Capítulo quinze

[Pov-Alaric]

No dia seguinte, quando todos estavam acordados, Maya chamou todos para a casa do chefe da vila, onde nós discutimos o que iríamos fazer.

"Eu sei que nós acabamos de chegar aqui e temos que investigar por qualquer pista que nós pudermos encontrar, mas eu recebi informações muito importantes e que precisam ser entregues ao Conde o mais rápido possível." Maya diz, olhando para todos os cavaleiros ao redor.

"Então, eu decidi que nós vamos voltar ao condado para relatar os ocorridos." Ela diz, fazendo uma onda de preocupação passar pelos cavaleiros.

"Com licença, capitã?" Um homem de cabelo loiro com orelhas de gato diz, chamando a atenção de todos para ele.

"Sim, Liam?" Ela diz, olhando para ele com um olhar sério e curioso.

"Não seria melhor deixar as pessoas que se especializam em investigação aqui para adiantar tudo, enquanto os outros vão de volta para o Condado?" Ele pergunta, e até que faria sentido, se a situação não fosse tão grande, e parece que Maya tem a mesma opinião que eu nisso.

"*Suspiro* Normalmente eu concordaria com você nisso, mas a situação é muito maior do que qualquer um de nós esperava então deixar vocês aqui seria algo muito perigoso." Ela responde e todos olham para ela em curiosidade e mais preocupação.

"E qual é a situação na qual você fala? Até agora você, o vice e esse pirralho suspeito que vocês encontraram não disseram nada para nós!!" Ele diz, com um tom frustrado, o que eu consigo entender, já que eles não descobriram nada e já vão ter que ir embora.

"Por enquanto essa informação é confidencial, mas eu garanto que ela vai ser revelada assim que nós tivermos a autorização necessária." Maya responde com calma, provavelmente também entendendo a frustração dele.

"Entendido!" Ele diz, claramente insatisfeito mas ainda ficando em silencio e ela continua explicando mais algumas coisas por um tempo antes de mandar começarem as preparações para partir da vila.

Depois de terminar as preparações, nós estávamos na frente da vila com os cavaleiros arrumando as selas nos cavalos, eu me toquei de uma coisa.

'Eu nunca aprendi como andar a cavalo.' Eu penso, imaginando o que eu posso fazer quando eu sinto uma mão no meu ombro, me fazendo virar para traz e dar de cara com Bastion.

"Ei garoto, alguma coisa de errado?" Bastion pergunta, provavelmente por que me viu confuso.

"Eu não sei andar a cavalo." Eu digo e ele para um pouco pra pensar.

"Bom, você pode andar comigo no meu cavalo, já que você é pequeno não vai fazer muita diferença." Ele diz e eu concordo com a cabeça.

"Bom, se isso era tudo, então vem comigo que nós estamos quase terminando tudo." Ele diz e começa a caminhar em direção ao cavalo dele que está abaixo de uma árvore.

Um tempo depois, quando tudo estava pronto, eu montei no cavalo atrás do Bastion e nós partimos, indo em direção a vila mais próxima, que fica a algumas horas de distância.

Depois de algumas horas de viajem, um pouco depois das três da tarde, de acordo com a posição do sol se eu não estiver errado, nós chegamos na vila.

Ao entrar na vila, nós percebemos que havia algo muito errado acontecendo, pois o clima está meio tenso e as pessoas parecem assustadas.

Querendo entender o que havia de errado com as pessoas, Maya desce do cavalo e vai em direção a um velho, que estava guardando as suas coisas com um pouco de pressa.

"Com licença senhor, eu sou a capitã Maya Hargreave e gostaria de saber o que está acontecendo aqui." Ela pergunta, e eu vejo os olhos do homem se iluminarem com esperança.

"O-Olá, Capitã Hargreave, o que está acontecendo, é que cerca de meia hora atrás, um dos caçadores voltou dizendo que viu milhares de bestas mágicas juntas vindo em direção a vila, o que significa que uma horda está se formando." Eu escuto ele dizer com um tom de medo e imediatamente eu sinto um peso forte no meu peito.

'As vezes eu acho que o plano daquele cara era me fazer morrer na jornada de volta e não na floresta.' Eu penso, com uma mistura de medo e raiva, e olhando ao redor eu vejo que não sou o único assustado.

Vários dos cavaleiros estão meio pálidos e tremendo, mas rapidamente se controlam.

"Uma horda? Isso vai ser algo bem difícil de lidar" Eu escuto Maya dizer e então ela se vira para nós.

"Muito bem, eu quero que vocês reúnam os moradores no centro da vila, pois eu vou fazer um anúncio!!" Ela diz, com um tom autoritário e nós fazemos o que ela mandou o mais rápido possível.

Depois de alguns minutos, todos nós estamos reunidos no centro da vila, com Maya em cima de uma casa olhando para todos.

"Primeiramente eu quere agradecer a todos por colaborarem mesmo nesta situação, e agora eu vou anunciar o que vai acontecer." Ela diz e para pra respirar.

"Segundamente, eu quero que todos aqueles que não podem lutar nos ajudem a fortificar o lugar e depois se escondam no porão da casa do prefeito." Ela diz e eu consigo ouvir alguns sussuros concordando com ela.

'Hm, as pessoas aqui parecem respeitar bastante ela.' Eu penso, vendo que nenhum dos sussurros é negativo.

"Enquanto isso, os caçadores vão ir junto com alguns dos nossos para plantar armadilhas ao redor da vila, quanto mais as bestas forem atrasadas melhor." Ela diz e dessa vez são os caçadores concordando com ela.

"Liam, com a sua magia de vento você é um dos mais rápidos aqui, eu preciso que você vá para o Condado pedir reforços já que nós estamos em grande desvantagem." Ela continua, desse vez se dirigindo ao Liam.

"Entendido!!!" Liam diz e de repente ventos surgem ao seu redor e ele desaparece.

"E por fim, mesmo que seja óbvio, aqueles que não vão plantar armadilhas na floresta vão ficar aqui e ajudar a fortificar a vila." Ela diz e desce da casa, antes de juntar os caçadores e aqueles que sabem colocar armadilhas para ir em direção a floresta.

Sabendo que eu não seria útil plantando as armadilhas, eu me junto com as pessoas que vão fortificar a vila.

Fortificar a vila foi algo bem simples de se fazer, já que vários cavaleiros e cidadãos tinham magia ou aura de Também ou natureza então não se pediam tantos recursos assim.

Além de que usando as minhas asas, era bem fácil de buscar recursos, então eu fui um dos encarregados de buscar tudo por uma parte do tempo.

Depois que de um tempo buscando coisas, eles me pediram ajuda para segurar algumas coisas, o que eu fiz usando a minha magia de sangue para criar vários braços ao redor do meu corpo.

Vendo o que eu estava fazendo, não demorou muito para outras pessoas tentarem o mesmo com o seu atributo de água, o que deu uma boa agilizada no processo.

Depois de um tempo, a vila estava completamente diferente do que era antes.

O que antes era uma vila de mineração, se tornou uma grande fortaleza.

Os muros, feitos com várias camadas de terra comprimida ao ponto de ser tão dura quanto ferro e cobertos por vinhas espinhentas.

Também nos muros nós temos vários espinhos feitos com madeira ou com terra comprimida.

Ao redor da vila nós temos uma fossa enorme e muito funda, com água chegando até a metade da altura.

Essa fossa vai servir principalmente para diminuir um pouco das primeiras ondas de bestas mágicas.

Espalhados por ambos os lados da fossa nós temos armadilhas de espinhos abaixo de um chão mais frágil que vai ser quebrado com um toque.

E por fim, nós temos várias torres para os arqueiros que vão atacar de longe.

'Eu espero que isso seja o bastante.' Eu penso, vendo o grupo que foi até a floresta retornar.