Jack estava parado na porta de casa, observando a mala ao seu lado. O coração batia acelerado — não por medo, mas pela incerteza do que estava por vir. Aos dezesseis anos, nunca imaginou que deixaria sua família para trás tão cedo.
— Tem certeza disso, filho? — A voz da mãe soou preocupada. Ela segurava o braço do marido, que tentava manter a expressão neutra, embora Jack soubesse que, por dentro, ele também estava apreensivo.
Jack assentiu, forçando um sorriso.
— Sim, mãe. Eu preciso fazer isso.
Sua irmãzinha de apenas oito anos correu até ele e o abraçou forte, com os olhos marejados.
— Você vai voltar, né? — perguntou, com a voz embargada.
Ele se agachou até ficar na altura dela e bagunçou seus cabelos castanhos com carinho.
— É claro. Você nem vai notar que eu fui, de tão rápido que vai passar.
Ela enxugou as lágrimas com o dorso da mão e tentou sorrir, mesmo sem muita convicção. Jack sentia a mesma dor — a despedida doía mais do que ele deixava transparecer.
— Cuida bem da mamãe e do papai pra mim, tá bom?
A garotinha assentiu, ainda relutante, e deu um passo para trás.
Jack pegou sua mala, respirou fundo e lançou um último olhar para a família. O calor daqueles olhos, dos abraços e da casa que sempre foi seu refúgio, agora ficaria para trás.
Ele não sabia o que o aguardava, mas uma coisa era certa: estava pronto para enfrentar o que viesse.