Eu Sou Meio Que um Robin Hood, Não?

Os goblins estão recuando com as mulheres se debatendo sobre seus ombros. Eles estão se movendo em linha reta em direção ao que só posso presumir ser seu pequeno esconderijo. Não tenho certeza de onde exatamente isso pode ser - provavelmente alguma toca bárbara ou caverna talvez. As pequenas criaturas verdes realmente não parecem ter células cerebrais suficientes para construir edifícios, elas parecem ser muito primitivas com apenas suas tangas tribais escondendo seus pequenos pintos.

Depois que eles desaparecem de vista, espero vários minutos antes de me aproximar cautelosamente da carruagem. Incerto sobre as habilidades sensoriais dos goblins, devo pisar com cuidado.

Seria uma pena deixar todos os objetos de valor aqui agora, não seria?

Meu coração dói ao pensar em algum senhor inútil da cidade colocando suas mãos sujas neles. Devo libertar essas propriedades e distribuí-las para aqueles que precisam; a saber: eu mesmo. Sou uma espécie de Robin Hood, não?

Não desejo ficar aqui por muito tempo. Os goblins podem voltar quando perceberem que esqueceram de saquear, ou outros podem chegar. A última coisa que preciso é ser considerado o perpetrador ou talvez um carniceiro oportunista. Bem, este último é exatamente o que pretendo me tornar agora, mas os outros não precisam saber.

Caminho até o pai mercador. Droga. Ver um cadáver de perto pela primeira vez é muito mais difícil do que eu esperava. Sou atingido pela pura crueldade e brutalidade dessas criaturas sádicas. Poderia facilmente ser eu no chão se eu não tomar cuidado. Isso reforça ainda mais meu pensamento de que devo jogar tudo de forma inteligente e não ser um herói impulsivo.

Ele ainda tem sua armadura e arma, os goblins estavam muito preocupados e ansiosos com seus cativos vivos para saquear adequadamente.

Examino a espada. Parece muito simples para mim, embora eu não seja um profissional. Como o mercador tinha apenas um guarda contratado, é justo supor que eles não são detentores de tesouros de grau lendário.

Que pena.

Concentro-me no item e 'tento' examiná-lo novamente. Uma janela aparece desta vez.

[Espada de Ferro]

[Raridade: Lixo]

[Habilidades: Vazio]

Melhor que nada, eu suponho. Eu a levanto e o peso me surpreende. Mais pesada do que o esperado. Faço alguns golpes no ar, imitando movimentos que vi em filmes. Devo parecer um idiota, brandindo essa coisa por aí. Mas tenho que começar de algum lugar.

Pulo na carruagem e dou uma olhada ao redor. Há quatro caixas de madeira e dois barris de madeira.

Passo por eles, ansioso para inspecionar minhas novas propriedades. Elas estão sem dono agora, não é? Devo fazer bom uso deste presente.

A primeira caixa tem produtos frescos. Vejo cenouras, batatas e milho. Não sei quanto valem, mas imagino que não me farão rico.

A segunda está cheia de pão. Bem, continuando.

A terceira tem algumas figuras esculpidas em madeira. A maioria delas parece feminina em roupas muito reveladoras, se é que têm alguma. Posso imaginar para que são usadas em um mundo onde não há internet e 'sites' para procurar materiais para aliviar frustrações.

A última está cheia de itens têxteis bem feitos. Se não estou errado, são feitos de lã. Dão uma sensação agradável quando os toco. Muito reconfortante. Posso ver chapéus, luvas, cachecóis, cobertores e mais. Imagino que esta caixa seja a que contém os itens mais caros. Embora talvez as figuras de madeira possam ser concorrentes, não sei o quão famintos estão os homens neste mundo. Talvez estejam em falta. Posso facilmente ver pessoas tendo grandes coleções delas em várias poses comprometedoras e roupas reveladoras.

Passo para os barris.

O primeiro está cheio de farinha.

O segundo com alguma cerveja. Cheira mal. Eu não pagaria por essa qualidade em um bar, com certeza.

Estou um pouco decepcionado. Poderiam estar cheios de coisas melhores. Lembro a mim mesmo que quem precisa não pode escolher, então os aceito com gratidão. Faço uma reverência em direção ao mercador morto várias vezes enquanto junto as mãos. "Que descanse em paz."

Ao lado das caixas, encontro uma bolsa. Está cheia de porções de comida e um cantil. Imagino que essas eram suas provisões para a viagem. Coloco a bolsa sobre meu ombro.

[Nova Classe Desbloqueada: Ladrão]

Ei! Está sem dono! Qual é o seu problema?!

Droga. A realização me atingiu então. As mulheres ainda estão vivas. É por isso que não recebi essa classe quando peguei a espada do cara morto do chão.

Inspeciono os detalhes da classe.

[Ladrão: Classe Básica do Mal]

[Efeito: Pequeno Aumento de Agilidade]

[Habilidade Base: Furtividade Inferior]

Concentro-me na habilidade.

[Furtividade Inferior: Torna o usuário da habilidade um pouco mais difícil de detectar. Mais eficaz em áreas pouco iluminadas.]

[Ativação: Usa 30 MP e dura 20 minutos.]

Então esta não é uma daquelas habilidades OP de 'se esconder à vista de todos'. Melhor que nada, com certeza. Eu a equipo como minha Classe Primária, tornando Plebeu secundária. Minha Vitalidade diminui de volta para 10 e minha Agilidade sobe para 11.

Pelo que posso perceber, não há desvantagem em ter uma classe de origem criminosa. Pelo menos não recebi uma notificação de uma recompensa sendo colocada em minha cabeça ou algo do tipo.

Continuo com meu processo de libertar itens daqueles que não precisam mais deles e dá-los àqueles que estão necessitados.

A lança do guarda também é uma simples de ferro. Tento tirar suas armaduras de seus corpos, mas não sei como e estou muito perto de vomitar devido ao odor e estado geral de estarem mortos. Provavelmente me acostumarei com isso em breve, mas como as armaduras estão ensanguentadas e parecem ser muito mal feitas, paro de mexer com elas.

Dentro do bolso do casaco do mercador, encontrei uma pequena bolsa de couro. Está segurando 24 moedas de bronze e 3 de prata. Não sei quanto valem, mas dinheiro vivo é sempre bem-vindo nos meus livros.

Uma por uma, levanto as caixas da carruagem. Cara, o trabalho honesto realmente quebra as costas. Começo a suar sob o olhar impiedoso do sol. Tiro meu moletom e o amarro na cintura com as mangas.