Meus dedos dos pés estavam ficando dolorosamente frios. Eu podia sentir o frio subindo pelas minhas pernas, e a picada da doença do gelo roía as bordas da minha mente. Fazia horas desde que eles me deixaram sozinha nesta cabana, acorrentada e imobilizada, e o frio parecia penetrar até meus ossos. Cada respiração que eu tomava era gelada, cada movimento no ar fino e seco ardendo em minha pele.
Meus dedos dos pés estavam ficando dormentes, suas extremidades enrijecendo como se não mais me pertencessem. O fogo crepitava fracamente do outro lado da sala, mas não era suficiente para me alcançar, não com essas velhas paredes de madeira e o frio persistente e cortante que se infiltrava pelas frestas.