Ding-Dong...
Brandon dobrou o jornal que estava lendo e o colocou ao seu lado no sofá. Ele estava prestes a se levantar quando Yasmin o impediu.
"Eu vou ver." Ela se levantou e foi até a porta da frente.
Quando ela abriu a porta, viu Declan. Sua expressão sombria fez seu estômago se contrair. Mas ela conseguiu sorrir.
"Por favor, entre." Ela gesticulou para que ele entrasse.
"Não vim aqui para sentar e conversar," ele sibilou. "Diga adeus aos seus pais."
"Tome pelo menos uma xícara de café."
Ele levantou o dedo indicador para dizer algo. Ele parou quando viu Brandon atrás dela.
"Declan... É bom ver você aqui." Brandon sorriu levemente. "Entre."
"Outra hora," Declan respondeu friamente, enfiando as mãos nos bolsos. Ele desviou o olhar para Yasmin e fez sinal com a cabeça para ela sair.
Yasmin estava desapontada com ele. Ela se perguntava por que ele não podia ficar um pouco com seus pais. Ela fez bico e foi até a cozinha para se despedir de sua mãe.
"Você deve estar ocupado." Brandon riu sem jeito. "Eu ficaria feliz se você pudesse se juntar a nós para jantar."
"Hoje não. Mas jantaremos juntos em breve. De qualquer forma, por favor me avise da próxima vez que ela vier aqui. Fico preocupado quando não consigo falar com ela no telefone."
Declan emanava uma vibração de hostilidade, mas ao mesmo tempo, soava preocupado com Yasmin.
Brandon não sabia se devia se sentir feliz ou em pânico. Ele assentiu e murmurou em transe, "Claro, claro."
"Tchau, pai." Enquanto isso, Yasmin se aproximou e o abraçou. "Se cuida. Eu te ligo mais tarde."
"Hmm." Ele acariciou a cabeça dela.
Yasmin saiu logo em seguida. Ela olhou para Declan enquanto ia em direção ao elevador. Ela não conseguiu reunir coragem para dizer algo depois de notar seu olhar taciturno.
Declan apertou o botão de descer e esperou o elevador chegar. Ele olhou para o display, que mostrava o número do andar.
O elevador começou a subir do térreo e parou no terceiro andar. Começou a se mover novamente depois de algum tempo.
"Por que você desligou na minha cara?" Ele perguntou com um tom frio.
"Eu... Não..." Yasmin fez bico. "Meu telefone morreu."
Declan virou-se para ela. "Por que você não carrega seu telefone?"
Yasmin ficou irritada com o interrogatório dele. Ela ergueu o queixo e olhou para o elevador. "Se alguém fica ligando, a bateria eventualmente acaba."
"Você está irritada porque eu liguei?"
Yasmin fingiu um sorriso para ele. "Estou tão feliz que você ligou. No entanto, você deveria parar de ligar se ninguém atende o telefone." Ela o encarou, seu sorriso desaparecendo.
Declan se aproximou na velocidade da luz, levantando seu dedo indicador. Yasmin deu um passo frenético para trás, suas pupilas se dilatando. Ela ficou assustada, olhando para sua expressão assassina.
Ding...
O elevador chegou, e a porta se abriu com um zunido.
Declan recuou e endireitou os ombros, enfiando as mãos nos bolsos. Duas mulheres e um homem de meia-idade saíram, conversando e rindo, seguidos por um jovem fazendo algo no telefone.
Declan e Yasmin entraram no elevador. Eles estavam ensurdecedoramente quietos. Mantiveram suas expressões sombrias. Ninguém estava pronto para iniciar uma conversa.
Declan já estava de mau humor. Ele esperava que ela se desculpasse por não retornar suas ligações, mas ela reclamou sobre ele ligar repetidamente. Isso alimentou sua raiva.
Yasmin estava igualmente irritada com ele. Ela pretendia jantar com seus pais. Ela considerou convidá-lo para comer lá quando soube que ele estava vindo. Mas Declan nem entrou na casa, muito menos comeu algo.
Ela manteve seu olhar fixo nos números mudando na tela LED, resistindo à vontade de olhar para ele. Sua mente rebelde estava morrendo de vontade de olhar para ele.
'Controle...' Ela agarrou as alças de sua bolsa e forçosamente continuou olhando para a tela. Sua pele começou a formigar quando sentiu o olhar dele sobre ela. Ela queria sair correndo.
'Por que o elevador está se movendo tão devagar?'
Ding...
O elevador finalmente parou no térreo. Ela respirou aliviada e saiu sem olhar para ele.
Clop-Clop-Clop...
Os passos atrás dela eram constantes. Não eram nem rápidos nem lentos.
Yasmin sentiu um arrepio nas costas. Ela se perguntava como meros passos podiam ser tão intimidantes.
Declan dirigiu direto para casa assim que entraram no carro. Ele manteve o silêncio, seu rosto sombrio, seus olhos na estrada.
Yasmin não conseguia parar de espiar ele desta vez. Ela mal conseguia ficar em silêncio. Ela tinha tanto para dizer a ele mas não sabia por onde começar.
"Me desculpe." Ela finalmente quebrou o silêncio com um pedido de desculpas. "Eu não sabia que você voltaria mais cedo. Então, fui ver meus pais."
Declan não respondeu. Ele continuou dirigindo, mantendo o olhar focado na estrada.
"Não fique bravo comigo."
"Não se esqueça de me informar na próxima vez que sair. No mínimo, não vou ter que me preocupar. E lembre-se de verificar seu telefone. Não gosto quando as pessoas não atendem minhas ligações." Ele lançou um olhar rápido para ela e perguntou, "Por que você não atendeu minhas ligações?"
"Eu estava conversando com a Mamãe na cozinha, e o telefone estava no salão... no modo silencioso." Ela acrescentou as últimas três palavras depois de um tempo.
"Não coloque seu telefone no silencioso."
O resto da viagem transcorreu em silêncio. O carro parou em frente à vila quase uma hora depois.
Eles entraram na casa.
Harry correu para a cozinha quando os viu chegando. Ele chamou Amy e pediu para ela esquentar a comida.
Yasmin foi ao closet para trocar de roupa quando entrou no quarto, enquanto Declan ficou ao lado da cama e tirou seu casaco.
Ele removeu sua gravata e desabotoou as mangas da camisa. "Você foi a algum lugar antes da casa dos seus pais?" Ele finalmente perguntou o que o estava incomodando por tanto tempo.
"Sim. Encontrei alguém na faculdade. Depois fomos a um café."
"Eu sabia," ele murmurou, rangendo os dentes. "Ela não podia esperar para passar tempo com seu ex."
Yasmin saiu do closet com um doce sorriso no rosto. Ela estava deslumbrante naquelas calças brancas e blusa rosa-bebê. O rosa dava a ela um visual fresco.
Declan sentiu algo palpitando dentro de sua caixa torácica, seus olhos grudados nela. A raiva que ele estava sentindo agora desapareceu instantaneamente. Ele não queria nada além de tomá-la em seus braços e beijá-la.
"Eu encontrei Grace," ela disse.
O rosto de Declan imediatamente escureceu quando ouviu o nome Grace. Ele começou a palpitar. Um nó se formou em seu estômago e subiu até sua garganta, sufocando-o.
Sem perceber seu desconforto, Yasmin continuou, "Ela é uma mulher tão gentil. Ela me levou a um café e me deu carona até a casa dos meus pais. E olha isso." Ela abriu a caixa azul e mostrou os anéis para ele. "Ela me deu estes como presente de casamento. Eu a convidei para vir aqui e jantar conosco."
Declan arrancou a caixa dela e jogou longe. A caixa caiu no chão acarpetado, e os anéis rolaram.
Yasmin cobriu a boca instantaneamente, olhando fixamente para os anéis. Antes que ela pudesse se recuperar do choque, Declan agarrou seu braço e a puxou para perto.
"Escute com muita atenção, Yasmin," Declan rosnou, seus olhos em chamas. "Fique longe dessa mulher."
"Por quê?" Yasmin estava morta de medo. Ela não tinha ideia de como tinha reunido coragem para questioná-lo.
"Não pergunte nada." Ele virou-se de lado, soltando-a.
"Mas eu quero saber."
"Ela não é boa para você," ele rosnou, voltando-se para ela.
"Ela foi tão legal comigo. Ela não parecia prejudicial. E ela disse..."
"Não quero ouvir nada sobre ela," ele explodiu. Ele sentia como se suas veias estivessem prestes a estourar. Suas mãos formaram bolas apertadas enquanto ele tentava manter sua raiva sob controle. "Escute..." Seu tom estava mais suave desta vez. "Ela não é uma boa mulher, ok? Ela pode te manipular. Ela pode te ensinar coisas ruins ou até mesmo te virar contra os Wilsons."
"Por que você pensa assim?" Ela franziu ainda mais a testa. "Ela não disse nada de ruim sobre a família. Posso dizer que ela gosta de você."
"Você vai acreditar em mim ou naquela estranha?"
Yasmin piscou, confusa.
"Me responda," ele rugiu, apertando seus braços.
"Claro que vou acreditar em você," ela gritou freneticamente.
Declan baixou a cabeça, soltando um suspiro profundo. Seu aperto nos braços dela permaneceu firme.
Yasmin ficou ali paralisada, procurando seus olhos. Ela ficou preocupada, olhando para sua ansiedade. Ela estava curiosa sobre Grace e seu relacionamento com Declan.
"Declan..."
"Lembre-se do que você disse." Ele saiu correndo pela porta.