Cole inclinou a cabeça, mal conseguindo desviar do ataque repentino de Silva. Ele se moveu com rapidez, mas Silva não era menos ágil que ele. Topper, Mags e Fatty tentaram se juntar à briga e a cercaram. Cole, no entanto, repreendeu os três. "Eu vou enfrentá-la sozinho!"
Ele fez as raízes sob Silva se erguerem, mas a palma de Silva brilhou e as raízes rastejantes pararam. Ela avançou contra Cole e atacou com tanta intenção assassina que até Emery pôde sentir um arrepio na espinha cada vez que ela atacava. Ainda assim, Cole conseguiu desviar de todos os golpes.
Os dois tinham habilidades iguais no uso da espada e da lança. Ninguém tinha vantagem sobre o outro.
Cole usou outro feitiço e fez espinhos surgirem das trepadeiras no chão. "Espinho de Vinha!"
Silva pulou para fora do caminho, desviando de todos os espinhos afiados que se projetavam. Ela se preparou em posição e esperou Cole fazer seu próximo movimento.
Cole, por outro lado, saiu de sua postura enquanto apertava os olhos e olhava para o uniforme dela. "Você é do primeiro ano, não é?"
"E se eu for?" Silva respondeu, seus olhos mantendo o controle das posições de Cole, Topper, Mags, Fatty e Emery.
"Não vou perguntar de novo, você sabe que não pode me vencer. Agora entregue o cadáver da besta ou vou transformá-la em vinho de cobra," Cole disse, com voz áspera.
Silva recuou levemente enquanto Cole se aproximava dela, Topper e Mags aos lados, enquanto Fatty estava atrás dela. Ela ainda mantinha a guarda alta e disse, "Tudo bem. Estou disposta a negociar com você. Me dê dois trevos-de-quatro-folhas da lua em troca."
"Vadia, acho que você não entende sua situação. Deixe isso aí e poderá manter sua vida," Cole disse, fazendo sua lança brilhar com luz verde.
"Uma planta em troca do meu serviço de matá-la. Essa é minha oferta final. Parece uma troca justa, não?" Silva disse, seu tom frio como gelo.
Os outros quatro se entreolharam. Pareciam estar considerando a oferta de Silva. Emery, no entanto, tinha um pressentimento diferente. Ele notou que o aperto dela na espada se intensificou e seu pé se moveu em um ângulo estranho.
Ele se perguntou o que faria se estivesse cercado e percebeu o que estava prestes a acontecer. Emery pegou sua espada do chão e procurou em sua bolsa qualquer coisa que pudesse segurar. Foi nesse momento, porém, que sua previsão se concretizou.
Silva golpeou o chão e espinhos também brotaram da terra onde os quatro estavam. Quando os quatro pularam para trás, ela avançou em direção a Emery.
Emery sabia que era o elo mais fraco e para sair de um cerco, mirar no ponto vulnerável era a coisa mais sensata a fazer. Ele estava pronto, porém, e pescou o alimento semelhante a pão que não havia comido, que estava duro como pedra, e jogou em Silva. Silva facilmente desviou, no entanto, ele não tinha terminado. Emery avançou para encontrar sua espada e no momento em que as espadas faiscaram do choque, ele sabia que não seria capaz de igualar a força dela, então soltou no último momento; então derrubou a surpresa Silva.
Emery agarrou seus pulsos, colocou todo seu peso sobre ela e enterrou seu rosto em seu peito. Ele gritou, com a voz abafada, "Rápido!"
Ela se debateu, mas Emery continuou empurrando-a. Ele não podia ver, mas o rosto dela estava ficando vermelho enquanto dizia, "Saia de cima de mim, s-s-seu pervertido!"
"Emaranhar!" Cole lançou seu feitiço e as raízes envolveram firmemente os dois.
"E-ei! O que você está fazendo?" Emery questionou Cole ao sentir as raízes circulando sua pele junto com Silva.
"Cale-se! Pare de falar!" Silva fez todo esforço que pôde, mas as raízes finalmente haviam amarrado os dois. Ela não conseguia lançar seu feitiço nessas condições.
Emery moveu sua cabeça tentando sair do peito de Silva e subiu. Seu rosto e o dela estavam a apenas um centímetro de distância. Silva virou a cabeça, mas Emery ainda podia sentir o leve calor irradiando de suas bochechas e sua respiração.
Cole ignorou os comentários de Emery e apontou sua lança para Silva logo acima da cabeça de Emery. Ela não respondeu, então Cole moveu a lança perto de sua testa.
"Você pode, por favor, só dar ao cara o que ele quer para podermos sair dessa situação?" Emery disse.
Silva estalou a língua antes de fazer aparecer o Cadáver de Vinha Angler.
Cole então usou seu anel para armazenar a besta morta. Ele acrescentou, "Agora entregue seus trevos da lua também."
"Não tenho nenhum comigo," Silva disse.
"Então, você ainda ousa mentir na minha cara, sua cobra vadia," Cole disse enquanto agarrava a mão dela que tinha o anel.
"Me solte ou eu vou—"
Cole a esbofeteou antes mesmo que ela terminasse suas palavras. "Você vai o quê? O que você pode fazer agora?" Cole disse com um sorriso sombrio, afrouxando as raízes perto da mão de Silva. Ele então apontou a lança para o dedo indicador dela e acrescentou, "Vou te dar uma escolha, ou você renuncia à propriedade do anel ou vou cortar seus dedinhos bonitos um por um como a cobra que você é."
"Espera, você não está indo longe demais?" Emery disse. Ele podia sentir o corpo de Silva tremendo e seu coração batendo contra seu peito.
Silva sibilou, "Tente, seu purista! Vou fazer você ser enforcado por isso!"
"É mesmo? Então, que seja." Cole ergueu sua lança e atacou. Emery tentou se mexer, mas as raízes eram muito grandes e eles não conseguiram desviar rápido o suficiente.
A lança raspou bem ao lado de seu pescoço. Errou, mas de alguma forma Emery e Silva conseguiram rolar no chão.
"Hahaha! Claro que não estou falando sério! Não sou estúpido o suficiente para ser punido pela Academia por causa de uma mestiça tão baixa," Cole disse, puxando sua lança de volta.
"Seu idiota! Me solte agora!" Silva gritou a plenos pulmões enquanto tentava se libertar das raízes que os amarravam.
Emery estava agora embaixo enquanto Silva estava em cima. Seus olhos se encontraram quando Emery notou um relâmpago brilhar no céu limpo da noite, iluminado pela Lua Dourada. Um estrondo alto logo seguiu, então uma voz dominadora ressoou em suas mentes, dando calafrios a todos os acólitos no Pântano.