Buzz-Buzz-Buzz...
O telefone continuava vibrando com uma chamada recebida de Declan na mesa de café no salão. Mas Yasmin não podia ouvi-lo, pois estava ocupada conversando com sua mãe na cozinha. Ela mastigava uma maçã, apoiando os quadris no balcão da cozinha.
"Ela sacou todas as suas economias," Maya continuou, com o rosto sombrio. "Seu pai está tão bravo. Ele bloqueou todos os cartões de crédito dela agora. As pessoas neste prédio não param de fofocar sobre ela. Até os empregados não hesitaram em nos difamar. É tão constrangedor." Ela fez uma careta, soltando um gemido frustrado. "Seu pai demitiu todos os empregados."
"Você não acha isso estranho?" Yasmin perguntou, estreitando os olhos. "Ela sabe mais sobre a situação financeira da empresa do que eu. Ela também está ciente de quanto dinheiro o Pai deve ao Sr. Wilson. Mas ela fugiu, abandonando tudo como se não se importasse se a empresa falisse ou a família sofresse. Esta não é a Natasha que eu conheço. Algo deve ter acontecido que não sabemos. Precisamos encontrá-la. Ela deve estar com problemas."
"Que problemas você está mencionando?" Maya disparou, deixando cair a espátula no prato. Ela olhou furiosamente para ela e acrescentou: "Dois dias se passaram. Ela poderia ter nos contatado se precisasse de ajuda. Mas ela sacou todas as suas economias. Seu pai procurou por ela em todo lugar. Ele contatou todos os amigos dela. Ele até contratou um investigador particular para rastreá-la. Mas ela já deixou a cidade."
"O quê?"
"Huh..." Maya virou-se de lado, suspirando em desânimo. "Não mencione o nome dela. Ela está morta para nós. Não nos importamos com ela mesmo que esteja com problemas."
"Mamãe..."
"Chega, Yasmin." Maya levantou a mão e a silenciou. "Não mencione ela na frente do seu pai. E nem pense em dizer uma palavra sobre ela para Declan."
O aviso em seus olhos assustou Yasmin. Ela assentiu freneticamente.
Enquanto ela passava tempo com sua mãe, Declan ficava cada vez mais inquieto por não conseguir alcançá-la no telefone. Era a décima vez que ele tinha discado seu número e não recebeu resposta.
"Merda..." Ele chutou o sofá, passando os dedos pelo cabelo.
Ele ligou para Francis. A chamada conectou em dois toques.
"Me dê algum tempo," Francis resmungou. "Estou tentando rastrear a localização dela."
"Por que está demorando tanto?" Declan rugiu. "Descubra onde ela está. Eu juro que vou matá-la e seu namorado."
"Relaxa, chefe. Ela provavelmente está com os amigos dela."
"Humph..." Declan bufou, seu rosto sombrio. Ele acreditava firmemente que ela estava com Caleb. "Todas as mulheres são iguais... traidoras. Elas não sabem nada além de trair. Eu vou matá-la. Antes disso, vou deixar ela ver sua família morrer."
Ele desconectou a chamada e jogou o telefone no sofá.
"Suco, Senhor..." Harry colocou um copo de suco de kiwi na mesa de café, suas mãos tremendo de nervosismo.
"Você..." Declan apontou o dedo para ele. "Por que você não pediu para ela pegar um carro? Falta carro na minha garagem? Hmm?"
"Eu... ela..."
"Que eu? Que ela? Hmm?"
"Me desculpe." Harry baixou a cabeça.
"Desculpe!" Declan olhou feio para ele. A palavra soava irritante para ele. "Faça qualquer coisa e peça desculpas. Então acabou. Não é?"
"Não..." Harry balançou a cabeça.
Declan estava tão bravo que desejava poder quebrar algo na cabeça dele.
"Fora..."
Harry girou e saiu correndo.
Declan afundou no sofá. "Ah, cara." Ele suspirou, segurando sua cabeça. Seu olhar foi atraído para o telefone ao seu lado. "Não... não vou ligar para ela." Ele desviou o olhar. "Devo esperar a ligação de Francis."
No entanto, ele não conseguia impedir seus olhos de irem para o telefone. Logo desviou o olhar, mas seu desejo de ligar para ela se intensificou. Ele acabou pegando o telefone e ligou para ela mais uma vez.
Buzz-Buzz-Buzz...
Brandon entrou na casa e ouviu o telefone vibrar. Quando olhou para o telefone, viu o nome de Declan na tela. Ele desviou o olhar para a cozinha, seu rosto ficando sombrio.
"Yasmin, seu telefone está tocando," ele gritou. "Pare de fofocar por um momento e verifique seu telefone."
Yasmin estremeceu com a voz alta de seu pai. Ela correu para o salão.
Brandon lançou-lhe um olhar insatisfeito enquanto seguia para seu quarto.
Yasmin estendeu a mão para pegar o telefone, mas ele parou de tocar. Ela suspirou enquanto pegava o telefone. Quando notou 11 chamadas perdidas de Declan, sentiu um arrepio na espinha.
"Ah, meu Deus... Ele deve estar bravo comigo." Ela rapidamente retornou a ligação para ele.
Declan largou o telefone, irritado. "Porra, essa mulher." Ele recostou-se no sofá, sua mão pressionando contra sua testa.
Buzz-Buzz-Buzz...
O vibrar do telefone chamou sua atenção. Ele instantaneamente sentou-se ereto, assumindo que Francis tinha ligado. Mas ficou surpreso quando viu o nome de Yasmin. Ele sentiu uma onda de alívio o invadir.
"Alô." Ele levantou-se de um salto e saiu da casa. "Onde você está?"
"Vim ver meus pais." Sua resposta veio quase imediatamente. "Voltarei logo."
O coração inquieto de Declan se acalmou quando ouviu isso. A raiva começou a se dissipar. "Estou indo," ele disse.
"Não há necessidade."
"Estou indo te buscar, ok?"
"..."
"Alô..." Declan gritou, suas sobrancelhas se contorcendo. Havia um silêncio ensurdecedor do outro lado do telefone.
"Que diabos?" Ele gritou e olhou para o telefone. A chamada já tinha sido encerrada. Suas narinas se dilataram enquanto seu temperamento disparava. "Essa mulher está me irritando. Como ela ousa desligar na minha cara?"
O telefone vibrou novamente, assustando-o. Era Francis desta vez.
"Alô." Ele respondeu bruscamente enquanto entrava no carro.
"Relaxa. Ela está na casa dos pais dela."
"Eu sei."
"Você já sabia!" Francis exclamou. "Por que não me ligou então?"
"Estou dirigindo." Ele ligou o motor e partiu. "Te ligo depois." Ele encerrou a chamada sem esperar por sua resposta e jogou o telefone no banco do passageiro.
"Ah, não," Yasmin gemeu. "É necessário a bateria acabar agora?" Ela fez beicinho e sentou-se no sofá desanimadamente. "Por que ele estava me ligando tantas vezes?" Seu rosto ficou pensativo. "Está tudo bem? Espera um minuto. Que horas são?"
Ela moveu seu olhar para o relógio de parede à sua direita. Eram sete da tarde. "Como ele está livre tão cedo?" Ela apertou os olhos para o relógio, verificando se estava marcando a hora certa.
"Por que você está falando sozinha?" Maya perguntou, aproximando-se dela. "Quem estava te ligando?"
"Declan."
"Ok." Maya sentou-se ao lado dela. "Você disse a ele que vai ficar para o jantar?"
"Não tive tempo. A bateria acabou." Yasmin jogou o telefone de lado. "Aliás, ele está vindo para cá."
"Ele está vindo!" Maya exclamou, seu queixo caindo. "Ah... eu..." Ela pulou de pé. "Então tenho que preparar algo especial. Pode me dizer o que ele gosta de comer?"
"Tsk..." Yasmin deu de ombros e recostou-se no sofá, cruzando os braços sobre o peito.
"O quê? Esquece." Maya acenou com as mãos. "Vou preparar algo bom." Ela virou-se para ir à cozinha.
"Relaxa, Mamãe. Não fique paranóica. Ele não vai comer aqui."
"Por quê? Como você sabe?" Maya olhou de volta para ela, franzindo a testa.
"Ele é um homem com um gosto muito único. É inútil cozinhar qualquer coisa para ele, especialmente quando você não sabe o que ele gosta de comer."
"Você, você..." Maya não conseguiu pensar em nada para dizer. "Mocinha, é melhor você conhecer seu marido." Ela virou-se e voltou para a cozinha.
"Huh..." Yasmin deixou sua cabeça cair para trás no sofá. "Vou envelhecer para conhecê-lo."