Evoluindo para Melhor

Suas formigas estavam recuadas mas me encarando, todas até mesmo as feridas estavam enfileiradas uma do lado da outra, eu não sei o que vai acontecer depois, talvez elas me ataquem em sinal de vingança, o que faria algum sentido já que matei à rainha delas.

Shuush!

Utilizando o meu poder de [Absorção] acabei fazendo isso com a cabeça da rainha, e em uma névoa roxa como antes ela desapareceu de minhas mãos.

Cogitei nessa possibilidade como algum tipo de teste.

Desde á caverna eu tenho adquirido dons dessa maneira, quem sabe o mesmo poderia acontecer.

Mesmo assim parece que isso foi um gesto um tanto grotesco beirando ao desrespeito.

Tirar á vida de sua rainha e tratá-la dessa maneira, não me surpreenderia em ser vista como uma ameaça, talvez tenha sido o caso já que elas recuaram para trás.

— Hm? 

De repente senti um eco em minha cabeça.

Podia escutar alguns murmúrios á distância, mais precisamente em minha frente.

Será que poderia ter dado certo?

Posso presumir que sim, pude sentir aquela mesma sensação de quando absorvi a habilidade daquelas criaturas da caverna agora mesmo.

— Vocês podem me ouvir agora? (Satouma)

Então é assim que ela coordenava ás formigas? Através de um elo mental?

Dado suas reações de espanto realmente deu certo.

Acabei herdando outras habilidades nesse processo, mas elas não são de meu interesse nesse momento.

O clima ainda permanece hostil para os dois lados, acabei falando daquela maneira com elas afim de dar um ultimato mas parece que não adiantou, ainda mais com o fato do que acabei de fazer com a cabeça da sua rainha, ao menos esperava uma reação mais negativa ou algum recuo da parte delas, ainda assim elas permanecem paradas.

Mas agora que possuo essa conexão mental com elas talvez seja mais persuasivo dessa maneira.

— Me ouçam mais uma vez! A rainha de vocês caiu... Se vão vingá-las nesse momento vão em frente, porém saibam que vamos nos defender, então... o que vai ser? (Satouma)

Acho que não tem como ser mais persuasiva e direta do que isso, uma mensagem curta e direto ao ponto.

Quero que elas saibam que estou disposta à deixá-las ir embora de bom grado, se nos esquecerem mas se elas quiserem nos atacar elas sabem que estaremos prontos para fazer algo á respeito.

Até mesmo ordenei com gestos para que os Orcs não atacassem por enquanto.

— Eu estou lhes dando um último aviso, se forem lutar sabem das consequências, em sinal de boa fé lhes deixo ir embora. (Satouma)

Conforme os segundos se passavam a tensão só aumentava, elas não reagiam nem nada.

Eu não poderia baixar á minha guarda, ou isso serviria como uma ameaça, ou um potencial aviso para um ataque final.

— Só há uma coisa que pode ser feita... (Formiga)

Ao menos foi o que eu pensei...

— Atenção! Todos saúdem a nova rainha! (Formiga)

Espera...

— Rainha?(Satouma)

Eu esperava um tipo de rendição ou recuo, mas aconteceu o completo oposto aliás uma coisa inesperada.

Fui declarada sua rainha sem mais nem menos.

Não sei se isso foi um ato de desespero ou uma medida provisória, com a perda de sua líder, assim como em meu mundo não passariam de formigas desorientadas.

Mas parec que o desfecho foi dado e assim o ataque na aldeia dos orcs foi encerrado.

[...]

Mesmo com o encerramento desse confronto, ainda iríamos agir, ou melhor limpar a bagunça.

Com o desmanche de alguns lugares seria difícil fazer a reparação ao estado em que estava antes, que convenhamos nem era dos melhores.

Ainda assim haviam algumas casas parcialmente abertas mas seria o suficiente para utilizar por esta noite.

Apesar do clima ser digno de comemoração já era bem tarde, precisávamos nos recompor depois dessa batalha.

Acabei fazendo á recontagem, ainda possuímos todos os orcs, por sorte não tiveram baixas do nosso lado, no momento temos aproximadamente 70.

Agora contando com as formigas restavam 29.

Aquelas que foram gravemente feridas eu solicitei sua união e as curei brevemente, acabou que elas realmente eram adversárias surpreendentes, não morreram com aqueles golpes, muito menos com as minhas teias, seu corpo possuí certa resistência isso tenho que admitir.

Mas contando comigo essa aldeia conta com 100 monstros, heh, agora realmente podemos nos intitular uma aldeia apenas por essa contagem.

Ainda assim não pude pensar muito á respeito, mesmo não estando fisicamente ou mentalmente exausta por instinto acabei descansando um pouco, como poucas residências permaneciam intactas solicitei para que os mais jovens junto com os mais velhos se abrigassem enquanto os que me acompanharam na batalha se espremessem do lado de fora ao lado da fogueira.

E por alguma razão as formigas acabaram ficando ao redor do vilarejo fazendo a vigília, ainda não solicitei nada mas algumas permaneceram acordadas durante á noite e outras, no caso aquelas que se feriram acabaram descansando por sua vez.

[...]

Foi uma noite conturbada, mas a manhã acabou chegando bem calma.

Ainda assim seria necessário um replanejamento imediato.

Acabei sendo declarada rainha das formigas por alguma razão.

Não sei se isso foi por conta da derrota de sua rainha ou pelo fato de ter herdado suas habilidades, não sei ao certo se liderança e comando constam nesse tipo de atributo.

Mesmo assim aquela conexão mental não é algo a se descartar, funciona como um tipo de [Comunicação Telepática] entre ás formigas.

Poucas delas possuem a capacidade de falar, com exceção da sua rainha, talvez por ser uma classe acima ela pudesse o fazer.

Por enquanto terei que me comunicar dessa maneira com elas, aliás tê-las ao nosso lado por qualquer que seja um dos motivos que supus é bem melhor do que tê-las como inimigas.

Mais uma vez por garantia havia ás reunido e as curei mais uma vez, mesmo não apresentando nenhuma ferida aparente apenas o fiz por garantia.

Isso é um hábito de meu velho mundo, as vezes eu fazia duas vezes a mesma coisa que já havia feito só para ficar mentalmente em paz.

Acho que mesmo sem a minha interferência elas iriam se recuperar, o termo "casca grossa" não seria utilizado em vão por aqui.

Também dei uma conferida nos orcs que se envolveram, mesmo ficando recuados talvez a exaustão e o estresse de voltarem repentinamente ao combate não seria facilmente superado em uma noite de descanso então utilizei meu poder mais uma vez.

Todos pareciam impressionados com isso apesar de não ser nada de mais.

Com isso acabei solicitando mais uma vez a presença de todos os orcs, mas também solicitei a presença das formigas.

Mesmo sendo suas inimigas eles estavam mais apaziguados, talvez isso se deva pelo fato de eu estar aqui, a confiança dos orcs aumentou muito devido á isso.

Ainda assim a minha generosidade teria sido retribuída se não fossem as casas destruídas, eles queriam mesmo cuidar de mim ou ao menos agradecerem de volta, seu líder estava visivelmente incomodado em nome de todos eles, poderia dizer algo para aliviá-lo, mas ainda assim não seria o suficiente então o deixei inquieto.

— Eu não sou muito boa com discursos mas pulando os cumprimentos e congratulações eu tenho um plano em mente. (Satouma)

Sabe, dispensar ás formigas agora seria uma péssima ideia, mandar um grupo desorientado se virar por aí só me causaria dor de barriga.

Então elas poderiam ficar se não causassem problemas, em uma comunicação mental deixei isso bem claro.

Uma jovem formiga acabou concordando comigo, acredito que ela era a mais próxima da rainha já que todos assentiram no instante em que ela se pronunciou.

Acabei pedindo para os orcs colaborarem de alguma forma e aceitarem ás formigas em sua aldeia.

— De agora em diante alguns de vocês formarão grupos e pares com as formigas, cada um irá cuidar e suprir as necessidades que cada uma precise, sem falar que contarão com o meu apoio. (Satouma)

Ainda assim pedir para que os orcs criem um vínculo com elas é uma tarefa complicada, mesmo elas sendo ordenadas pela rainha á cometerem tal atrocidades, sangue foi derramado e vidas foram perdidas e isso é algo que não pode ser esquecido facilmente.

— Pode ser difícil apagar essa mancha, ambos os lados perderam alguém importante, por mais que seja algo impossível o passado não pode ser apagado, mas vamos fazer disso uma lição para todos nós. (Satouma)

Virar a página...Seria uma maneira bem vaga de se resumir o que eu queria dizer nessa sentença.

Como já fui humana eu entendo esse tipo de mensagem, afinal minha velha raça passou eras e eras vivenciando vários conflitos, e acredito que ainda estejam passando por isso mas várias nações vivem em paz, mesmo com um passado extremamente sangrento por conta de conflitos baseados em coisas chulas como questões raciais, políticas e outros interesses.

— Monstros não são tão diferentes uns dos outros, raça, espécie, no final das contas o título ainda continua o mesmo. (Satouma)

De fato, no final das contas ainda seremos monstros.

Cada um possuí uma ou mais características que os diferenciam, sejam orcs, formigas ou até mesmo eu, no final das contas seríamos a mesma coisa.

— Não devemos rivalizar, mas nos unir para quem sabe construirmos um futuro melhor para aqueles que herdarão tudo no fim de nossa vida. (Satouma)

Gostaria de ensaiar ou ao menos ter planejado palavras mais adequadas.

Querendo ou não eu estava um pouco nervosa ao proferi-las afinal se tratava de um pedido de extrema importância.

Unir diferentes espécies utilizando um argumento tão vago como esse é pedir de mais.

Nem sequer foi necessário fazer uma conexão mental para falar isso, as formigas parecem compreender o que eu falei, aquela jovem formiga que havia me ajudado antes mais uma vez se aproximou.

 Nós formigas estamos sob seu comando, o que você decidir é o que faremos. (Formiga)

Todas abaixaram suas cabeças em sinal de aprovação, ao menos tenho a confirmação de um dos lados.

O líder ainda parecia relutante, mas ele se aproximou da mesma formiga.

— Se esse é o seu desejo, que assim seja, vamos nos cuidar de agora em diante. (Líder)

A jovem formiga então ergueu sua pata e cumprimentou o líder, esse gesto foi o suficiente para fazerem todos os outros orcs as aceitarem e as formigas se sentirem mais á vontade. 

Aos poucos o bloqueio foi superado, tanto os orcs quanto ás formigas pararam de agir de maneira relutante.

Eles vão perceber que tem muito em comum, são espécies que apenas querem encontrar um meio de viver em paz mesmo no potencial caos que está esse lugar.

Talvez com o que dizem o "desaparecimento" de Syphus, acabou causando uma grande bagunça, da qual acabou ficando para eu limpar aos poucos.

Não quero dizer que vou resolver tudo dessa maneira, as coisas nem sempre vão ser convenientes e terminar bem para ambos os lados, acredito fortemente que se as formigas fossem uma espécie mais hostil, teríamos levado á pior á qualquer momento.

Os orcs pareciam entender essa situação melhor do que eu, não os subestimei mas fico feliz que as coisas acabaram desse jeito.

Como diziam em meu mundo? "O inimigo de ontem é o aliado de hoje?" 

Apesar de todos terem acabado de acordar, acredito que em algum momento sairão para caçar o que comer, talvez o líder coordene os outros orcs e distribua os afazeres e agora com o auxílio das formigas esse processo possa ser resolvido com mais facilidade.

Ainda assim estive pensando, tratá-los diretamente dessa maneira depois de tudo o que eu falei...

— Hey, líder, isso me incomoda um pouco mas me referir á vocês diretamente pela espécie pode ser inadequado, vocês tem algum nome ou algo do tipo? (Satouma)

— Não, monstros como nós não possuem tal privilégio, diferente dos humanos e suas classes familiares como elfos e anões não temos o direito de nos darmos nomes, sem falar que não temos o poder para isso. (Líder)

Até mesmo para coisas habituais como nomes é necessário ter poder.

Eu nem deveria estar me questionando sobre isso, já que o fato de eu estar aqui é a prova.

Quando fui nomeada por Syphus pude sentir de imediato as mudanças em meu corpo, tanto até que acabei levando á pior e dormindo por alguns dias.

Claro que tratando de um ser de uma existência notável, muito poder acabou sendo envolvido, poder do qual eu não aguento, mesmo assim acho que consigo fazer tal coisa embora não seja tão poderosa quanto o temido dragão.

— Bem, se é poder que é necessário, vocês se incomodariam se eu desse nomes á vocês? (Satouma)

No momento passei por aquela mesma sensação de escorregar em público, todos se viraram para mim, até mesmo as formigas se assustaram.

— Satouma-Sama... Você...vai nos nomear? (Líder)

— Hm? Sim, vai ser melhor nos comunicarmos através dos nomes, sem falar que as coisas podem ficar um pouco difíceis para nós, não sei se poderíamos dar conta de mais ataques assim futuramente, então pensei em lhes dar nomes.

Acabei falando algo inadequado? Quero dizer todos estão espantados com isso.

De repente o que era para ser uma manhã calma acabou se tornando uma euforia generalizada.

É tão empolgante receber um nome?

Do nada isso se tornou um evento comemorativo!

Quero dizer em meu mundo isso é algo dado de seus pais para seus filhos ou algum responsável legal, se era isso que eles queriam ao menos podiam criar alguns para si, eu não sei como era a comunicação antes com exceção das formigas, mas em questão dos orcs isso não parecia importar muito, ao menos até o momento.

Realmente isso soa como algum tipo de rito de passagem, acabei indo para uma das residências que ainda não foi desmanchada, eu não podia fazer isso de uma única vez então pedi que aos poucos e de dois em dois cada um deles entrasse.

Em sinal de respeito eu começaria pelo Líder.

Para começar eu nem mesmo sei que tipo de nome seria mais adequado então havia perguntado o nome que seu filho falecido havia recebido.

Nesse caso foi respondido algo como Gash, de fato um nome bem peculiar.

Então para poupar esforços e quem sabe como uma pequena homenagem o nomeei de Gashdo

Não tinha um significado muito profundo, mas acho que soa bem.

Em meu mundo ele teria um título á parte, mas acho que chamá-lo de "Gash-Pai" não seria adequado.

— Obrigado por tamanha honra, o nome de meu filho seguirá adiante comigo, sou mesmo abençoado de tal privilégio. (Gashdo)

 Ele realmente é do tipo exagerado.

Acabei relevando já que se tratava de algo tão pessoal.

Segui então nomeando os outros orcs, sabe tive que fazer uma combinação maluca.

Como nomes não tinham certo significado isso facilitaria para minha imaginação, embora para minha criatividade nem tanto.

Alguns orcs possuíam famílias e outros não, alguns eram órfãos criados pelos adultos por questão de segurança e outros assim como o líder...ou melhor Gashdo-San.

Claro fiz o possível para que os nomes não fossem tão aleatórios, para que combinassem com os familiares, e também bem...

Por mais que eu tivesse certa organização não sou muito boa em lembrar nomes então um bem característico seria adequado para que eu me lembrasse dos outros.

E por último restou aquele jovem corajoso.

Ele realmente queria estar diante dos adultos em meio àquele ataque.

Mesmo sendo imaturo eu tenho que admitir que ele tem garra e atitude para isso.

Mas tudo isso beirava á um pouco de audácia.

Então lembrando do conceito da palavra em meu mundo o nomeei pensando nela.

Dait foi o seu nome.

Quando ele ficar mais velho posso chamá-lo de Dait-San, em meu mundo com os kanjis corretos isso é literalmente o significado de audácia.

Poderia soar como um insulto mas ele me agradeceu profundamente ao ponto de se ajoelhar, isso é ruim, acabou pegando esse hábito com os adultos que entraram e saíram daqui.

Acabei soltando um longo suspiro, ao todo foram mais de 70 nomes de uma única vez foi um processo bem demorado.

— Satouma-Sama, não temos palavras para agradecê-la por tamanha honra, mas você está se sentindo bem? (Gashdo) 

Ele falava em um tom de preocupação.

— Hm? (Satouma) 

— Não quero insultá-la, nós temos noção da sua grande capacidade mágica, mesmo assim tantos nomes em uma única manhã... (Gashdo)

Realmente dar nomes é mentalmente cansativo, mas ainda assim não senti diferença alguma, não sou um ser supremo como Syphus então talvez tenha um efeito diferente em mim.

— Não, não é problema algum eu suponho. (Satouma)

 Solicitei também que ele chamasse aquela jovem formiga que acabou me ajudando á me comunicar com as outras, acho que ela deveria ser a primeira á receber um nome em sinal de exemplo para as demais.

Diferente de sua rainha ela tinha uma aparência um tanto mais delicada.

Ela não possuía ligação alguma, até mesmo sua cor era um pouco mais diferente.

Ela é uma formiga, bem, acabei fazendo uma brincadeira em minha mente e acabou surgindo o seguinte nome.

— Anthalia. (Satouma)

Devo admitir, esse eu não tive tanta criatividade porém achei adequado por conta da piada, sem falar que utilizei um nome real e acabei invertendo apenas uma única letra.

— Certo, pode chamar as-- (Satouma)

Espere...

Mais uma vez...

No instante em que a nomeei minha mente entrou em um branco de imediato, o que foi eu vou morrer mais uma vez?

Caramba, se toda vez eu fizer algo sem ter ciência da minha própria capacidade isso acabar acontecendo eu vou levar á pior toda vez!

A sensação letárgica tomou conta do meu corpo, esse cansaço...

Mesmo assim parece a mesma sensação quando tive no escritório, eu acabei gastando a minha energia toda? Caramba, e eu ainda achei que nunca mais iria fazer uma coisa dessas...

Acho que tudo o que me resta é dormir...ou despertar em uma nova vida...outra vez...

[...]

 ...

...

— *boceja*

Uaah! Eu estou...viva?

 Ao menos é o que parece...

Estive deitada nesse chão por algum tempo.

De fato havia gasto muita magia sem nem ao menos perceber, mesmo com aquele descanso acabou não sendo o suficiente.

Ainda assim quando me levantei pude notar que algo estava acima de mim, isso é uma coberta improvisada com folhas?

Eles fizeram isso para mim? Fico feliz que estejam cuidando de uma mulher imprudente.

Mesmo com minhas roupas sendo um trapo esse foi um ótimo gesto.

— Oh? Satouma-Sama! (???)

Uma voz jovial pode ser escutada da entrada da casa, mas eu não a reconheço, aliás se aproxima de um tom humano.

— Ah, estávamos preocupados com você! Estou aliviado que você acordou! (???) 

Ele parecia querer me dar mais uma daquelas cobertas improvisadas mas nem sequer entrou.

Quem é ele? Sua aparência me é estranha mas sua cor não, ele é um dos orcs? Eu não me recordo de seu rosto.

— Quanto tempo eu apaguei... (Satouma) 

— Hm? Pelo menos três dias, nós os jovens ficávamos de olho em você ocasionalmente, vou chamar o Gashdo-Sama. (???)

— Ah...obrigada...(Satouma)

Ele acabou indo embora para chamar o líder.

Essa vila contava com um jovem tão bonito? Talvez em meio á tantos rostos familiares eu nem sequer havia notado.

Pude escutar alguns passos do lado de fora enquanto eu me levantava, e mais uma vez fui surpreendida com um rosto diferente.

— Um ótimo dia, Satouma-Sama, fico aliviado com sua recuperação! (???)

— É...obrigada... mas quem é você? 

Um homem de mais ou menos um metro e oitenta, no caso bem perto da minha altura falava comigo com certa casualidade, porém seu corpo parecia um pouco mais atlético e definido e contava com algumas marcas em seus braços e perna, ate mesmo sua aparência parecia diferente.

— *Sorri* Sou eu, Gashdo.

— Ah Gashdo-san...espera você é mesmo o Gashdo-San?!

Eu nem o estava mais reconhecendo, quer dizer tudo nele havia mudado, sua aparência, seu corpo, até mesmo seu cabelo e altura!

— O que aconteceu nesses três dias? (Satouma)

— Isso foi por causa da sua benção, quando nos nomeou acabamos ganhando uma grande quantidade de poder que nos permitiu evoluir! (Gashdo)

Talvez isso explique o motivo de eu ter me esgotado ,se Gashdo-San acabou ficando desse jeito, quem dirá os outros orcs! 

Agora podia escutar passos leves vindo em nossa direção porém uma presença familiar, quero dizer essa pressão foi como aquela que senti no dia da nossa batalha...

— Com licença...O jovem Dait anunciou para todos que a vossa majestade já se encontrava recuperada. (???)

Espere...essas antenas...esses olhos...

— Espere...Anthalia?! (Satouma)

É sério? O que aconteceu nesses três dias?

Enquanto eu me perguntava ela sorria e se curvava me cumprimentando.