Easter~
O espaço ao nosso redor pulsava com tensão, pesada e elétrica. O próprio tempo havia parado na memória congelada e cintilante onde meu passado gritava para ser ouvido. Mas Jacob não tinha terminado.
"Vocês humanos," Jacob disse com um sorriso irônico. "Vocês nunca deixam de me surpreender."
Ele ergueu uma mão graciosa, os dedos cortando o silêncio como um chicote. A cena congelada tremulou, ficou embaçada—como névoa se dissipando do vidro—e começou a se transformar em algo completamente diferente.
"Vamos mudar a perspectiva, certo?" ele disse, sua voz calma, mas com uma ponta afiada como uma faca. "Vamos parar de fingir que a santidade corre no seu sangue."
A memória se dissolveu em outra—vívida e horripilante.
Estávamos na igreja—a igreja da nossa família. Mas não era um sermão que estávamos assistindo. Era Mamãe, vestida com seu imaculado manto de coral, esgueirando-se para a sala dos fundos após o ensaio, trancando a porta com dedos trêmulos. E lá estava ele.