Stella Rossi estava na cozinha, mexendo cuidadosamente a panela de risoto. O aroma do caldo quente misturado com o queijo parmesão começava a se espalhar pela casa, preenchendo o ambiente com um aconchego familiar. Era nesses momentos que ela se sentia mais conectada às suas raízes italianas — simples, mas intensos, como ela.
A voz suave da mãe ecoou da porta, trazendo-a de volta à realidade:
— Você tem certeza de que quer sair, filha?
A mulher encostava-se no batente com os braços cruzados, o olhar cheio de uma preocupação silenciosa. Ela nunca foi de pressionar Stella, mas havia algo diferente naquela pergunta — algo que pesava.
Stella parou de mexer a panela e virou-se para encará-la. Havia um nó discreto em sua garganta, mas ela tentou disfarçar com um sorriso leve.
— Eu sei que parece rápido, mãe… mas é algo que eu preciso fazer. — Sua voz soou firme, mesmo que o coração hesitasse. — Você e o papai sempre me ensinaram a seguir meus próprios caminhos.
A mãe a observou por um longo instante, depois sorriu com ternura. Aproximou-se devagar e envolveu a filha em um abraço quente e silencioso.
— Eu sei, minha querida… Só me preocupo com você. Vai com calma, e saiba que sempre terá um lar aqui.
Stella fechou os olhos por um momento, deixando que aquela segurança a envolvesse por mais um instante. Depois, respirou fundo e voltou a mexer o risoto com mãos mais firmes.
Quando o prato ficou pronto, ela pegou uma pequena porção e colocou no prato preferido da mãe, pousando-o delicadamente sobre a mesa. A mulher já estava sentada, com um olhar afetuoso e tranquilo.
Stella sorriu, com a mesma delicadeza que colocava em cada detalhe de sua vida.
— Vamos, mãe. O jantar está servido.