Capítulo 23: Lois e a Viagem a Atlântida.

Capítulo: Lois e a Viagem a Atlântida.

Cena: Redação do Planeta Diário, Metrópolis, Tarde de Quinta-feira

A redação do Planeta Diário zumbia com o caos habitual: repórteres correndo, telefones tocando e Perry White gritando sobre prazos. Lois Lane, sentada em sua mesa, folheava anotações rabiscadas em um caderno, mas sua mente estava longe.

Desde a aventura com o "Coração do Arquivo" em Smallville, ela não parava de pensar em histórias maiores

— não apenas sobre Smallville ou Metrópolis, mas sobre os mundos escondidos que Clark conhecia. Um nome em particular não saía de sua cabeça: Atlântida.

Lois girou na cadeira, olhando para Clark, que digitava um artigo sobre um evento de caridade local, seus óculos escorregando no nariz. Ela se inclinou, com aquele brilho nos olhos que significava que uma ideia ousada estava nascendo.

"Meu amor, me diz uma coisa: você já esteve em Atlântida? Tipo, a cidade submersa, reino do Aquaman, essas coisas?"

Clark parou de digitar, ajustando os óculos com um sorriso curioso. "Atlântida? Já estive lá algumas vezes com a Liga da Justiça. É... impressionante. Por que a pergunta, Lois? Planejando um mergulho?"

Lois cruzou os braços, sorrindo. "Quero conhecer. Não só como turista, mas como repórter. Pense bem: uma civilização inteira debaixo d’água, com cultura, tecnologia, política. Isso é um furo maior que qualquer coisa que já publiquei.

E você, Sr. Homem de Aço, vai me levar até lá."

Clark hesitou, coçando a nuca. "Lois, Atlântida não é exatamente um destino de férias. O rei Arthur

— Aquaman

— é um amigo, mas ele é protetor com seu povo.

E tem a questão de, bem, respirar debaixo d’água."

Lois bufou, pegando sua bolsa. "Respirar é detalhe, Clark. Você voa pelo espaço sem oxigênio. E eu sou Lois Lane. Não vou deixar um pouco de água me parar. Vamos, Smallville, me deve uma aventura sem lobos holográficos."

Clark riu, sabendo que não havia como dissuadi-la. "Tudo bem, Lois. Vou falar com Arthur. Mas se ele concordar, você segue as regras dele. E nada de publicar segredos de Estado atlantes no Planeta Diário sem permissão."

Lois deu um tapinha no ombro dele, já pegando o caderno. "Feito. Agora, vai logo ser o Superman e arranja esse convite real."

Cena: Costa de Metrópolis, Noite

Naquela noite, Clark, agora como Superman, encontrou Lois na costa rochosa de Metrópolis, onde as ondas batiam contra as pedras sob um céu estrelado.

Ele segurava um dispositivo atlante — uma pequena esfera azulada, emprestada por Aquaman, que criava um campo de oxigênio ao redor do usuário. Lois, vestindo uma jaqueta à prova d’água e botas práticas, examinou o dispositivo com curiosidade.

"Então, isso é tipo um snorkel mágico?" perguntou ela, girando a esfera na mão.

Superman sorriu. "Mais ou menos. Vai te deixar respirar e se mover livremente debaixo d’água. Arthur já aprovou a visita, mas pediu discrição.

Atlântida é um lugar sagrado para eles."

Lois colocou a esfera no bolso, seus olhos brilhando de excitação. "Discrição é meu nome do meio, Smallville.

Bem, depois de ‘Perigo’. Vamos mergulhar?"

Superman a pegou nos braços, voando baixo sobre o oceano antes de mergulhar suavemente nas águas escuras.

A esfera ativou-se, envolvendo Lois em uma bolha de ar que a mantinha seca e confortável. Ela olhou ao redor, maravilhada, enquanto peixes luminescentes dançavam na escuridão e corais brilhavam como joias.

Clark, nadando ao lado com facilidade kryptoniana, apontou para uma luz distante.

"Lá está. Bem-vinda a Atlântida, Lois."

Cena: Atlântida, Palácio Real]

Atlântida era um espetáculo de tirar o fôlego: torres de coral esculpidas erguiam-se em direção à superfície, iluminadas por cristais bioluminescentes.

Ruas submersas fervilhavam com atlantes nadando, alguns montando criaturas marinhas semelhantes a cavalos.

O palácio real, uma estrutura majestosa de pedra e conchas, dominava o centro da cidade.

Aquaman, ou Arthur Curry, esperava na entrada, seu tridente dourado brilhando. Ao seu lado estava Mera, rainha de Atlântida, com cabelos ruivos ondulando como as correntes. Arthur cumprimentou Clark com um aperto de mão firme.

"Kal-El, é bom te ver. E você deve ser Lois Lane. Ouvi que é tão destemida quanto dizem."

Lois sorriu, estendendo a mão. "Rei Arthur, Rainha Mera, é uma honra. E, sim, destemida é um bom resumo. Obrigada por me receberem. Prometo não causar nenhum incidente diplomático... intencionalmente.

Mera riu, seus olhos avaliando Lois com aprovação. "Você tem espírito, Lois. Venha, vamos te mostrar nossa casa. Mas cuidado com o que anota. Nem tudo aqui é para os olhos da superfície."

O tour foi uma imersão na cultura atlante. Lois viu bibliotecas de placas de coral gravadas com hieróglifos, mercados onde atlantes trocavam pérolas por ferramentas, e arenas onde guerreiros treinavam com lanças de energia.

Ela fez perguntas incessantes, anotando tudo: Como funcionava a economia? Havia tensões com outras cidades submersas? Qual era a relação de Atlântida com a superfície?

Arthur e Mera responderam com paciência, mas Lois notou uma tensão sutil. Quando perguntou sobre um artefato guardado no palácio

— uma orbe pulsando com energia verde

—, Arthur desviou o assunto. "Alguns segredos são mantidos por segurança, Lois. Até para amigos."

Clark, percebendo a mudança, colocou a mão no ombro de Lois. "Que tal vermos os jardins de coral? São mais... fotogênicos."

Lois arqueou uma sobrancelha, mas assentiu, sabendo que havia algo maior ali.

Seu instinto de repórter estava em alerta.

Cena: A Ameaça nos Jardins

Nos jardins de coral, onde plantas marinhas brilhavam em tons de azul e roxo, a paz foi interrompida por um tremor.

Um grupo de rebeldes atlantes, liderados por um guerreiro chamado Orm (o antigo Mestre do Oceano), invadiu o local.

Orm, com uma armadura negra e um tridente roubado, gritava: "A superfície nunca entenderá Atlântida! Essa repórter é uma ameaça!"

Lois, nada intimidada, cruzou os braços. "Se quer me impressionar, Orm, vai precisar de algo melhor que um discurso de vilão."

Superman voou à frente, bloqueando um golpe de tridente com o braço. "Lois, fique atrás de mim!" Ele enfrentou Orm, desviando ataques com super-velocidade, enquanto Aquaman e Mera lutavam contra os rebeldes.

Mera criou uma barreira de água para proteger Lois, que, claro, já estava anotando tudo no caderno à prova d’água.

"Clark, cuidado!" gritou Lois, vendo um rebelde lançar uma rede de energia. Superman a quebrou com um sopro gelado, enquanto Aquaman nocauteava Orm com um golpe de tridente.

Mera dispersou os rebeldes com uma onda controlada, e a batalha terminou tão rápido quanto começou.

Orm, agora algemado, rosnou. "A superfície só traz caos!"

Lois se aproximou, anotando. "Caos? Amigo, você acabou de atacar sua própria cidade. Talvez o problema seja você."

Arthur riu, apesar da tensão. "Você é corajosa, Lois. Talvez Atlântida precise de alguém como você para contar nossa história... com cuidado."

Cena: De Volta à Superfície, Praia de Metrópolis, Amanhecer.

De volta à praia, com o sol nascendo, Lois e Clark sentaram-se nas rochas. A esfera atlante estava desativada, e Lois segurava seu caderno, cheio de anotações.

"Foi mais do que eu esperava, Smallville. Atlântida é incrível, mas complicada. Como você."

Clark sorriu, passando o braço ao redor dela. "Você lidou bem, Lois. Orm não sabia com quem estava mexendo. Vai escrever sobre isso?"

Lois suspirou, olhando o mar. "Quero, mas não agora. Arthur e Mera confiam em nós. Vou escrever sobre a força de Atlântida, sua cultura, sem expor segredos.

Talvez um artigo sobre ‘os mistérios do oceano’ que deixe os leitores curiosos, mas proteja o que vi. O Planeta Diário vai adorar, e Perry não vai gritar... muito."

Clark a puxou para um abraço. "Você é incrível, Lois. E, da próxima vez, que tal uma aventura em Themyscira?"

Lois riu, encostando-se nele. "Só se tiver menos rebeldes armados. Mas, com você, Smallville, estou pronta pra qualquer coisa."

Enquanto o sol subia, refletindo no mar, Lois sentiu o peso de uma história que ainda não contaria

— mas a certeza de que, com Clark, o mundo estava cheio de maravilhas esperando para serem descobertas.