Capítulo 32 – O Amanhecer de Um Rei

Narrado por Akira

A Ordem da Névoa caiu como insetos sob minha lâmina. Eles gritavam por misericórdia, como se tivessem esquecido o que fizeram à minha vila, à minha mãe, ao meu povo.

Não deixei nenhum respirar.

Cada passo meu era seguido por um rastro de sangue. Cada golpe, um veredicto. Eles tentaram me caçar. Agora eram caçados.

— Pelo amor dos Deuses... quem é você...? — sussurrou o último, o líder deles, um velho envolto em correntes de fumaça sombria.

A katana atravessou seu crânio antes que pudesse terminar a pergunta.

Fiquei sozinho naquele templo em ruínas, o corpo coberto pela aura branca, olhos dourados em brasa.

Mas eu não estava mais perdido.

Ali, naquele lugar amaldiçoado, nasceu minha causa.

— Isso não acaba aqui. — Falei para as sombras. — A Seita do Fim Branco será o próximo alvo. E se Caos ousar sair de seu túmulo distorcido... eu estarei esperando.

Chamei os sete que me observavam desde as trevas. Homens e mulheres que vi caçarem demônios e enfrentarem horrores nos cantos mais podres deste mundo. Cada um deles havia sido tocado pelas consequências dessa guerra.

E todos, como eu, queriam sangue.

— Vocês me seguem, não por piedade. — Minha voz cortou o silêncio. — Mas porque sabem o que sou. O que me tornei.

Eles se ajoelharam.

— A partir de hoje... somos o Amanhecer Dourado.

E naquele mesmo instante, em uma catedral distante, um novo selo se rompeu. O riso de Caos ecoou pelo véu entre os mundos.

O fim se aproximava.

Mas desta vez, não haveria luz ou escuridão.

Haveria apenas... Akira Shinroz.

Voz do autor: Passaremos para o volume dois.