Capítulo 6 – Entre Lobos e Caçadores
A trilha até a Floresta Nebulosa parecia mais movimentada do que o habitual. Gabriel já havia se acostumado com a solidão silenciosa das missões de coleta, mas desta vez era diferente. Assim que atravessou os primeiros arbustos e se aproximou da clareira onde costumavam surgir os lobos, ele avistou outros caçadores — muitos deles.
Homens e mulheres armados, alguns com lanças, outros com arcos ou espadas longas. A maioria conversava entre si ou já caminhava em formação, como se fossem grupos bem estabelecidos. Gabriel notou os sinais de experiência em seus olhares atentos, na postura de quem já havia enfrentado perigos reais.
Ele olhou para a pequena janela de status flutuando diante de si. Continuava no nível 3.
Os outros? Alguns claramente eram de nível 2, mas havia quem estivesse no 4… e até no 5. Gabriel franziu a testa, mantendo distância por instinto. Aquilo o deixou apreensivo. Ele não queria chamar atenção. Não queria se destacar. Mas ali, qualquer erro mínimo poderia fazer isso acontecer.
"Eles estão aqui pelos lobos também?", pensou, observando discretamente enquanto um grupo se afastava, rastreando pegadas no chão.
Gabriel sabia que aquele tipo de missão era ideal para os caçadores de níveis mais baixos ganharem experiência prática e reputação. Era natural que o local estivesse mais movimentado, ainda mais em dias de clima calmo como aquele. Aparentemente, a demanda por peles de lobo e presas afiadas estava alta.
Mesmo assim, a presença de tantos outros o incomodava.
Ele decidiu manter distância, contornando a trilha principal e se afastando das áreas mais populares da floresta. Se fosse para caçar, ele faria do seu jeito — sozinho, silencioso, e sem levantar suspeitas.
A tensão inicial em seu peito começou a se dissolver enquanto os sons dos caçadores se afastavam. O silêncio da mata voltava a envolver seu caminho, e com ele, a calma. Ele sabia que não precisava competir. Ele só precisava existir… e deixar o tempo fazer o resto.
Em algum ponto da floresta, uivos começaram a ecoar. Gabriel sorriu levemente.
A caçada havia começado.
Gabriel caminhava cautelosamente pela mata quando ouviu o som de galhos secos sendo pisoteados. Agachou-se entre os arbustos e, com um olhar atento, localizou um lobo de pelagem acinzentada vasculhando o chão à frente. Sua aura era moderada, mas perceptível — um lobo de nível 2.
Ele observou por alguns segundos, analisando a movimentação do animal. Os lobos eram rápidos e inteligentes, mas aquele parecia estar sozinho. Era a oportunidade perfeita.
Gabriel estendeu a mão direita lentamente. A energia mágica dentro dele reagiu de imediato ao seu comando. Ele sentiu o fluxo familiar e crescente se acumular nos dedos. A magia de relâmpago, agora em nível 3, vibrava com mais potência que nunca. Antes, era como uma faísca instável. Agora, parecia eletricidade viva, sob seu controle.
— Raio Impactante — murmurou ele, quase sem som.
Um estalo cortou o ar e, em um instante, um raio azul-claro disparou de sua palma, rasgando a distância entre ele e o lobo. A criatura nem teve tempo de reagir. O raio o atingiu no flanco, jogando-o ao chão com um baque surdo, o cheiro de pelos queimados se espalhando pelo ar.
O lobo ainda se contorceu uma vez, mas logo parou de se mover. Gabriel se aproximou, ainda com cautela, e confirmou que o inimigo estava abatido.
[Lobo de Nível 2 eliminado]
[Experiência adquirida]
[Progresso: 11%]
Ele respirou fundo e olhou para a própria mão. A magia respondia a ele com uma fluidez assustadora. Não havia esforço. Era como se seu corpo tivesse nascido para isso — como se estivesse simplesmente despertando algo que sempre esteve ali.
Esse era o verdadeiro poder do seu sistema: ele não apenas evoluía, ele aprimorava tudo de forma igual.
Mesmo sem ter treinado magia formalmente, seu relâmpago já superava o de caçadores veteranos.
Gabriel recolheu os materiais úteis do lobo caído — presas, garras e um pedaço de pele ainda em boas condições — e os guardou em seu cinto de utilidades. A floresta continuava silenciosa, mas ele sabia que não demoraria até mais lobos aparecerem.
A caçada estava só começando.
Gabriel continuou a caçar os lobos de nível 2.
Gabriel andou para procurar por mais lobos, ele viu um lobo perto de uma árvore.
Dessa vez, ele decidiu usar a sua espada curta para abater o lobo com sua velocidade ele conseguiu matar o lobo sem muitas dificuldades.
Gabriel sabia exatamente qual era seu diferencial. Enquanto os outros caçadores precisavam arriscar a vida, se ferir e treinar incansavelmente para subir de nível, ele ganhava experiência apenas com o passar do tempo. Era como se cada batida de seu coração o tornasse mais forte — mesmo que ele estivesse dormindo, caminhando ou apenas sentado observando o mundo.
Por isso, não via necessidade de se arriscar demais. Seu objetivo naquela missão não era ganhar experiência… era simplesmente conseguir dinheiro. As presas e peles dos lobos eram bem valorizadas, especialmente por artesãos e comerciantes que produziam armas e vestimentas com elas.
Depois de abater o segundo lobo, Gabriel se escondeu novamente e esperou. Com calma, paciência e olhos atentos, ele avistou outro lobo isolado e o derrubou com um novo raio certeiro. Evitava combates desnecessários, preferindo sempre alvos isolados, fáceis e seguros.
Em pouco tempo, já havia abatido 4 lobos. Seu cinto de utilidades estava cheio de materiais úteis e seu corpo intacto.
“Já é o suficiente,” pensou. Ele poderia ficar ali, caçando até esvaziar toda a floresta, mas para quê? O risco seria desnecessário. Mais experiência viria com o tempo — inevitavelmente.
Ele voltou por uma trilha discreta, os sons da floresta agora distantes atrás de si. Enquanto os outros caçadores seguiam se arriscando em confrontos prolongados ou se perdendo em estratégias de grupo, Gabriel seguia sua própria lógica: eficiência silenciosa.
Ele não queria fama. Não queria impressionar ninguém.
Queria apenas continuar crescendo… no seu próprio ritmo.