Era difícil descrever a sensação da Força correndo pelo seu corpo. Se Leonel tentasse explicar, seria como cair em uma cama de travesseiros macios, ou caminhar através de uma névoa de água em um dia quente de verão. Não apenas se sentia bem, se sentia certo. Como se este fosse o verdadeiro estado do ser.
Leonel não sabia por que sua resistência havia aumentado enquanto a de Aina havia despencado, mas ele não tinha tempo para pensar nisso. Na verdade, se ele pensasse sobre isso por um momento, perceberia que, como sua coordenação aumentou, ele poderia usar suas habilidades de forma mais eficiente, permitindo usar menos força para alcançar o mesmo resultado.
Embora a força e velocidade de Leonel permanecessem inalteradas, sua proeza em combate estava em um nível completamente diferente. Os movimentos dos Ingleses eram quase dolorosamente lentos.
Sua lança serpenteava pelo ar como uma víbora, perfurando gargantas e cortando espinhas a cada golpe. Era a maneira mais humana que Leonel conseguia pensar para acabar com suas vidas.
Algo sobre empunhar uma lança se sentia diferente do seu bastão. Leonel havia escolhido o bastão devido à sua falta de experiência em batalha. Ele pensou que teria mais facilidade com uma arma de maior alcance.
No entanto, com a lança, apesar de ser óbvio que não tinha experiência real com ela, ele se sentia livre. Algo dentro de seu corpo estava agitado, despertando de um sono como se estivesse esperando por este momento.
[Leonel Morales]
[Força: 0.85; Velocidade: 0.80 (+0.1); Agilidade: 0.99 (+0.1 - anulado); Coordenação: 1.10; Resistência: 0.99 (+0.05 - anulado); Reações: 1.10; Espírito: 0.40]
Mais do remédio oculto no corpo de Leonel se difundiu, aumentando sua força e velocidade em 0.05. Ele sentia seu sangue fervendo, mas não era fadiga. Era excitação.
Leonel esqueceu seu ódio pela morte, por matar. A coordenação desajeitada em seu braço se estabilizou. Como uma criança aprendendo a andar, sua lança se tornou menos dependente de sua agilidade e mais de sua habilidade.
Ele parecia estar caminhando através da batalha, percorrendo cinco metros a cada passo, deixando um rastro de corpos em seu caminho.
Os Franceses ficaram entorpecidos. Seria este o poder que Deus poderia conceder a um homem?
A lança de Leonel quase parecia um chicote negro, serpenteando e curvando-se ao redor das defesas e voltando com velocidade supersônica.
Ele podia sentir a presença dela se aproximando, mas também ficando mais fraca ao mesmo tempo. Aina já estava no seu limite. Leonel não sabia o que havia acontecido com ela, mas sabia que precisava tirá-la dali.
"Aina!" Leonel rugiu, derrubando outro Inglês.
Não importava o quão bem ele se sentia, Leonel sabia que havia um limite para sua força. Sua resistência não era ilimitada. Apenas caminhar adiante esses 50 metros através de uma multidão de Ingleses já havia começado a consumir sua resistência de 0.99.
Qualquer que fosse o estranho fenômeno que estava acontecendo com seu sangue consumia sua resistência muito mais rápido do que antes. Leonel suspeitava que o que ele estava experimentando agora, Aina estava experimentando dez vezes mais.
'Mais rápido...'
Leonel cerrou os dentes, avançando com uma velocidade ainda maior. Ele começou a depender fortemente de sua habilidade, identificando quem tinha a habilidade mais fraca, derrubando-os e usando a brecha que seus corpos formavam para passar.
"Aina!"
Leonel mal podia vê-la através do mar de corpos. Sua respiração estava tão pesada em seus lábios que uma névoa densa se formava sempre que ela exalava. Não estava nem perto de frio o suficiente para o ar condensar assim, que tipo de calor Aina estava experimentando.
No passado, dificilmente uma mancha de sangue a tocava. Mas agora, ela estava completamente encharcada.
Leonel podia dizer que não era o próprio sangue dela. Na verdade, ela parecia estar completamente ilesa. Mas seu estado atual ainda enviava ondas em seu coração.
'O que há de errado com ela?'
"Matem-na! Por nossos irmãos caídos!"
"Por nossos irmãos caídos!"
Os olhares dos Ingleses quase brilhavam vermelhos sob seus capacetes. Eles não viam Aina como uma árbitro de Deus. Para eles, ela era um demônio. Um terrível diabo que desceu em suas terras. A esta altura, sua determinação em derrubar a França havia subido vários níveis. Era seu dever como homens tementes a Deus expulsar estes Adoradores do Diabo de suas terras!
"Por nossos irmãos! Por nossas famílias! Pelo Senhor!"
"Pelo Senhor!"
Os Ingleses se esforçaram ao máximo, sacrificando suas vidas sob o machado de Aina apenas para permitir que aqueles atrás deles se aproximassem mais um pouco.
Leonel não conseguia encontrar dentro de si o ódio por eles. Mesmo que investissem contra a única mulher que já havia mexido com seu coração, ele percebeu agora como estava certo em não matá-los com raiva. Estes eram homens que mereciam seu respeito. Mesmo diante de um poder muito maior que o deles, eles colocavam tudo que tinham em jogo.
Esta era a força da raça humana. Um povo que lutava para sobreviver mesmo nas situações mais terríveis. Era por esta razão que as ações do Imperador Gervaise Fawkes eram tão repreensíveis. Permitir que as vidas de bilhões fossem extintas apenas para manter o controle... Apenas esse tipo de pessoa merecia sua raiva, sua fúria...
Para os homens diante dele agora... Eles só mereciam sua consideração.
A mente de Leonel se acalmou mais um nível.
Naquele momento, ele percebeu que a raiva não era o que o alimentava. Na verdade, o impedia.
O respeito sincero que Leonel sentia o trouxe de volta. O desafio diante dele se tornou não diferente de um jogo de futebol ou um exame, não porque ele achava as vidas desses homens triviais, mas porque ele sempre levou até as tarefas mais simples com a máxima seriedade. Carregar o fardo das vidas desses homens em sua consciência não era diferente.
Uma aura natural irrompeu de seu corpo, cobrindo o campo de batalha com uma presença sufocante.
'Venham... Vou deixá-los descansarem sob uma lâmina que reconhece sua determinação...'