Capítulo 14: Cidade Legião

O homem ruivo percebeu que Lúcifer era um Variante e que não era sua Alucinação. Seu coração batia freneticamente enquanto ele se perguntava o que poderia fazer.

Havia uma arma perto dele, mas ele já tinha visto como uma arma era inútil contra Lúcifer. Era como se as balas não fossem feitas de metal. Elas entravam no crânio de Lúcifer e desapareciam.

Essas balas eram mesmo reais? Ou havia algo errado com elas? As balas entravam no crânio de Lúcifer, mas em vez de matá-lo, pareciam torná-lo ainda mais intimidador.

Ele olhou para a porta, que estava atrás de Lúcifer. Aquele parecia ser seu único caminho de fuga. Ele bateu com o punho na mesa e agarrou as drogas que jogou em direção a Lúcifer. A substância branca em pó encheu o ar, e parte dela até entrou nos olhos de Lúcifer.

O homem aproveitou a oportunidade e começou a correr em direção à porta.

Ele quase conseguiu alcançar a porta. Parecia haver apenas alguns metros de distância entre ele e a liberdade. Infelizmente, os últimos metros pareciam quilômetros quando o homem viu Lúcifer aparecer na sua frente.

Ele abriu os lábios para falar algo, mas nenhuma palavra saiu de sua boca. O suor cobriu seu rosto enquanto ele começava a recuar lentamente.

Lúcifer correu em direção ao homem ruivo e, sem demora, fechou seu punho antes de desferir o soco. Seu punho atingiu o estômago do homem, fazendo o outro arregalar os olhos de dor.

O homem voou para trás e bateu na parede. Uma dor extrema tomou conta de seu corpo enquanto ele sentia como se todo seu corpo estivesse sofrendo hemorragia interna. Ele também tinha a impressão de que todos os seus ossos estavam quebrados. Pelo menos, era assim que se sentia.

Lúcifer apareceu novamente na frente do homem, andando em passos lentos. Seus olhos permaneceram no homem que estava deitado no chão, gemendo de dor.

O homem ruivo podia ver a morte bem na sua frente. O medo da morte era evidente em seu rosto enquanto observava Lúcifer se aproximar.

Enquanto o homem ruivo olhava para Lúcifer como se ele fosse um ceifador, Lúcifer também olhava de volta. Seus olhos estavam fixos no rosto do homem, observando seu medo. Ele não podia deixar de apreciar essa sensação de medo que percebia em seu oponente.

Ele também se perguntava quando veria essa expressão no rosto daqueles cientistas. Ele não percebeu que estava ocorrendo uma ligeira mudança dentro dele. Quanto mais ele matava, mais estava mudando. Era uma mudança da qual ele estava totalmente inconsciente.

Era exatamente isso que a APF temia quando traçou o perfil de Lúcifer.

O medo da morte foi suficiente para deixar o homem louco. Ele não pôde deixar de gritar: "Seu bastardo! Por que você está me batendo? O que eu já fiz pra você? Não me diga que eu comi sua mãe!"

Essas pareciam ser as últimas palavras que ele conseguiu falar, pois a próxima coisa que viu foi apenas escuridão. Lúcifer tinha socado seu rosto com raiva por ter sua mãe zombada novamente. Seu soco foi suficiente para fazer a cabeça do homem explodir como um coco.

Uma cena grotesca se desenrolou na frente de Lúcifer, que não gastou nem mais um segundo observando. Ele instantaneamente se virou para sair.

Lúcifer tinha dado apenas alguns passos quando seu estômago começou a roncar.

Ele já tinha ficado sem comida há algum tempo. Além disso, usar suas habilidades o tinha deixado com fome novamente. Em sua fome, ele decidiu encontrar algo para comer. Era uma casa, então ele tinha a sensação de que deveria haver coisas para comer.

Ele entrou na cozinha, onde surpreendentemente encontrou luvas de borracha em cima de uma geladeira. Ele tocou as luvas de borracha para testar algo.

Um sorriso apareceu no rosto de Lúcifer quando percebeu que essas luvas estavam se deteriorando lentamente. Elas realmente se deterioravam, mas sua velocidade era muito mais lenta.

Ele imediatamente vestiu as luvas antes de abrir a geladeira. Ele pôde ver que a geladeira estava praticamente vazia. Havia uma garrafa de água junto com algumas maçãs que estavam dentro do cesto de frutas na geladeira.

Ele pegou a garrafa de água e bebeu um gole antes de pegar as frutas. Ele começou a comer as frutas e só saiu depois de terminar todas. Sua fome foi um pouco saciada, o que o fez se sentir melhor. Ele sentiu que estava pronto para uma longa jornada.

Lúcifer não perdeu tempo na cidade. Ele imediatamente deixou o lugar. Depois de caminhar por dois dias seguidos, ele finalmente chegou à Cidade Legião, onde era sua casa.

Uma placa com o nome da cidade estava na entrada da cidade, o que o fez saber que era sua cidade natal.

Ainda havia um problema que ele não sabia como resolver. Ele não sabia seu endereço. A única coisa que ele sabia sobre sua casa era a cidade em que ficava, mas não o endereço.

Na verdade, ele nem tinha saído de casa em muitas ocasiões. A única vez que ele foi levado para fora foi quando sua mãe ia às compras quando ele era muito pequeno. Seu endereço era um conceito completamente estranho para ele naquela época.

Ele não teve escolha a não ser andar pelas ruas como uma criança perdida, tentando encontrar sua casa, mas tudo era estranho para ele. Ele olhava ao redor para várias infraestruturas da cidade enquanto caminhava pelas ruas.

A cidade parecia ter muitos prédios bonitos. Ele ficou impressionado com a singularidade de alguns dos designs. Ele estava admirando um prédio que parecia ser feito em zigue-zague quando uma mulher parou na frente dele.

A mulher olhou para suas roupas; uma expressão confusa era evidente em seu rosto.

"Ei, garoto? Você está perdido?" Ela perguntou a Lúcifer. Lúcifer levantou a cabeça e olhou para a bela mulher.

Lúcifer não respondeu a ela e começou a se afastar dela. Ele não tinha nada para falar com a mulher já que não acreditava nela, e mesmo se acreditasse, não saberia o que dizer, pois ele mesmo não sabia seu endereço.

Ele caminhou pela cidade por dois dias. A fome extrema tinha começado a dominá-lo novamente. Seu estômago continuava roncando pesadamente.