PRÓLOGO – A Melodia do Novo Caminho

Luke Lewis estava na varanda de casa, a guitarra pendurada nas costas e os fones de ouvido no pescoço, aguardando o momento perfeito para a próxima nota. O céu, tingido em tons de laranja e rosa pelo pôr do sol, parecia uma pintura viva. Era ali, envolto pela melodia silenciosa do crepúsculo, que ele encontrava paz. A música sempre fora sua fuga — seu porto seguro. E agora, seria também sua companheira na jornada que estava prestes a começar.

O rangido leve da porta se abrindo quebrou o silêncio. Luke virou-se e viu sua mãe surgir na entrada. Ela carregava um sorriso suave nos lábios, mas os olhos... Os olhos deixavam escapar a preocupação que tentava esconder.

Ela se aproximou devagar, como se não quisesse quebrar a bolha de tranquilidade ao redor do filho.

— Está pronto para essa mudança, Luke?

A voz era calma, doce, mas havia uma pitada de insegurança ali — o medo silencioso de uma mãe que via o filho crescer e partir.

Luke a encarou com seus olhos azuis cintilantes. Havia algo de livre e vibrante neles, como se carregassem a energia de uma canção prestes a explodir em refrão. Ele sorriu, tentando transmitir a confiança que ainda não sentia por completo.

— Eu acho que estou. — Passou a mão pelos cabelos loiros com um gesto distraído. — Às vezes, a gente só precisa seguir em frente, certo? Eu tenho meus amigos, a música e... tudo o que preciso pra encarar o que vier.

A mãe o abraçou com força, um gesto que dizia mais do que qualquer palavra. Ela sabia que ele estava pronto, mas aceitar era outra história. Luke era seu menino — cheio de energia, piadas e canções — mas também era forte, mesmo nos silêncios.

— Eu sei, filho… — disse ela, apertando-o contra o peito. — Só não se esqueça de ligar de vez em quando, tá bom?

Ele retribuiu o abraço com carinho, deixando-se envolver por aquele calor familiar. Depois, sussurrou com leveza:

— Pode deixar, mãe. E, por favor, não chora. Eu não tô indo embora... só tô me aventurando um pouco mais.

Com um último sorriso, pegou a mochila, ajeitou os fones nos ouvidos e lançou a guitarra sobre os ombros — ela era como uma extensão de si mesmo.

Antes de sair, lançou um último olhar para a casa. Aquele lugar seria sempre um pedaço de quem ele era. Mas agora, o mundo o chamava. E ele estava pronto para descobrir a próxima melodia do seu caminho.