Através dos Fantasmas da Memória

Páscoa~

Meu corpo parecia não ser meu—sem peso, suspenso em algo espesso e invisível. Minha respiração ficou presa no meio da garganta e nunca voltou para baixo.

À nossa frente, a casa da festa parecia uma memória presa em um sonho—serpentinas brilhando como enfeites, música pulsando através das paredes com graves pesados o suficiente para sacudir os ossos. O ar estava manchado com o aroma adocicado de refrigerante barato, misturado com a doçura plástica de laquê. Era uma noite que eu tinha tentado enterrar tão fundo que até meus pesadelos lhe davam espaço.