Capítulo 149: Corvo-marinho-d’orelhas (Nannopterum auritum)

Capítulo 149: Corvo-marinho-d’orelhas (Nannopterum auritum)

O corvo-marinho-d’orelhas, ou Nannopterum auritum (anteriormente classificado como Phalacrocorax auritus), é uma ave aquática da família Phalacrocoracidae, encontrada principalmente na América do Norte. Com 142.450 observações registradas, essa espécie é comum em regiões costeiras, lagos, rios e estuários, onde se destaca por sua habilidade de mergulho e sua aparência distinta. O nome "d’orelhas" vem das pequenas tufas de penas que aparecem na cabeça durante a época de reprodução, embora nem sempre sejam visíveis.

O Nannopterum auritum é uma ave de tamanho médio a grande, medindo entre 70 e 90 centímetros de comprimento, com uma envergadura de asas de cerca de 1,2 metro. Sua plumagem é predominantemente preta com um brilho esverdeado ou arroxeado sob a luz do sol, e durante a época de reprodução, os adultos desenvolvem pequenas tufas de penas brancas ou pretas na cabeça, além de uma mancha laranja brilhante na base do bico. Seu pescoço é longo e esguio, e seus olhos são de um verde-turquesa vibrante, dando-lhe um ar quase místico.

Essa espécie é um mergulhador excepcional, capaz de nadar a profundidades de até 25 metros em busca de alimento. Sua dieta é composta principalmente por peixes, como percas e arenques, mas também inclui crustáceos, anfíbios e até pequenos moluscos. O corvo-marinho-d’orelhas caça mergulhando da superfície da água e usando seus pés palmados para se impulsionar, enquanto seu bico em forma de gancho agarra a presa com precisão. Após o mergulho, é comum vê-lo empoleirado com as asas abertas, uma postura que ajuda a secar suas penas, já que, ao contrário de outras aves aquáticas, suas penas não são completamente impermeáveis, o que reduz a flutuabilidade e facilita o mergulho.

A reprodução do Nannopterum auritum ocorre em colônias, frequentemente em ilhas ou áreas isoladas para evitar predadores. Os ninhos são construídos com galhos e algas, e a fêmea põe de 3 a 5 ovos azul-claros, que são incubados por ambos os pais por cerca de um mês. Os filhotes nascem sem penas e dependem dos pais para alimentação e proteção. Eles são alimentados por regurgitação, e os pais se revezam para trazer peixes para o ninho. Os jovens começam a voar e mergulhar por conta própria após cerca de 10 semanas.

O corvo-marinho-d’orelhas é uma ave migratória em muitas regiões. Populações do norte da América do Norte migram para o sul durante o inverno, indo para o Golfo do México, o Caribe ou até a América Central. Durante essas migrações, eles podem ser vistos em grandes bandos, voando em formações em V, semelhantes às dos gansos. Apesar de sua abundância, a espécie enfrentou declínios no passado devido à caça e ao uso de pesticidas como o DDT, que afetavam sua reprodução. Hoje, suas populações estão estáveis, mas eles ainda enfrentam conflitos com humanos, especialmente em áreas de pesca comercial, onde são vistos como competidores.

Uma curiosidade sobre o Nannopterum auritum é sua importância ecológica. Como predador de topo em ecossistemas aquáticos, ele ajuda a controlar populações de peixes e serve como indicador da saúde ambiental. Altos níveis de poluentes, como mercúrio, em seus tecidos podem sinalizar problemas em corpos d’água. Além disso, em algumas culturas nativas americanas, o corvo-marinho é visto como um símbolo de paciência e habilidade, devido à sua técnica de caça metódica. O Nannopterum auritum é uma ave que combina graça e eficiência, desempenhando um papel vital nos ecossistemas aquáticos.