Sem As aventuras do Superboy 27/30

O portal da Legião dos Super-Heróis brilhou com uma luz instável, transportando Jon, Zynara, Kathy e Damian para o reino do Caos, uma dimensão onde as leis da realidade pareciam se dobrar e quebrar.

O céu era um redemoinho de cores impossíveis — roxos, vermelhos e verdes se misturando em padrões que desafiavam a lógica. Plataformas flutuantes de pedra e cristal giravam em órbitas caóticas, conectadas por feixes de energia que piscavam como relâmpagos.

O ar vibrava com um zumbido dissonante, e Jon segurava a esfera com força, sentindo sua luz azul lutar contra a opressão do ambiente. O custo dos selos anteriores pesava em seu corpo, mas a determinação de sua equipe o mantinha firme.

Zynara, com a lança brilhando, examinava o terreno instável. "Esse lugar é como o vazio, mas... vivo. O selo secundário deve estar no coração disso, mas o Caos não vai facilitar."

Kathy, flutuando com telecinese, parecia tensa, suas mãos brilhando erraticamente. "Minha telecinese tá estranha aqui.

É como se o próprio ar estivesse resistindo. Jon, você sente algo na esfera?"

Jon assentiu, a esfera pulsando em sincronia com o ambiente. "Ela tá reagindo, como se soubesse onde o selo está. Mas também tá... mais pesada. Acho que o Caos tá amplificando o custo."

Damian, no mini-jato, verificava seus sensores, que piscavam com interferência. "Ótimo. Meus equipamentos tão inúteis aqui. Mas tenho uma leitura fraca de energia dimensional à frente, numa daquelas plataformas giratórias. E, surpresa, tem traços da energia de Drak."

Jon cerrou os punhos, a memória da fuga de Drak em Thanagar ainda fresca. "Ele tá sempre um passo à frente. Não dessa vez. Vamos pro selo, mas fiquem atentos. O Caos é traiçoeiro, e Drak sabe disso."

Antes que pudessem avançar, uma figura emergiu de um feixe de energia

— não Drak, mas uma entidade humanoide feita de luz fragmentada, com olhos que pareciam buracos negros. "Vocês invadem o reino do Caos," ela disse, a voz um coro de ecos dissonantes. "Eu sou Kly’ryn, guardiã dos selos antigos. Provem seu valor, ou sejam desfeitos."

Jon deu um passo à frente, a esfera brilhando. "Sou Jon Kent, Superboy. Viemos purificar o selo secundário de Voryx. Não queremos lutar, mas não vamos recuar."

Kly’ryn inclinou a cabeça, como se julgasse a alma de Jon. "A cruz espinhosa marca você, mas o Caos testa a verdade. O selo está além, mas só os dignos passam. Enfrentem o Labirinto do Caos, ou pereçam."

A plataforma sob eles tremeu, e o espaço ao redor se transformou em um labirinto de corredores flutuantes, paredes que mudavam de forma e portais que levavam a lugares errados. Kly’ryn desapareceu, sua voz ecoando: "Encontrem o selo, ou o Caos os reivindicará."

Zynara segurou a lança com mais força. "Isso é uma armadilha, mas também uma chance. Jon, a esfera pode nos guiar?"

Jon ergueu a esfera, sua luz cortando a escuridão do labirinto. "Tá apontando pra frente. Vamos juntos, mas fiquem perto. Esse lugar pode nos separar."

O grupo avançou, navegando pelo labirinto. As paredes pulsavam com imagens

— visões de seus medos mais profundos. Jon viu Smallville em chamas, Lois e Clark caídos. Zynara enfrentou memórias de Xorath, sua família gritando. Kathy viu si mesma perdendo o controle de sua telecinese, destruindo tudo. Damian, estoico, murmurou: "Ilusões. Foco, ou estamos mortos."

Kathy, tremendo, usou sua telecinese para estabilizar uma plataforma que desmoronava. "Eu consigo," ela disse, ganhando confiança. "Jon, a esfera tá brilhando mais forte!"

Jon seguiu a luz, guiando o grupo até uma câmara central onde um altar de cristal negro sustentava um orbe vermelho com o símbolo espinhoso. Mas Drak estava lá, sua armadura reforçada por energia caótica, tentando acessar o selo. "Tarde demais, Superboy," ele zombou, disparando uma onda telecinética.

Jon desviou, entregando a esfera a Zynara. "Proteja isso! Kathy, comigo!" Ele voou contra Drak, acertando um soco que rachou a armadura do traidor. Kathy usou telecinese para imobilizar Drak, mas o Caos amplificava seus poderes, e ele se libertou, jogando-a contra uma parede.

Zynara correu para o altar, conectando a esfera ao orbe. As runas brilharam, mas o selo resistiu, puxando a energia de Jon mesmo estando tão longe. Ele gritou, caindo de joelhos, visões do vazio o consumindo.

"Jon!" Damian gritou, jogando granadas de EMP para distrair Drak. Ele correu até Jon, sacudindo-o. "Levanta, Kent! Não desista agora!"

Zynara canalizou sua própria energia pela lança, aliviando a pressão sobre Jon. "Você não tá sozinho!" ela gritou. Kathy, recuperada, ergueu barreiras telecinéticas, protegendo o altar.

Com um último esforço, Jon se levantou, voando até o altar e tocando a esfera. "Por Smallville, por Xorath, por todos!" ele gritou, canalizando sua energia kryptoniana-humana. A luz azul explodiu, purificando o selo, e o orbe vermelho se dissolveu, o Caos acalmando-se ao redor.

Drak, enfraquecido, abriu um portal vermelho e fugiu, mas não sem deixar um aviso: "Os ecos estão se unindo, Superboy. Você não pode parar todos!"

Kly’ryn reapareceu, sua forma agora menos hostil. "Vocês provaram seu valor. O selo do Caos está purificado.

Mas outros aguardam, e o traidor acelera o despertar dos ecos."

Jon, exausto, apoiou-se em Zynara, a esfera apagada em suas mãos. "Quantos selos ainda faltam?" ele perguntou, ofegante.

Kly’ryn olhou para o céu caótico. "Dois selos finais

— um em Apokolips, outro em um mundo esquecido. Mas o custo crescerá, jovem chave."

Kathy ajudou Jon a se levantar, determinada. "Vamos conseguir, Jon. Não vamos te perder."

Damian bufou, mas seus olhos mostravam preocupação. "Você tá uma bagunça, Kent. Vamos voltar, planejar, e caçar Drak antes que ele cause mais problemas."

Enquanto o portal da Legião se abria, Jon olhou para sua equipe, sentindo a força que o mantinha de pé. O Caos havia testado todos, mas eles haviam vencido.

Apokolips seria o próximo desafio, e ele sabia que, com Zynara, Kathy e Damian, poderia enfrentar qualquer coisa

— até o custo da cruz espinhosa.