Era um dia tranquilo, mas Evelyn tinha uma missão.
Ela olhava para o armário de Oliver com uma expressão séria, como se estivesse diante de um grande problema.
— Você realmente só tem roupas pretas?
Oliver, sentado na cama com os braços cruzados, apenas arqueou uma sobrancelha.
— E qual o problema?
Evelyn suspirou, fechando as portas do armário com força.
— O problema é que você parece um personagem de anime que só tem um modelo de roupa!
Ele deu de ombros.
— Eu gosto assim.
— Pois é, mas eu não!
Antes que ele pudesse argumentar, Evelyn puxou seu braço.
— Vem, você vai fazer compras comigo.
Oliver tentou se soltar.
— Eu não preciso de roupas novas.
— Cala a boca e anda.
E foi assim que Oliver se viu dentro de uma loja de roupas no shopping, acompanhado não só de Evelyn, mas também de Cynthia e Ayla, que foram chamadas para "ajudar".
Ayla parecia animada, olhando para todas as opções disponíveis.
Cynthia cruzou os braços e analisou Oliver de cima a baixo.
— Bem, pelo menos ele tem porte pra vestir qualquer coisa.
Evelyn sorriu.
— Exato! Agora vamos fazer milagre aqui.
Oliver soltou um longo suspiro.
Ele já sabia que não sairia dali sem pelo menos algumas roupas novas.
Oliver já sabia que aquela missão seria um teste de paciência, mas o que ele não esperava era o que viria a seguir.
A loja estava cheia, e como sempre, a presença dele chamava atenção. Algumas vendedoras cochichavam entre si enquanto lançavam olhares na direção dele.
Evelyn, Cynthia e Ayla perceberam isso imediatamente.
Ayla riu baixinho.
— Nossa, Oliver… acho que você tem fãs aqui.
Cynthia assentiu, analisando o ambiente.
— Faz sentido, ele tem presença.
Evelyn, por outro lado, não achou graça nenhuma.
Enquanto Oliver pegava uma jaqueta de couro para avaliar, duas funcionárias da loja se aproximaram.
— Com licença… — Uma delas sorriu de forma encantadora. — Você tem um ótimo porte. Está procurando algo específico?
Antes que ele pudesse responder, a outra completou:
— Acho que um visual mais sofisticado ficaria perfeito pra você.
Oliver olhou para Evelyn de canto de olho.
Ela estava parada ao lado de Cynthia e Ayla, mas sua expressão era fácil de decifrar.
Ela estava irritada.
Muito irritada.
Oliver suspirou.
— Só estou vendo. Obrigado.
Ele voltou sua atenção para outra peça, mas as mulheres insistiram.
— Se precisar de ajuda para experimentar algo, podemos sugerir alguns modelos.
— Acho que uma camisa social destacaria ainda mais seu físico.
Antes que pudessem continuar, Evelyn apareceu entre eles, segurando várias peças de roupa e jogando tudo nos braços de Oliver.
— Ele já tem quem ajude, obrigada.
Seu tom foi seco, mas carregado de algo a mais.
As mulheres recuaram um pouco, trocando olhares antes de se afastarem.
Cynthia observou a cena e sorriu, divertida.
— Evelyn, você tá bem?
— Tô ótima. — Ela respondeu, forçando um sorriso enquanto Oliver a olhava com um meio sorriso.
Ayla sussurrou para Cynthia.
— Acho que o "filtro" dela sumiu.
Cynthia riu.
O pior é que Evelyn sabia que estava exagerando, mas não conseguia evitar.
Ela sempre gostou de Oliver, mas antes conseguia manter esse sentimento sob controle.
Agora? Agora estava piorando.
Ver outras mulheres jogando charme para ele despertou um incômodo que antes era pequeno, mas agora crescia como uma fogueira alimentada pelo vento.
Ela cruzou os braços e respirou fundo, tentando se recompor.
Mas, no fundo, já sabia…
Aquela obsessão por Oliver só estava aumentando.
Depois do pequeno incidente com as vendedoras, Evelyn tentou manter a compostura, mas seu olhar sempre voltava para Oliver.
Cada vez que ele experimentava uma peça nova e Cynthia ou Ayla faziam algum comentário positivo, ela sentia um incômodo estranho.
E o pior foi quando uma cliente da loja — uma mulher alta e elegante — passou por ele e soltou um comentário casual:
— Preto fica ótimo em você, mas deveria tentar azul-marinho. Combinaria com seu tom de pele.
Evelyn paralisou.
Cynthia percebeu e sussurrou para Ayla:
— Isso vai dar problema.
Oliver, sem se importar muito, apenas assentiu educadamente e voltou a olhar as roupas.
Mas Evelyn?
Evelyn estava bufando.
Ela pegou a primeira peça azul-marinho que encontrou e jogou nas mãos dele.
— Experimenta.
Oliver ergueu uma sobrancelha.
— Não gosto de azul.
— Agora gosta.
Ayla segurou o riso.
Cynthia já nem tentava mais disfarçar a diversão.
Oliver suspirou e entrou no provador, enquanto Evelyn cruzava os braços, impaciente.
Mas quando ele saiu vestindo a camisa azul-marinho…
Ela piscou algumas vezes.
Ok, talvez aquele elogio da mulher desconhecida fizesse sentido.
Mas isso só a irritou mais.
Cynthia sorriu, olhando para Evelyn.
— Não vai falar nada?
Evelyn desviou o olhar.
— Tanto faz.
Oliver percebeu.
Ele sabia exatamente o que estava acontecendo.
E, pela primeira vez naquele dia, um pequeno sorriso malicioso apareceu em seu rosto.
Ele se aproximou um pouco mais dela e, com uma calma absurda, disse:
— Então vou comprar. Já que você gostou.
O olhar dela se voltou para ele num instante.
— Eu não disse que gostei.
Ele inclinou a cabeça.
— Mas também não disse que não gostou.
Evelyn ficou muda.
Cynthia e Ayla trocaram olhares cúmplices.
E foi naquele momento que Evelyn percebeu.
Enquanto Oliver continuava experimentando roupas, Evelyn respirava fundo, tentando se acalmar.
A princípio, era só uma implicância boba. Uma brincadeira.
Mas cada elogio que ele recebia… Cada olhar que as outras mulheres lançavam para ele…
Fazia seu peito apertar.
Ela já entendia. Não era só ciúmes. Era algo mais profundo. Mais intenso
E, acima de tudo, algo que ela não queria que Oliver notasse.
Do mesmo jeito que ele guardava seus próprios segredos.
Ela começaria a esconder o dela.
Sua obsessão estava crescendo.
E não havia nada que ela pudesse fazer para impedir.
A porta do provador se abriu novamente, e Oliver saiu ajustando a gola da camisa azul-escura que Evelyn tinha escolhido para ele.
— O que acham? — Ele perguntou, olhando para as três.
Cynthia sorriu. — Combina com você.
Ayla assentiu. — Parece um professor universitário agora.
Evelyn não respondeu de imediato. Seus olhos analisaram Oliver por um instante mais longo do que o normal.
Ela não queria admitir, mas as palavras das outras mulheres ali dentro da loja continuavam ecoando em sua mente.
"Ele é tão bonito…"
"Parece modelo."
"O jeito dele é tão charmoso."
O pior de tudo? Oliver não parecia se importar com nada disso.
Ele ouvia os elogios como se fossem apenas barulho de fundo, completamente indiferente.
Como se essas mulheres não existissem.
Como se ela não existisse.
Evelyn forçou um sorriso e cruzou os braços.
— Você tá decente. Vai levar essa.
Oliver ergueu uma sobrancelha, desconfiado, mas não questionou.
Cynthia riu, percebendo o tom de Evelyn. — Você tá escolhendo roupa ou marcando território?
— Dá pra fazer os dois ao mesmo tempo. — Evelyn rebateu, pegando as peças que ele já tinha escolhido para ir ao caixa.
Oliver suspirou e olhou para Ayla.
— Ela tá estranha hoje.
Ayla deu de ombros. — Ela sempre tá estranha.
Evelyn lançou um olhar afiado para os dois.
— Eu tô ouvindo.
Oliver apenas sorriu de leve e foi até o caixa atrás dela.
Enquanto isso, Evelyn segurava firme as roupas nas mãos.
Oliver era dela.
E ela não ia deixar ninguém esquecer disso.
Evelyn, Ayla e Cynthia se entreolharam quando Oliver, do nada, começou a andar pelos corredores da loja, analisando as roupas.
— Ele tá… escolhendo roupa? — Cynthia arqueou uma sobrancelha.
— Achei que ele só usava o que já tinha no armário. — Ayla comentou, observando com curiosidade.
Oliver normalmente não ligava para isso. Ele vestia suas roupas pretas, seus sobretudos e seguia o dia. Mas agora, ele estava escolhendo.
As três ficaram em silêncio enquanto ele pegava algumas peças. Todas seguiam o mesmo padrão: preto, branco e cinza. Algumas camisas sociais, algumas camisetas simples, um casaco leve… mas então, ele pegou um sobretudo diferente.
O tecido alternava entre branco e preto conforme a luz batia, criando um efeito marcante, mas sutil.
Evelyn franziu a testa.
— Outro sobretudo? Quantos mais você precisa?
— Esse é diferente. — Oliver respondeu simplesmente, analisando a peça.
Ayla riu. — E desde quando você liga pra diferença entre sobretudos?
— Desde agora.
Cynthia cruzou os braços. — Bom, pelo menos ele ainda é você. Se tivesse pegado algo colorido, eu chamaria uma ambulância.
Oliver ignorou o comentário e seguiu até o caixa, deixando Evelyn parada, encarando suas costas.
Primeiro ele escolhe roupa… agora ele tá começando a definir um gosto próprio?
O que mais ele anda escondendo?
Evelyn ficou pensativa enquanto Oliver pagava as roupas.
Ele sempre foi alguém que não ligava para essas coisas. Simples, prático, direto. Então, por que agora ele estava escolhendo roupas específicas? Será que algo tinha mudado?
Ayla e Cynthia continuavam conversando entre si, mas Evelyn não conseguia prestar atenção. Sua mente estava focada nele.
Quando ele voltou com as sacolas, elas saíram da loja e seguiram pelo shopping.
— Já que estamos aqui, que tal um café? — Cynthia sugeriu.
— Boa ideia! — Ayla concordou animada.
Evelyn assentiu automaticamente, ainda processando seus pensamentos, enquanto Oliver apenas deu de ombros.
Sentaram-se em uma cafeteria aconchegante, e Ayla rapidamente puxou um menu, decidindo o que pedir. Cynthia fazia o mesmo, mas Evelyn, por outro lado, estava apenas olhando para Oliver.
Observando cada detalhe.
Como ele se comportava. Como ele reagia ao ambiente ao redor. Como as funcionárias da cafeteria o olhavam.
Mais uma vez, os olhares delas paravam nele.
Evelyn sentiu um pequeno incômodo crescer.
A garçonete veio anotar os pedidos, mas parecia mais interessada em Oliver do que em qualquer outra coisa.
— Boa tarde! O que vão querer? — Ela perguntou, mas os olhos estavam fixos em Oliver.
Ele, como sempre, manteve a expressão neutra e fez seu pedido sem dar a mínima atenção. Evelyn sentiu um pequeno alívio… mas a garçonete continuou sorrindo para ele.
— Você tem uma voz muito bonita. — Ela comentou.
Oliver apenas olhou para ela por um instante.
— Obrigado.
E voltou a olhar para o menu, como se aquilo não tivesse significado nada.
A garçonete soltou um riso e então anotou o restante dos pedidos.
Evelyn apertou a xícara que segurava.
Cada vez mais.
Cada elogio. Cada olhar.
Era como se algo dentro dela estivesse crescendo. Algo quente. Algo intenso.
Ela não podia demonstrar.
Mas, por dentro, sua obsessão aumentava.
O café chegou, mas Evelyn já não prestava tanta atenção.
Ela mantinha um sorriso no rosto, um olhar calmo, mas por dentro, sua mente fervilhava.
A garçonete ainda não tinha ido embora.
— Desculpe perguntar, mas você trabalha como modelo? — A mulher insistiu, inclinando-se um pouco mais na direção de Oliver.
Evelyn sentiu um arrepio subir pela espinha.
Ayla e Cynthia olharam para Oliver, curiosas pela resposta, mas ele apenas piscou devagar e respondeu, sem hesitação:
— Não.
A garçonete sorriu de novo, claramente achando graça da resposta seca dele.
— Bem, se um dia quiser, com certeza faria sucesso.
Ela finalmente saiu depois disso.
Evelyn pegou a xícara de café e tomou um gole, tentando manter a compostura.
Ayla olhou para ela e piscou, meio divertida.
— Você tá bem?
— Claro. — Evelyn respondeu automaticamente, mantendo sua expressão neutra.
Mas Ayla conhecia bem aquela resposta.
Cynthia também percebeu e sorriu de lado.
— Tem certeza? Seu café ainda tá quente, mas você bebeu como se não sentisse nada.
Evelyn piscou.
Realmente, não tinha sentido o calor do líquido.
Seus pensamentos estavam tão focados no que acontecia ao redor de Oliver que ela nem notou.
Ele, como sempre, parecia alheio a tudo.
Ou será que não?
Evelyn olhou para ele e percebeu que ele estava calmo demais.
Será que ele sabia?
Não… Não podia ser.
Ela era boa em esconder. Ele não podia ter notado.
Cynthia trocou olhares com Ayla, e então ambas olharam para Oliver.
— Você tem certeza de que não quer tentar ser modelo? — Cynthia perguntou, brincando. — Parece que todo lugar que vamos, alguém comenta.
Oliver apenas olhou para ela, sem emoção.
— Eu tenho coisas mais importantes para fazer.
Evelyn sentiu um leve alívio.
Ele nunca se importaria com isso.
Ele nunca daria bola para essas coisas.
Mas as pessoas ao redor?
As mulheres que olhavam para ele?
Elas não iam parar.
E esse pensamento fez algo dentro dela crescer ainda mais.
Ela apertou os dedos ao redor da xícara, mas seu rosto continuava tranquilo.
Se ele podia esconder segredos, ela também podia.
Ela apenas precisava agir como sempre.
Precisava fingir que estava tudo normal.
Mesmo quando não estava.
Depois do café, Oliver decidiu que já era hora de irem embora.
Ele pagou a conta e seguiu para fora do shopping, acompanhado por Evelyn, Ayla e Cynthia.
Evelyn manteve-se ao lado dele o tempo todo, sem dar espaço.
Ela precisava ter certeza de que nenhuma outra mulher tentaria puxar assunto com ele.
Seu peito ainda estava pesado, mas ela disfarçava bem.
Ayla, no entanto, notava.
Não precisava de muito para entender o que estava acontecendo.
— Oliver. — Ayla chamou, com um tom casual.
Ele olhou para ela.
— Hm?
— Você percebeu que a Evelyn não largou do seu lado desde que saímos da loja?
Oliver virou o rosto levemente para Evelyn, que manteve sua expressão tranquila.
— Eu só estou caminhando normalmente. — Evelyn respondeu.
— Hm. — Ayla sorriu de lado. — Claro.
Cynthia soltou uma risada baixa.
— Bem, se formos ver, isso é meio justo, né? Depois de todo mundo ficar encarando o Oliver o dia inteiro.
Evelyn olhou para ela rapidamente.
— Eu não estou incomodada com isso.
Ayla e Cynthia trocaram olhares.
Oliver apenas continuou andando, indiferente.
No fundo, ele sabia.
Ele sempre soube que Evelyn tinha sentimentos por ele, mesmo que ela escondesse.
Mas agora, ele sentia que aquilo ia além de simples sentimentos.
A maneira como ela agia ao redor dele, como ela evitava que qualquer outra mulher se aproximasse demais…
Ele notava tudo.
E, mesmo assim, nunca dizia nada.
Talvez, no fundo, ele estivesse curioso para ver até onde isso iria.
— Oliver, — Evelyn chamou, mudando de assunto, — você vai testar as roupas novas quando chegarmos?
Ele deu de ombros.
— Se precisar.
Evelyn assentiu, satisfeita.
Ao menos isso.
Ele só experimentava roupas novas quando realmente precisava.
Ou seja, se ela quisesse vê-lo usando as novas peças, ela precisaria pedir.
E ela pediria.
Afinal, era para isso que tinham saído hoje.
Mas, no fundo, essa saída teve um propósito muito maior para ela.
Ela tinha certeza de algo agora.
A obsessão que sentia por ele já estava enraizada.
E não havia como voltar atrás.
A caminhada de volta para casa foi silenciosa, mas carregada de significados ocultos.
Evelyn manteve-se ao lado de Oliver o tempo todo, observando-o de canto de olho.
Ayla e Cynthia trocavam olhares de vez em quando, claramente percebendo a tensão no ar.
Ao chegarem, Oliver entrou no apartamento primeiro, deixando as sacolas sobre o sofá.
— Certo, — ele disse, estalando o pescoço. — Vou guardar isso e depois…
— Experimenta agora. — Evelyn interrompeu, cruzando os braços.
Oliver arqueou a sobrancelha.
— Agora?
— Sim, agora. Quero ver como ficou.
Ele suspirou, mas não recusou. Pegou as roupas e seguiu para o quarto.
Evelyn sentou-se no sofá, esperando.
Ayla e Cynthia sentaram ao lado dela, ambas sorrindo de maneira travessa.
— Você tá se esforçando bastante pra disfarçar, hein? — Ayla comentou, apoiando o rosto na mão.
Evelyn olhou para ela, mantendo a expressão neutra.
— Disfarçar o quê?
— Ah, por favor. — Cynthia riu. — Você quase rosnou para aquela mulher da loja que elogiou ele.
Evelyn apertou os lábios, desviando o olhar.
— Só achei ela inconveniente.
— Uhum, claro. — Ayla brincou. — Então se mais mulheres começarem a elogiar ele, você vai agir normalmente, certo?
Evelyn não respondeu.
Porque sabia que a resposta não era algo que queria admitir.
A porta do quarto se abriu e Oliver saiu vestindo um dos novos conjuntos.
Uma camisa preta, calça cinza escura e o sobretudo que alternava entre branco e preto.
Ayla e Cynthia assentiram, aprovando.
Evelyn?
Bom…
Ela mordeu o lábio, desviando o olhar por um momento.
Ele sempre foi bonito.
Sempre teve aquele ar de mistério e confiança que chamava atenção.
Mas agora, sabendo que outras mulheres estavam percebendo isso também…
Seu desejo de mantê-lo só para si crescia ainda mais.
— E então? — Oliver perguntou.
— Hm. Ficou bom. — Evelyn disse, tentando soar casual.
— Só bom? — Cynthia brincou. — Ah, Evelyn, para. Você tá babando nele.
Evelyn lançou um olhar afiado para Cynthia, que apenas riu.
Oliver cruzou os braços.
— Se já viram, posso voltar para minhas roupas normais agora?
— … Usa esse por hoje. — Evelyn disse rapidamente.
— O quê?
— Você ouviu. Usa esse.
Oliver suspirou, mas não discutiu.
Ayla e Cynthia sorriram.
Elas sabiam que Evelyn estava perdida.
E, no fundo, Evelyn sabia também.
Mas não importava mais.
Ela não pretendia perder Oliver para ninguém.
A noite seguiu tranquila, mas a mente de Evelyn estava inquieta.
Durante o jantar, ela percebeu que seu olhar sempre voltava para Oliver.
Não era só pela aparência dele ou pelo fato de ter renovado o guarda-roupa. Era a forma como as outras pessoas o enxergavam.
Ela já sabia que Oliver chamava atenção, mas nunca tinha parado para prestar atenção nisso tão de perto.
Cada elogio que ele recebia… Cada olhar admirado das vendedoras…
Ela respirava fundo, tentando ignorar.
Era besteira, certo? Afinal, Oliver estava com ela.
Mas então, quando Cynthia fez um comentário brincalhão sobre como Oliver ficaria bem com um certo tipo de roupa, Evelyn sentiu um incômodo.
Ela sabia que era exagero. Cynthia era sua cunhada. Mas, ainda assim…
— Você tá quieta — Oliver comentou, sem dar muita importância, enquanto terminava seu prato.
Evelyn forçou um sorriso.
— Só tô cansada — respondeu.
Era mentira.
Ela não estava cansada.
Só estava começando a perceber algo que já existia dentro dela fazia tempo.
E que só estava crescendo.
Mais uma coisa que ela esconderia de Oliver.