Laila Fernandes
Laila_ Hei! Taxiii!
Não adianta ninguém vai parar para mim, se ao menos eu fizesse ideia de onde estou, poderia procurar um ponto de ônibus ou algo assim, mas não, eu tinha que sair praticamente correndo da casa do Loirão sem nem perguntar onde diabos estou.
Droga porque aquele homem me afeta tanto? Ele me beija e eu me derreto toda, não consigo resistir, ele faz meu coração bater mais forte e minhas mãos suarem e o pior de tudo ele desperta sentimentos que eu nunca senti antes e isso é perigoso, muito perigoso.
Sai daquele apartamento luxuoso de pernas bambas não porque fiquei impressionada com o quão chique é o lugar, mas porque o Loirão me deixa assim.
Preciso ficar longe dele, mas quanto mais busco distância, mas ele dá um jeito de se aproximar.
Agora estou às duas horas da manhã esperando uma merda de um táxi que ao que parece não vai parar para mim.
Talvez eu deva andar um pouco, quem sabe eu encontre um ponto de ônibus que leve para qualquer lugar onde pare um bendito táxi.
É, é isso que farei, começo a andar meio sem rumo pelas ruas desertas desse bairro chique, o medo é uma presença constante e não paro de olhar para trás para ver se estou sendo seguida, a meu Deus do céu, tem um carro me seguindo! E agora o que eu faço? Gritar não vai adiantar, não tem ninguém a quilômetros de distância, o jeito é confiar no spray de pimenta que está em minha bolsa.
O carro vai se aproximando devagar até me alcançar quem quer que seja, o dono tem que ser bilionário para dirigir um Rolls Royce último modelo e...
Collin_ Entra aí, eu te levo para casa.
Só podia ser, porque não pensei nisso Collin Watson o ricaço do pedaço.
Laila _ Não obrigada, vou encontrar um ponto de ônibus.
Collin_ Senhorita Fernandes não seja teimosa, na há ônibus esse horário.
Laila _ Um táxi então, eu pego um táxi.
Collin_ Aposto que já tentou essa opção e não deu certo, por isso está procurando um ponto de ônibus, vem entra, é perigoso para uma garota bonita ficar andando sozinha a essa hora da noite.
Aí minha nossa ele me acha bonita, não seja idiota Laila, é claro que ele te acha bonita, o cara só anda enfiando a língua na sua boca em todas as oportunidades que tem.
Laila _Taa tudo bem senhor Watson, mas se mantenha do seu lado do carro.
Ele sorri, algo raro de se ver e abre a porta do lado do passageiro para mim.
Assim que coloco o sinto de segurança ele arranca com o carro e olha para mim com um ar vitorioso irritante.
Collin_ Não prometi nada.
Laila _ E eu tenho spray de pimenta na minha bolsa.
Collin_ Relaxa, não farei nada com você de que não goste.
Laila _ A questão não é essa e o senhor sabe muito bem.
Ele para o carro de repente desafivela o sinto e logo tira o meu também e antes que eu abra a porta do carro para fugir me vejo sentada no colo dele novamente, isso é mesmo um déjà vu.
Ele olha no fundo dos meus olhos e toca o meu cabelo enrolando um cacho rebelde em seu dedo.
Collin_ Você é linda, sabia, nunca uma mulher mexeu tanto assim comigo.
Ele não me deixa responder às palavras que já estavam na ponta da minha língua, pois me beija com tamanha paixão que quase perco o fôlego e mais uma vez me entrego aquelas sensações maravilhosas diante de tamanha atração, sou obrigada a admitir para mim mesma que tenho sentimentos por ele.
Gosto do jeito que ele trata seus sobrinhos, do carinho que ele tem com os pais, do raro sorriso que suspeito ser só para mim e da pegada, porque esse Loirão tem a pegada! Imagino como deve ser fazer amor com ele, não que eu vá fazer algum dia.
Falando em fazer amor, preciso ter foco a mão dele já está dentro do meu vestido apalpando a minha bunda.
Laila _ Para por favor, eu não quero!
Consigo dizer, após reunir todas as minhas forças para acabar com aquele beijo delicioso e me afastar dele.
Collin_ Porque resistir? Sei que você me quer tanto quanto eu te quero.
Laila _ Hum deixa eu ver, deve ser porque você é o meu chefe e porque tem um Noiva e está para se casar com ela.
Collin_ Isso não impor…
Laila_ Importa? Claro que importa, agora chega desse assunto e me leve para casa e se chegar perto de mim novamente pulo desse carro e vou procurar outro jeito de ir embora.
Ele não diz nada, apenas liga o carro e nos leva para casa.
A viagem é feita silêncio, mas a minha cabeça está a mil, meus lábios ainda estão doloridos e minha pele formiga por onde ele passou as mãos, esse Loirão tem algum tipo de super poder, não é possível, como ele consegue fazer isso comigo?
Olho para ele que está concentrado na estrada alheio ao furacão que reina em meu interior, quer dizer minha calcinha está tão pegajosa que terei que tomar um banho frio quando chegar em meu quarto.
Collin_ O que foi, está apreciando o que vê?
Laila _ Claro que não, só estou pensando que você poderia parar na esquina para que ninguém nos veja juntos.
Collin_ Por quê? Faço o que eu quiser, ninguém tem que contestar nada.
Ele diz com seu ar de superioridade.
Laila _ Eu só não quero que os outros funcionários tenham um ideia errada de nós dois, isso pode ser muito ruim para mim no convivo com eles.
Collin_ Tudo bem, se está dizendo paro na esquina, não vou te causar problemas.
Laila _ Obrigada.
Digo sem olhar para ele e assim continuo pelo resto do caminho, em algum momento minhas pálpebras começam a se fechar até que sou arrebatada pelo sono.
Collin_ Senhorita Fernandes, acorda, chegamos.
Uma mão suave toca meu rosto e uma voz rouca fala alguma coisa ao pé do meu ouvido, isso me faz ir despertando ao poucos até que estou completamente acordada.
A mão que estava em meu rosto é a do Collin e a voz que escutei também, por um minuto cogito a ideia de fingir que continuo dormindo só para ter mais dessa sensação deliciosa, mas me lembro que amanhã terei que trabalhar, então abro os olhos completamente e me sento corretamente.
Collin_ Chegamos bela adormecida, está na esquina como me pediu.
Desço do carro e chego na janela para falar com ele.
Laila _ Obrigada por me salvar duas vezes, quer dizer, sei que você faria isso por qualquer pessoa, mas…
Collin_ Não faria não, só fiz porque era você. Te vejo amanhã.
Ele fala e arranca com o carro me deixando embasbacada.
Caminho em silêncio virando a esquina avistando a bela mansão.
Laila _ Lar doce lar, finalmente.
Digo em voz alta para mim mesma, é estranho como em apenas dois meses já me sinto em casa nesse lugar, todos são tão gentis comigo aqui, só tem a Stacy que vive implicando comigo, mas sei lidar com ela, não quero ter que deixar esse lugar, mas se o Loirão bonitão continuar a sua cisma comigo terei que me demitir, mesmo isso partindo o meu coração, porque, sim, não dá para negar que estou me apaixonando por ele, na verdade, desde a primeira vez que o vi eu senti aquela pontada no coração e isso com certeza é a fórmula para uma grande confusão que acabará em lagrimas, minhas lagrimas...