A trepadeira pescadora irrompeu do chão e encarou o Emery pendurado de cabeça para baixo com seus olhos azulados invertidos. Emery agarrou firmemente o trevo lunar falso com sua mão esquerda enquanto pegava a espada que caía de sua cintura com a outra mão. Ele tentou apunhalar seus olhos azuis ameaçadores, mas errou, acertando a testa do monstro. O monstro então balançou para frente e para trás, se contorcendo de dor, fazendo Emery pousar em suas costas.
Emery se segurou com ambas as mãos na espada e se posicionou de frente para a parte central da espada para garantir que não encontraria seu próprio fim.
"Maldito garoto, não sei se você é sortudo ou azarado. É mais raro encontrar uma besta de nível três nesta floresta do que a planta", disse Topper, puxando o grande machado de suas costas antes de começar a golpear selvagemente os pés do monstro.
Raízes, trepadeiras e galhos voavam para todo lado cada vez que o machado de Topper cortava, mas assim que ele puxava o machado, trepadeiras rastejavam até onde ele tinha acertado, reforçando a parte danificada que já estava dura como metal. Mesmo assim, Topper continuava balançando seu machado como um lenhador enlouquecido.
Mags, por outro lado, tinha sua bola de fogo pronta na palma da mão. Ela procurava uma oportunidade para queimar este monstro, mas Emery continuava segurando firme em sua espada, apesar do balanço violento da trepadeira pescadora.
"Pule agora!" exclamou Fatty.
Emery olhou atordoado na direção de Fatty e notou uma fraca luz verde atrás dele. Ele não sabia o que era, mas lhe deu uma sensação sinistra. Ele usou a força do balanço da trepadeira pescadora e se jogou em direção ao tronco de uma árvore próxima e se preparou para o impacto. Assim que bateu na árvore e caiu no chão, sua visão ficou embaçada enquanto observava a luz verde disparar em direção ao local onde estava pendurado.
A trepadeira pescadora conseguiu desviar por pouco da luz verde, mas um de seus ombros foi atingido e caiu no chão. Mags lançou a bola de fogo, queimando seu outro ombro. Ela soltou um guincho agudo, que fez todos cobrirem os ouvidos e fecharem os olhos.
Naquele momento, Emery ouviu o farfalhar dos arbustos ao seu lado, então uma mulher usando uniforme esverdeado claro, pele pálida e longos cabelos brancos apareceu como se tivesse saído direto de um pergaminho de conto de fadas que ele havia lido na propriedade de seu pai. Suas pupilas se dilataram ao vê-la.
"Ahh, é você de novo" disse Silva, seus olhos de serpente o encarando com frieza.
Emery tentou se levantar, mas seu corpo enviou ondas de dor. Ele observou Silva se ajoelhar, sua palma brilhando em verde.
"Enredado," disse Silva. Várias raízes e galhos maiores do que os que Cole havia feito apareceram e se enrolaram ao redor da trepadeira pescadora em chamas. A trepadeira pescadora se debateu violentamente e conseguiu fazer Topper voar com um chute.
Silva, no entanto, caminhou para frente e fechou o punho. Seu feitiço de emaranhar começou a apertar com mais força ao redor da trepadeira pescadora de três metros. Um som de esmagamento ecoou na área e a trepadeira pescadora deu seu último rugido até que finalmente foi esmagada. Matéria vegetal voou para todo lado junto com um líquido azul-esverdeado que espirrou no chão.
Todos ficaram atônitos com a facilidade com que ela havia matado a besta de nível três, a trepadeira pescadora. Ela se aproximou do cadáver, tocou o anel em seu dedo e fez a trepadeira pescadora desaparecer antes de se virar.
"Você! Como você—" Cole viu seus olhos e seu rosto escureceu—"ah, claro. Você é uma mestiça."
Silva o ignorou e simplesmente se afastou do grupo.
"Volte aqui sua besta e devolva o que você roubou!" Cole explodiu enquanto erguia sua lança.
Silva pareceu indiferente e simplesmente ficou parada. Ela olhou para Cole com seus olhos afiados e disse, "Eu matei a besta rara, portanto os espólios devem ir para quem matou. Então por que eu deveria?"
Ela se virou para ir embora, mas Topper, Mags e Fatty bloquearam seu caminho.
"E o que significa isso?" Silva disse friamente.
"Não é óbvio, mestiça imunda," Cole disse com os dentes cerrados, fazendo sua lança brilhar com um brilho verde.
O olhar de Silva ficou ainda mais frio a ponto de Emery, que acabara de se levantar, poder sentir sua sede de sangue, enviando eletricidade por sua espinha.
Cole então empurrou sua lança, enviando um raio de luz verde em direção à grande árvore atrás de Silva, propositalmente arranhando sua bochecha. "O próximo não vai errar, então entregue a maldita besta mágica, sua cobra nojenta!"
"Quatro contra um. Você não está sendo muito homem precisando de reforços para lutar contra uma única garota?" Silva disse, seus lábios com meio sorriso, olhando para Cole.
"Cale a boca, mestiça. Você não é humana, você nem mesmo é uma garota. Nós não reconhecemos nenhum de vocês. Portanto, você é nossa inimiga," Cole disse, apontando sua lança para seu pescoço.
Esta linha de raciocínio. Era absurda. Emery começava a sentir as batidas em seu ouvido, coração contra seu peito. Memórias daquela noite ressurgiram em sua mente. O ataque. O ódio racial dos saqueadores pelos chrutin.
"Pessoal, não podemos todos nos acalmar?" disse Emery. Na verdade, ele estava dizendo isso mais para si mesmo.
"Aparentemente, esses puristas imbecis pensam que somos uma abominação," disse Silva, olhando para ele. "Mas e você? De que lado vai lutar? Deles ou do seu próprio?"
As sobrancelhas de Emery tremeram. Do que esta garota estava falando? Deles ou do seu próprio? Será que ela quis dizer porque ela era da mesma classe que ele?
Cole estalou a língua e falou enquanto virava a cabeça, "O que ela quis dizer com isso?"
Cole não conseguiu terminar sua frase, no entanto, quando Silva de repente sacou uma espada de seu anel e golpeou!