquanto você conversava conosco.} Ele diz e eu acho que faz sentido, já que eu não tinha nada que tampasse a entrada da caverna, mas agora eu tenho umas pedras e um tronco de árvore.

{ Enfim, mudando de assunto, eu acho que você deveria explorar aquele buraco o mais rápido possível, pois como você disse mais cedo, aquilo era uma parede falsa, então isso quer dizer que alguém esteve ali, e talvez você encontre algo útil.} Ele diz, e eu concordo.

"Sim, eu só preciso encontrar água e algo para colocar a água dentro, as frutas servem para matar a sede mas não vão durar muito." Eu digo.

{ Bom, você pode fazer algo de madeira já que você quer armazenar água, você pode fazer um retângulo oco e uma espécie de rolha de madeira.} Ele diz, me fazendo pensar.

"Isso pode funcionar, e eu só precisaria usar a o meu sangue para cavar a parte de dentro da madeira." Eu digo, animado por ter algo por onde começar.

"Agora só preciso achar uma fonte de água" Eu digo olhando para ele.

{ Sim, boa sorte com isso.} Ele diz, deixando claro que ele não vai me dizer aonde fica.

"Por sinal, para onde eu fui teleportado?" Eu pergunto, querendo saber o quão longe eu estou.

{ Nesse momento, o lugar mais próximo de você é Serra de Oricalco, a uns 300 quilômetros da sua posição no Continente de Talaria.} Ele diz, me fazendo arregalar os olhos em surpresa.

"Cara, a viajem de volta vai ser demorada." Eu digo, não gostando nem um pouco da situação.

{ Sim, essa viagem vai levar no mínimo 5 anos. Bom, se você fosse um Golem e tivesse mana infinita para voar, você conseguiria voltar para casa em 1 ano voando direto.} Ele diz, me fazendo suspirar com o tempo que eu vou ficar fora.

{ Bom, a noite está acabando, então é hora de você acordar, até a próxima.} Ele se despede.

"Até a próxima, eu espero que a próxima vez que eu te veja não seja em uma situação tão ruim." Eu digo e tudo fica escuro.

Depois de alguns segundos, eu abro os olhos e me vejo que eu estou de volta a caverna.

"Bom, melhor aproveitar o dia e começar a tentar fazer algo para guardar a água." Eu digo, pegando uma tora que estava perto, e começando a cortar com o meu sangue.

*Tek* A tora se quebrou quando eu acabei fazendo força demais.

"Haaah, isso vai demorar." Eu digo, e continuo tentando por um bom tempo.

Depois de alguma horas, finalmente eu consegui fazer dois recipientes de tamanho decente.

'Cada um desses deve guardar uns 4 litros de água.' Eu penso, me levantando e saindo da caverna.

Ao sair da caverna, eu pego os dois recipientes pelas alças que eu fiz neles, e começo a voar pela floresta a procura de uma fonte de água.