Lúcifer caminhou pela cidade por muito tempo em busca de sua casa. Infelizmente, ele não conseguiu encontrar um lugar que se parecesse com sua antiga casa. Além disso, ele também começou a sentir fome.
Seu estômago fazia barulhos pesados enquanto Lúcifer caminhava pelas ruas quentes que estavam ainda mais quentes por causa do sol brilhante acima de sua cabeça.
A fome o mantinha distraído. Ele tinha uma urgência de que comer era algo que não deveria perder. Mas para isso, precisava encontrar um lugar. Toda vez que tentava conseguir comida, as coisas não terminavam como ele esperava.
Ele se perguntou se as coisas seriam diferentes agora que mudou o objeto de sua busca de sua casa para um lugar onde pudesse comer.
Ele andou mais um pouco antes de finalmente ver um lugar. Era um pequeno restaurante que tinha uma placa desgastada na frente que dizia "Comida Caseira".
"Comida Caseira?" Ele murmurou enquanto começava a caminhar em direção à entrada do restaurante.
Havia uma campainha conectada à porta, que alertava o proprietário sempre que alguém entrava no restaurante. Ela começou a tocar quando Lúcifer empurrou a porta para abrir.
O restaurante parecia ser pequeno. Também não havia muitas pessoas dentro.
Um homem de meia-idade sentado atrás do balcão levantou-se inconscientemente ao ouvir a campainha. O homem parecia ter uns quarenta anos. Exceto pelo homem, não se via uma única pessoa lá dentro.
"Estamos fechados por hoje", o homem soltou imediatamente, antes mesmo de poder ver quem havia chegado.
Logo percebeu que era uma jovem criança que havia entrado.
"Criança? Por que você está sozinho? Onde estão seus pais? Pelas suas roupas, não parece que você tem pais cuidando de você. Como alguém tão jovem pode andar sem um responsável?" Ele perguntou a Lúcifer.
Ele não esperava que um menino de dez anos fosse quem entrou em seu restaurante.
"Preciso de comida", disse Lúcifer sem qualquer expressão no rosto.
"Quem é?"
Uma voz feminina veio dos fundos quando uma mulher saiu da cozinha. A mulher de cabelos escuros tinha lindos olhos azuis. Ela parecia estar no final dos trinta anos. Seus olhos gentis deram a Lúcifer uma sensação de proximidade.
Lúcifer não pôde deixar de balançar a cabeça.
'Não caia! Nenhum deles é realmente gentil!' Ele repetiu em sua cabeça para ter certeza de que não cometeria o mesmo erro que cometeu com os cientistas. A mulher de cabelos escuros era a esposa do homem de meia-idade.
Ela e seu marido administravam o lugar juntos. A esposa fazia os pratos enquanto o homem atendia os clientes e cuidava do faturamento.
A mulher estava lavando a louça no momento. Quanto ao restaurante, havia uma pequena placa pendurada na maçaneta da porta, que dizia que o restaurante estava fechado hoje. Lúcifer efetivamente ignorou as palavras.
"É uma criança. Ele parece estar com fome; pode ser um órfão também", o homem de meia-idade respondeu à sua esposa.
"Só isso? Tudo bem. Vou preparar algo para ele", disse a mulher de cabelos escuros enquanto assentia.
Ela olhou de volta para Lúcifer antes de continuar: "Pequeno, espere só um minuto".
A mulher entrou na cozinha, deixando seu marido e Lúcifer para trás.
"Verdade. Mesmo que não possamos ajudar todos os órfãos ou todas as pessoas necessitadas, podemos pelo menos alimentar uma criança que vem até nossas portas", o homem murmurou enquanto sorria gentilmente. Ele caminhou em direção a Lúcifer para acariciar sua cabeça.
Vendo o homem se aproximar, Lúcifer não pôde deixar de dar um passo para trás.
"Fique longe de mim!" Lúcifer gritou.
"Ah, tudo bem, tudo bem. Vou ficar longe", o homem parou, surpreso. Ele acenou suavemente com a mão enquanto recuava.
Ele se perguntou se Lúcifer o odiava ou se tinha algum trauma que foi ativado quando ele se aproximou. Se fosse um trauma, o homem não queria piorar as coisas para Lúcifer.
O homem de meia-idade e Lúcifer permaneceram em suas posições, sem ninguém se movendo minimamente.
O silêncio durou até que a mulher saiu com uma tigela de sopa alguns minutos depois.
"Hmm? O que vocês estão fazendo aí? Você poderia pelo menos sentar", disse a mulher de cabelos escuros enquanto sorria.
Ela olhou para seu marido e não pôde deixar de repreendê-lo carinhosamente: "Você deveria ter pedido para ele sentar. Vamos, onde está sua cabeça hoje?"
Observando a mulher repreender seu marido, Lúcifer não pôde deixar de relembrar seus pais. Sua mãe também repreendia seu pai frequentemente quando eles estavam vivos. Havia uma pontada de dor em seu coração ao se lembrar de seus pais. Ele cerrou o punho com tanta força que suas unhas começaram a penetrar sua pele.
"Venha comer", disse a mulher de cabelos escuros para Lúcifer enquanto colocava a tigela de sopa na mesa.
"Ele é um pouco desconfiado; não acho que ele irá até lá enquanto você estiver aí", o homem de meia-idade informou sua esposa, surpreendendo-a. "Volte aqui".
A mulher ficou surpresa, mas ouviu seu marido. Ela recuou e caminhou em direção a ele.
"Não vamos nos aproximar; você pode comer tranquilo", disse o homem de meia-idade a Lúcifer com um sorriso gentil no rosto.
Lúcifer olhou para ambos por um momento antes de começar a caminhar em direção à mesa. Ele ainda estava usando as luvas de borracha nas mãos.