Capítulo 41: O Golem das Correntes Eternas
Algum tempo se passou. Gabriel, agora no nível 12, seguia sua caminhada solitária pelo mundo, sempre em busca de monstros mais fortes, mais raros, mais estranhos. Suas habilidades evoluíam em sincronia com sua vontade — e era como se o próprio sistema respondesse ao seu ritmo.
Dessa vez, ele se dirigiu às Ruínas de Agvalon, uma antiga prisão subterrânea construída há séculos por uma civilização que já não existia. As ruínas estavam cobertas por musgo, pedras partidas e símbolos que ainda brilhavam em um tom pálido, como se lembrassem de um passado esquecido.
Mas Gabriel não veio por história. Veio pelo monstro.
Conforme adentrava os corredores escuros, guiado apenas pela própria percepção mágica, sentiu uma vibração no ar. Uma energia pesada, metálica, e carregada de ódio. Quando chegou à antiga sala central, onde correntes enferrujadas pendiam do teto como serpentes, ele o viu.
No centro da arena subterrânea, uma criatura colossal se ergueu.
Era feita de pedra e metal, com placas enferrujadas presas ao corpo por correntes vivas, que se moviam como se tivessem vontade própria. Tinha quase quatro metros de altura, com braços que terminavam em manoplas de ferro puro e um rosto esculpido sem emoção, apenas olhos brilhantes de luz branca. Seu peito era protegido por uma grade de correntes cruzadas, e seu passo fazia o chão estremecer.
O Golem das Correntes Eternas. Nível 12.
Gabriel não hesitou. Estalou os dedos e ativou magia de gelo nível 12, congelando instantaneamente parte do solo, o que fez o golem escorregar levemente ao tentar se aproximar.
O monstro reagiu lançando suas correntes como lanças, que cortaram o ar com força absurda, estalando contra as paredes. Mas Gabriel moveu a mão sutilmente e as correntes pararam no ar — controladas por sua magia de controle nível 12, que interferia até mesmo na energia que mantinha os metais em movimento.
Com outro gesto, fez o chão se erguer em colunas afiadas, ativando magia de terra, que acertaram os pontos fracos do golem, abrindo rachaduras em suas juntas.
O monstro tentou avançar, rugindo com um som metálico e seco, mas Gabriel já estava acima dele, flutuando graças à psicocinese nível 12. Com os braços abertos, ele concentrou magia de raio e invocou dezenas de esferas elétricas que giraram ao redor de si antes de dispararem em sequência.
Cada raio atingiu uma parte vital da criatura. As correntes estalaram, se soltando em parte. O corpo do golem tremia, tentando resistir. Mas Gabriel não dava espaço.
Por fim, usou magia de fogo, não em ataque direto, mas para aquecer as correntes e placas do golem até ficarem incandescentes. Quando estavam no limite, ele soltou uma onda de ar frio com magia de gelo — o choque térmico fez o corpo do monstro rachar por completo.
O Golem das Correntes Eternas caiu, esmagando parte do piso das ruínas, com o núcleo brilhando dentro do peito.
Gabriel desceu com tranquilidade, como se tivesse apenas terminado uma caminhada leve. Pegou o núcleo prismático das correntes, que pulsava como uma prisão em miniatura, e o guardou.
Mais um.
Mais forte.
Mais distante de qualquer outro caçador que ousasse seguir o mesmo caminho.
E o mundo parecia sempre ter um novo monstro à espera de Gabriel — como se, passo a passo, ele estivesse destinado a desafiar os próprios limites do sistema.