uma só harmonia

Daehyn chegou à casa de Joo Harin ao entardecer, segurando as sacolas com os ingredientes que comprara no mercado. Ela estava animada, determinada a preparar um jantar especial para as duas. Quando Harin abriu a porta, a expressão surpresa logo se transformou em um sorriso.

— Daehyn, o que é tudo isso? — perguntou, apontando para as sacolas.

— Vamos cozinhar. Quero preparar o nosso jantar romântico — respondeu Daehyn, dando um passo à frente.

Harin riu, pegando algumas das sacolas e puxando Daehyn para dentro. Na cozinha, elas trabalharam lado a lado, entre risadas e brincadeiras. Harin tentava seguir a receita, mas Daehyn insistia em fazer tudo à sua maneira, o que resultava em alguns pequenos desastres culinários. Quando Daehyn tentou cortar os legumes de forma elegante, acabou derrubando metade no chão, fazendo Harin rir até quase chorar.

— Okay, talvez eu não tenha tanto talento na cozinha — admitiu Daehyn, pegando os pedaços caídos.

— Mas tem talento em me fazer rir — respondeu Harin, piscando para ela.

Depois de muita diversão e alguns ajustes nas receitas, o jantar estava pronto. Elas levaram os pratos para a mesa montada ao lado da piscina, onde velas acesas criavam um clima romântico e tranquilo. O reflexo das luzes tremulava na água, tornando o momento ainda mais especial.

— Isso está perfeito — Harin comentou, observando a cena enquanto se sentavam.

— Eu queria uma noite especial para nós duas. Para evitar frustrações, achei melhor ser um jantar caseiro — disse Daehyn, pegando a mão de Harin por um instante antes de começarem a comer.

Enquanto jantavam, a conversa tomou um rumo mais sério. Harin perguntou sobre a academia, e Daehyn falou com brilho nos olhos sobre seu futuro. Ela tinha todas suas metas de vida traçadas.

— Quero ser advogada, assim como minha mãe. Trabalho duro porque sei que é um caminho difícil, mas vale a pena. Quero fazer a diferença, quero ajudar as pessoas — explicou Daehyn. — No início do ano, eu estava completamente desviada do meu foco principal. Estava tão obssecada pela Riyeon, que esqueci meu verdadeiro propósito. Mas, isso agora faz parte de uma realidade que não existe mais.

Harin escutou com atenção, admirando a paixão na voz dela. Pela primeira vez, sentiu-se mais consciente do quão importante isso era para Daehyn.

— Eu admiro isso — disse Harin, sorrindo. — Eu nunca fui muito de pensar em faculdade, mas, se fosse fazer uma, seria algo ligado à música. Para mim, é um sonho, sempre foi. A minha mãe jamais permitiu ao menos a menção disso. Ela diz que música não dá dinheiro, a não ser que seja um trainee em alguma agência renomada. O meu sonho não era ser uma idol, e sim, em produzir músicas, compor, criar melodias. Eu ficaria mais por detrás dos bastidores.

— O que não condiz nada com sua vida atual. Você fica no centro do fogo cruzado.

Daehyn sorriu, apoiando o queixo na mão enquanto a olhava.

— Para você ver como a vida é engraçada. Ela nos prega peças.

O jantar seguiu entre conversas leves e momentos de troca de olhares silenciosos, carregados de significado. Elas estavam imersas uma na outra, desfrutando daquele tempo juntas sem pressa.

Após terminarem o jantar, Daehyn se levantou e pegou a mão de Harin, puxando-a suavemente.

— Agora eu quero um favor — disse ela.

— O quê? — Harin perguntou, curiosa.

— Toque um pouco de arpa para mim.

Harin não resistiu ao olhar suplicante de Daehyn. Levou-a até o salão onde guardava sua arpa e começou a tocar uma melodia suave e encantadora. A música preencheu o espaço com uma tranquilidade quase mágica.

No entanto, Harin não esperava o que aconteceu a seguir. Daehyn se aproximou do piano que estava ali e começou a tocar junto com ela. Harin olhou surpresa, os dedos errando uma nota por um instante.

— Você sabe tocar piano? — perguntou, impressionada.

— Desde pequena — Daehyn respondeu com um sorriso. — Mas achei que essa era a noite ideal para você descobrir.

Elas continuaram tocando juntas, os sons do piano e da arpa se misturando em perfeita harmonia. Harin sentiu algo quente e reconfortante no peito. Naquele momento, nada mais importava. Apenas a música, a companhia de Daehyn e o sentimento que crescia entre elas.

Quando a melodia chegou ao fim, um silêncio confortável se instalou. Daehyn olhou para Harin com ternura e, sem pensar muito, segurou sua mão.

— Você é incrível — sussurrou.

Harin sentiu o coração acelerar. Ela não precisava de palavras para entender o que aquela frase significava. Com um sorriso tímido, se inclinou levemente para frente, e Daehyn fez o mesmo. O beijo que compartilharam foi suave e delicado.

Quando se afastaram, Harin riu baixinho.

— Acho que já podemos marcar mais um desejo realizado da lista.

Daehyn sorriu, acariciando o rosto dela.

— Acho que sim.

Elas ficaram ali, aproveitando a presença uma da outra, sabendo que, independentemente do que o futuro trouxesse, aquela noite seria sempre um momento especial entre elas.

Daehyn a cada dia se mostrava ser completamente diferente de quando a conheceu. Ela era dedicada e romântica, sempre atenta aos desejos de Harin, seu empenho em realizá-los com maestria, faziam Harin questionar seus próprios sentimentos. Estaria ela amando, Daehyn?

Ela não sabia dizer, a única certeza que tinha, era que havia feito a escolha certa em se mudar para Seul.