Capítulo 37: O Chamado do Brejo Sombrio
Algum tempo havia se passado desde sua última missão, e Gabriel agora encontrava-se mais experiente, mais forte… no nível 9. A cada dia, aproximava-se mais do cobiçado Rank 10.000 da cidade de Nova City. Seu nome começava a se espalhar entre os caçadores, não por exibições grandiosas ou por buscar fama, mas pela velocidade absurda com que subia de nível, sem nunca demonstrar esforço.
Na manhã cinzenta daquele dia, ele decidiu explorar um local novo: o Brejo Sombrio — uma zona recente no mapa da associação, localizada ao sul da cidade, conhecida por ser coberta por névoa eterna e habitada por monstros peculiares de nível 8.
Gabriel caminhou até a entrada do brejo, onde a vegetação mudava. As árvores eram retorcidas, os galhos curvavam-se como garras, e um tapete espesso de musgo cobria o solo. A umidade era tão alta que a respiração parecia mais difícil, e a luz do sol mal atravessava a névoa.
Depois de avançar alguns minutos, ele sentiu a presença do inimigo.
Um som borbulhante ecoou à frente. Da lama negra surgiu a criatura: um Sapo Abissal, uma aberração de pele encharcada e olhos bulbosos, com quase dois metros de altura e uma língua bifurcada que se estendia por vários metros. Suas costas eram cobertas por espinhos que pareciam feitos de osso, e sua boca larga exibia dentes afiados como lâminas de pedra.
Gabriel apenas observou.
Sem qualquer sinal de tensão ou medo, estendeu a mão e invocou magia de raio nível 8. Um trovão caiu do céu enevoado, acertando o sapo diretamente no peito. O impacto gerou uma explosão de luz azulada que fez os galhos tremerem e a lama borbulhar.
O monstro gritou de forma grotesca, tentando saltar para longe — mas Gabriel já havia conjurado magia de terra nível 8, fazendo surgir lanças de pedra que prenderam as patas do monstro no solo.
— Sem chance de fugir — murmurou.
Com um gesto final, invocou uma lança de energia concentrada que atravessou a cabeça do monstro como se fosse papel molhado. O corpo grotesco caiu para trás, afundando lentamente no pântano.
Gabriel colheu o núcleo mágico do sapo e seguiu adiante.
Mais adiante, encontrou outro monstro: uma criatura semelhante a um jacaré mutante, com escamas verdes que pareciam armaduras, olhos amarelos brilhantes e um rabo coberto de espinhos.
Sem hesitar, Gabriel o enfrentou com magia de fogo e vento, criando uma tempestade abrasadora que queimou os olhos da criatura e cortou suas patas. Em menos de um minuto, o monstro já jazia inerte, consumido por chamas e envolto em fumaça.
Gabriel colheu outro núcleo.
E assim foi durante horas. Nenhum inimigo no brejo oferecia risco real a ele. Nenhuma criatura conseguia sequer encostar nele. Suas magias eram letais, e sua presença era como a de um predador absoluto naquele ecossistema caótico.
Ao anoitecer, Gabriel sentou-se em uma pedra coberta de musgo, observando a névoa rastejar sobre o pântano. Ele abriu a bolsa e contou os núcleos: nove no total.
Satisfeito, levantou-se.
— Acho que é hora de vender isso tudo… e talvez… descansar um pouco.
Com passos tranquilos, deixou o Brejo Sombrio para trás. A noite caía, e com ela, o nome de Gabriel ecoava um pouco mais forte no mundo dos caçadores.
Algum tempo se passou
Gabriel chegou no nível 10
Gabriel continuou a caçar no Brejo Sombrio, mas depois de um tempo ele deixou o Brejo Sombrio sem pressa, atravessando a névoa com os nove núcleos guardados com cuidado. Ao sair da região pantanosa, o vento mais seco da estrada o cumprimentou, como se o mundo lá fora reconhecesse sua superioridade ali dentro.
Quando chegou à cidade, foi direto para a associação.
A recepção estava movimentada. Caçadores conversavam, vendiam itens, discutiam estratégias e comparavam cicatrizes. Ao entrar, muitos lançaram olhares curiosos — alguns já reconheciam Gabriel pela fama crescente. Mas ele não se importava. Caminhou até o balcão, onde Maria, como sempre, estava.
Ela sorriu ao vê-lo.
— Gabriel, você sumiu. Foi caçar?
— Algo assim — respondeu com um pequeno sorriso, colocando os núcleos sobre o balcão.
Maria arqueou uma sobrancelha ao ver os itens. Pegou um deles, avaliando o brilho escuro da energia contida.
— Isso é de um Sapo Abissal… e este aqui… é de um Crocodilo Mutante? Você foi até o Brejo Sombrio?
— Sim.
— Sozinho?
Gabriel apenas assentiu, calmo como sempre.
— Você está ficando famoso. Seu nome subiu mais de mil posições no ranking só nas últimas semanas. Agora está em 11.431. Está se aproximando do Top 10k, hein?
Ele deu de ombros.
— É só questão de tempo.
Maria avaliou os núcleos, registrou a venda, e logo depois entregou a quantia em créditos digitais, transferida direto para o sistema de Gabriel. Ela o olhou por alguns segundos, como se quisesse perguntar algo, mas acabou apenas dizendo:
— Cuidado com os próximos passos. Chegar ao Top 10 mil pode atrair olhares… diferentes.
Gabriel sabia disso. Alguns dos caçadores mais fortes estavam atentos aos talentos emergentes. E quanto mais subia, mais atenção chamaria — tanto de aliados quanto de inimigos.
Ele saiu da associação e foi direto para casa. Tomou um banho quente, vestiu roupas leves e relaxou no sofá, olhando para o teto enquanto ouvia o som da cidade ao longe.
Naquela noite, refletiu por alguns minutos. Pensava sobre os próximos passos, sobre os monstros mais poderosos que o aguardavam… mas não havia ansiedade. Ele sabia que, com o sistema ao seu lado, a evolução viria. Não importava o tempo, ele sempre subiria — mesmo sem treinar, sem se esforçar. Era como se o mundo conspirasse a favor da sua ascensão.
Enquanto a lua iluminava Nova City, Gabriel dormia profundamente, pronto para o que viesse.
E o mundo… o mundo começava a se perguntar quem era o caçador que se aproximava do topo tão rápido.